— Fora também entrar na faculdade, encontrar a minha irmã biológica. É um sonho estúpido, ela pode nem estar viva mais.

Ele ergue a mão, pedindo que eu pare de falar.

— Nenhum sonho é estúpido.

Inclino a cabeça, e digo:

— Então faça a prova. Você não sabe se pode ganhar uma bolsa ou uma ajuda financeira. Só saberá se tentar.

Suspirando, ele balança a cabeça.

— Além do meu histórico ser ruim, apesar das notas serem boas, a ajuda teria que ser muito grande. Ninguém está disposto a pagar.

Penso em algo. Pode não dar certo, mas também pode dar muito certo.

— Eu vou te oferecer algo, mas você não pode sair correndo e nunca mais falar comigo, ok?

— Eu não vou aceitar seu dinheiro, gata. Sem chances. Você trabalha duro por ele. — contrapõe uma proposta que nem fiz ainda.

— É claro que eu não vou te oferecer o meu dinheiro. Eu trabalho duro por ele. — repito, e ele sorri — O meu pai tem uma empresa. Eles oferecem bolsas integrais na universidade para funcionários exemplares.

Pigarreando, sei que é o sinal de recusa dele.

— Gata, eu agradeço muito, mas não sei cozinhar tanto assim e os médicos dizem que sou muito alto para ter uma coordenação motora excelente, e ser garçom exige isso. Eu adoraria mesmo, a sua mãe é incrível, ter comida de graça seria ótimo, mas eu já tentei e fui demitido na primeira semana. Só por ter quebrado um copo especial da casa. — resmunga.

— Peter, o restaurante é da minha mãe, o meu pai tem uma empresa de aluguel de carros ecológicos. É algo pioneiro e ele odeia quase todo mundo que chega lá, sempre sugerem que algo movido a gasolina daria menos trabalho.

— Uau. Se o mundo não tiver acabado em cem anos, o seu pai merecerá uma estátua gigante. Não estou brincando. — diz, mexendo as mãos para simular o tamanho da estátua.

Rio disso, mas concordo com ele.

— Sim, só que não diga isso a ele. Ele vai querer que você case comigo e eu nem tenho um diploma ainda. Então, você aceita?

— Não sei. — responde honesto — Ainda ajudo em alguns casos da polícia de vez em quando, e isso pode afetar minha carga horária. E ter menos tempo para ficar com a Gwen não é legal.

— Ela estuda, não estuda? Enquanto ela está na escola, você trabalha, e durante a tarde você faz o que quer que a polícia peça a você. Não estou curiosa. — minto.

Ele não responde, só pega a minha mão e me puxa para algum lugar. Sinto medo quando percebo que o destino é o cemitério da cidade, e alguns arrepios quando vejo que ele sabe onde está indo. Tento falar, mas ele para em frente a uma pequena construção. Olho para ela e para ele.

— Minha mãe está aí, ela não vai te morder, prometo. — abro a boca indignada, mas ele não me deixa xinga-lo — Aqui é o único lugar seguro para falar sobre isso, gata. Os mortos podem até ouvir, mas não vão contar a ninguém.

Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt