Capítulo 1

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Oi, amores. Depois de muita espera, enfim teremos o primeiro capítulo de Mateus. Eu não disse a vocês, mas muita coisa aconteceu. Cheguei a perder todos os capítulos escritos, mas não quis enrolar ainda mais e decidi me matar de escrever para lhes mostrar esse novo projeto. As postagens agora terão dia fixo, e será todo domingo. Divirtam-se, e não se esqueçam de votar.

Anos antes

Layzza

Abro lentamente os olhos após ouvir o som insistente do despertador. O dia já está claro, posso ver isso graças a falta de cortinas decentes em minha janela. Levanto-me lentamente em busca de ânimo para começar meu dia.

As paredes brancas, um pouco amareladas por conta do tempo, me brindam com um triste bom dia. O sol bate em minha pele, fazendo-me lembrar que ainda é verão.

— O que você pensa que está fazendo, Sophia? — questiono, após ver minha irmã procurando algo em meu armário.

— Eu não penso. Estou fazendo. — diz debochada. — Vou pegar aquele perfume que o Rafa te deu.

— Não vai. — grito, já indo em sua direção.

— Mãe, vem aqui. — ela apela.

É bem lógico que já perdi a batalha. Dona Vilma nunca foi capaz de ir contra as vontades de Sophia, e não começará a fazer isso agora.

— O que está acontecendo aqui?

— A Layzza não quer deixar eu pegar aquele perfume que o Rafa deu de presente para ela. Mãe, ela nem usa aquilo.

— Não importa se eu não uso. O perfume é meu.

— Cala a boca, Lay. — minha mãe me repreende. — Você nem usa esse perfume.

— Não importa, é meu. — rebato.

Ela me olha por intermináveis minutos. Seus olhos dizem exatamente o que ela vai fazer. Minha mãe não me vê como uma mulher de dezessete anos, para ela sou uma criança que deve acatar suas ordens sem ao menos questionar. Quanto à minha irmã, as coisas para ela sempre foram mais fáceis, dona Vilma sempre faz o que ela quer. Meu pai é o único que não faz diferença entre nós duas, ele é rígido da mesma forma, independente de qual filha seja. A diferença é que minha mãe sempre está disposta a acobertar os erros de Sophia, enquanto é rígida e dura comigo.

— Sophia, pode pegar o perfume. — diz por fim.

Não digo nada. Seria uma enorme perda de tempo tentar questionar alguma decisão de minha mãe.

— Vou arrasar na festa de hoje. — minha irmã comemora.

— Festa em plena segunda? — me espanto.

— Sua irmã não é como você que só fica enfiada nesses livros. Ela tem vida social.

Minha mãe não entende, nunca será capaz de entender. Para ela, eu deveria ser como Sophia, extremamente chamativa. Elas passam horas falando e fazendo coisas fúteis, para as duas nada é mais importante do que um cabelo bonito e boas roupas.

— Quando você vai dar um jeito nesse cabelo, Lay? Isso está cada vez mais horrível. — minha mãe fala quando estou prestes a sair de casa.

Ela nunca aceitou o fato do meu cabelo ser cacheado, não há um só dia em que ela não diga que devo alisá-lo, mas ela nunca se preocupou em perguntar o que eu penso.

— Gosto dele assim.

— Não seja tola. Você é bonita, só não sabe usar a beleza que tem. Faria muito mais sucesso com os homens se alisasse o cabelo e passasse maquiagem para disfarçar essa cara tão branca.

Tudo de nós (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now