Epílogo - Nossos sonhos

Começar do início
                                    

Victoria era um palmo mais alta que todas as crianças de sua idade, os cabelos loiros escorriam em cascata por suas costas, e ela tivera os olhos de um azul intenso como o dos pais. Por dois anos ela tinha a atenção integral de Sam e Cait e de todo mundo em volta deles. Ela era o xodó dos sets de gravação e era mimada por toda a produção. Mas conforme ela crescia, os dois decidiram que uma só não era o suficiente.

Então decidiram adotar. Primeiro Louis, que tinha chegado há pouco mais de um ano, e então Ellie. Era apenas a primeira semana deles com Ellie em casa, mas durante o processo de adoção, eles foram conhecendo e se apegando à pequena. Louis e Victoria já tinham se acostumado com a ideia de ter uma irmã quando Ellie finalmente chegou. E Caitriona não poderia estar mais feliz com a família que construíra com Sam.

Sam sorriu com a lembrança da brincadeira.

— Você se lembra do dia que nos mudamos? — ele perguntou, virando-se para ela naquele momento.

— Lembro. Eu estava enorme, cansada, inchada...

— E acordou de noite. — ele completou, sorrindo — Eu te encontrei no quarto da Vic dobrando roupinhas...

— E surtou porque ficou com medo de não saber lidar com Victoria — Caitriona quase riu alto. A paternidade fora uma coisa tão natural a Sam, tão instintiva, que aquele momento de incerteza dele, tantos anos antes, era quase engraçado.

— Naquela noite, você lembra que eu te contei que tinha sonhado? — questionou, os olhos brilhando.

— Sim... você disse algo com correr atrás de crianças no quintal — Cait ficou calada por um segundo, tentando lembrar com clareza daquele momento — e eu perguntei se estava louco por querer mais de um... Quantos eram mesmo?

— Três. Eram três, Cait — ele sorriu, e ela percebeu que aquele brilho que notara mais cedo, eram lágrimas em seus olhos marejados — O sonho, eu ainda me lembro nitidamente, foi exatamente como esta tarde...

— Se realizou — ela constatou. Levantou-se da cadeira em que estava e sentou-se no colo de Sam, jogando a manta sobre os ombros dele e se aninhando em seu peito.

— Nós realizamos — ele falou, depositando um beijo em sua testa — nós construímos essa casa, essa família... nós fizemos, juntos.

— Juntos — Caitriona repetiu, esticando-se para alcançar sua boca, abrindo os lábios e encaixando-os nos dele, que se abriram automaticamente, prontos para receber sua língua, naquele beijo que continuava tão quente e excitante quanto o primeiro que deram, quanto o primeiro contato que tiveram, tanto anos antes, num pub em LA, quando eram apenas desconhecidos.

Sam beijou-lhe a ponta do nariz e sorriu. Com uma das mãos, alcançou uma pequena caixinha do bolso de sua calça. Ela já conhecia aquela caixinha.

Há cinco anos, desde que ele lhe dera a pulseira em seu aniversário, Sam lhe dava um novo pingente, como prometido. Cada ano, numa data diferente. No ano anterior, ele lhe deu no dia em que começaram a namorar, e no outro, no dia quem que ela dera à luz... sempre em uma data importante, mas sempre uma data diferente, então apesar dela saber que ganharia um novo pingente, nunca sabia quando seria e então era sempre uma surpresa quando via a caixinha.

Ela encarou a caixinha por alguns segundos, tentando lembrar que data era a que estavam comemorando, qual a importância daquele dia... Sam não costumava ter boa memória para nada nessa vida, mas sempre a surpreendia quando era algo relacionado a datas.

— Você sabe que dia é hoje? — ele perguntou, enquanto abria o fecho da pulseira dela e colocava o novo pingente, o décimo.

— Confesso que estou aqui fazendo contas e mais contas e ainda não entendi a importância do dia de hoje — ela sorriu amarelo, girando o pulso para observar o novo pingente.

— Eu sabia que você não ia lembrar! — ele riu, encostando a testa na dela, nariz com nariz e esticando os lábios para lhe dar um selinho desajeitado — Hoje completa dez anos que nos conhecemos naquele pub... na verdade, já passa de meia-noite, então no dia de hoje, completa dez anos que você chegou atrasada para seu teste e me deixou todo bobo logo no primeiro olhar.

— E você lembrou... — ela sorriu, um pouco envergonhada por não ter se atentado a isso.

— Todas as datas com você são importantes. Algumas mais do que outras, mas todas são. Todos os momentos.

— Eu quero saber onde é que você está mantendo essa planilha com datas aí, porque quero parar de passar vergonha todo ano — ela riu, tentando pegar o celular dele — Aposto que colocou lembretes no seu calendário...

Ele segurou a mão dela antes que pegasse o celular de sua mão e grudou os lábios nos dela, calando-a com um beijo. Agarrou um de seus seios e começou a acariciá-lo. Ela vestia apenas uma blusinha leve, sem sutiã, como de costume, e seus mamilos estavam rígidos. Sam enfiou a mão dentro da calça que ela usava e encontrou-a úmida. Caitriona gemeu quando ele tocou em seu ponto de prazer, e sem parar de beijar, deslizou os dedos por seu centro, fazendo-a gemer em seus lábios.

Então uma luz se acendeu dentro de casa, e em segundos Victoria estava na porta, segurando seu ursinho de pelúcia. Tiveram tempo o suficiente para se recompor um pouquinho antes que ela chegasse até eles, os cabelos loiros desgrenhados, os olhos semicerrados.

— Ellie está acordada — ela falou, enquanto Sam a puxava para seu colo. Caitriona, que ocupava a outra cadeira desde que vira a luz acesa, procurou a babá eletrônica, que tinha caído em algum momento no frenesi anterior, e estava desligada. Foi correndo para dentro.

Sam ergueu Victoria nos braços, ela já pegava no sono novamente, ressonando em seu peito, e sussurrou para ninguém em particular "Vamos para dentro".

Caitriona ninava Ellie, quando ele chegou no quarto. A pequena mamava, os olhos fechados, sugando com força.

— Louis está na nossa cama — ela falou, antes que Sam pudesse acomodar Victoria em sua própria cama.

— Vamos todos para lá então — sugeriu, depositando um beijo na testa de cada uma das três — Vamos dormir os cinco juntos essa noite.

Louis tinha pesadelos, e toda vez que acordava de noite, ia direto para a cama dos pais. Então Cait ou Sam costumavam o acalmar, e depois que ele adormecesse novamente, o levavam para sua própria cama. Mas nessa noite era Sam quem precisava de sua família lá, reunida.

Demorou cerca de meia hora para que Ellie terminasse a mamadeira, então Sam a fez arrotar enquanto Cait se arrumava para dormir. Ele deitou então na ponta direita, Caitriona na ponta esquerda, e as três crianças ressonavam entre eles, aquecendo-lhes seus corações, lembrando-lhes onde ficava seu centro de calmaria.

— Meu sonho — Sam sussurrou.

— Nosso sonho — Caitriona corrigiu, esticando o braço para lhe acariciar o rosto. 


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


-----

N/A: Agora sim, acabou <3 Obrigada pelas 21 mil visualizações! 

Kiss meOnde histórias criam vida. Descubra agora