[53] Surprise

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“Como te estás a sentir?” eu perguntei ao Irlandês ressacado.

“Não muito mal. Eu tenho a certeza que é por causa da medicação que me fizeste tomar ontem há noite, obrigada por isso.” Ele sorriu fracamente. Mesmo que ele não tivesse dito nada, eu sabia que algo o estava a incomodar. Eu podia simplesmente dizer isso.

“Eu não estou zangada contigo.” Eu disse com uma voz baixa. “Não existe nada errado em sair com os amigos, eu percebo isso. Okay?” ele mordeu o seu lábio e olhou para fora da janela, como se estivesse a tentar dizer alguma coisa.

“Eu estou a ajudar-te a criar uma criança agora, Ave.” O Niall suspirou. “Mesmo que eu não seja o pai real da Aimee, eu sou um para desenrascar. É suposto eu ser responsável e tudo o que eu consegui pensar, foi acerca de mim e eu não devia ter feito aquilo na noite passada-”

“Niall.” Eu sorri. “Está tudo bem, a sério. Nada de mal aconteceu.” Eu toquei nos seus braços, olhando para os seus olhos e esperando que eles encontrassem os meus.

“Aí está o problema, Avery.” Ele deu-me um sorriso dolorido. “Algo de mau aconteceu.

Eu congelei. Do que estava ele a falar?

“Eu ouvi-te a falar com a Aimee acerca dela estar com medo.” Os seus olhos suavizaram. “Isso é por minha causa?” a maneira como a sua voz quebrou no final da frase fez com que soasse como se ele estivesse para começar a chorar. “Ela tem medo... De mim?”

“Niall...” Eu arrastei, não sabendo o que dizer.

“Isso é exatamente aquilo que eu não quero.” Ele chorou. Eu observei enquanto uma lágrima deslizou pela sua bochecha e caiu no seu peito. “Eu não quero que nenhuma de vocês tenha medo de mim. Eu quero ser quem vos mantém seguras, não quem vos assusta!”

“Niall, pára.” Eu disse firmemente. “Nós não estamos com medo de ti, okay? A Aimee tem três anos. Ela ainda não percebe muita coisa e ela só estava confusa. Eu expliquei-lhe que não havia motivo para ela ter medo. O abuso é uma coisa estranha, Niall. Pode até danificar uma pessoa com a tua idade.”

Ele estava em silêncio. Esfregou os seus olhos vermelhos e depois soltou um grande suspiro. Era um pouco enervante, esperar por uma resposta dele. E tudo o que eu queria, era que ele estivesse bem.

“Não foi nada que eu tenha feito?” Ele perguntou com uma voz baixa, facilmente similar à voz de uma criança.

“Não, Niall.” Eu assegurei-lhe. “Tu não fizeste nada de mal. Foi o Jake... O Jake fez coisas terríveis, com as quais nós vamos ter de lidar até ao resto das nossas vidas. É assim que é. Mas tu não te deves culpar por algo que não é culpa tua.”

O Niall levantou o olhar para mim e deu-me um sorriso verdadeiro enquanto eu me sentava ao seu lado na cama.

“Eu desejava puder apagar tudo isso.” Ele sussurrou no meu ouvido.

“Eu também desejo isso.” Eu concordei. “Mas por enquanto tudo o que pudemos fazer é continuar com as nossas vidas. Isso é mesmo tudo o que se pode fazer em más circunstâncias, continuar com as nossas vidas.” Ele concordou com um ‘hum’ e eu senti os seus lábios na minha orelha, fazendo-me rir.

“Ave?” Ele sussurrou.

“Sim?”

“Eu amo-te, a sério.” Ele sorriu tímido, um rubor a apoderar-se das suas já rosadas bochechas. “Eu nunca estive apaixonado antes, por isso eu acho que posso dizer que não sei o que isso é. Mas a maneira que eu sinto tudo agora... Eu simplesmente sei que estou apaixonado por ti.”

Motel 6 [Niall Horan] (Tradução em Português)Onde histórias criam vida. Descubra agora