2. A Boy Who Loves A Girl

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Havia um ano que tinha sumido da vista de todos que o conheciam. Alec decidira pegar todas as suas economias para se internar em um centro de reabilitação.
Ele não queria mais ver sua Belly chorar por estar estragando sua vida, não queria mais fazê-la sofrer. Nas primeiras semanas enquanto estava perdido entre as ruas de uma cidade bastante diferente da que vivia, Alec recebera mensagens de Annabelle pelo celular...

"Alec, onde você está?
xx Belly"

"Alec, sinto sua falta, não vai voltar?
xx Belly"

Mas não, infelizmente ele não voltaria. Não podia, ao menos não naquele momento e naquele estado.
A medida que o tempo fora passando as mensagens foram diminuindo, e ao mesmo tempo em que ele agradecia por não ter de ficar sofrendo para não acabar respondendo às mensagens, também ficava angustiado por talvez a falta de mensagem significar que ela o estava esquecendo...

Chegara a um centro de reabilitação poucos dias depois que parara de receber as mensagens.
Eles queriam tirar o aparelho de Alec, mas ele queria tanto ficar com aqueles pequenos atos que significavam que ela ainda lembrava... Conseguira convencer os enfermeiros de permitir que ele lesse as mensagens que viessem a chegar pelo aparelho, e isso já fora o suficiente por ora.

Alec nunca mais recebera um torpedo sequer de Annabelle ou de qualquer outra pessoa, nunca mais até o dia anterior àquela viagem de mais de doze horas.
Ele fazia suas atividades como todos os dias no centro quando um enfermeiro já bastante conhecido surgira na sala pedindo permissão para tirar Alec da sala, pois precisava conversar com o rapaz em particular. Fora então que o enfermeiro mostrara o pequeno aparelho celular e logo entregara para o dono ler.

"Feliz aniversário, Alec... Sinto sua falta,
beijos, da sua Belly.

O rapaz sentira-se extasiado. Ele mal lembrava que era seu aniversário, mas ela havia lembrado!
Seu coração dera saltos de alegria, ela ainda se lembrava dele, sua Belly ainda se lembrava!
Fora então que desobedecendo a todas as ordens e regras, que Alec decidira roubar um carro de um dos funcionários do local para ir vê-la...
E então, lá estava ele, depois de treze horas de viagem ele finalmente estava de volta a sua pequena cidade.

Ele ficara rodando pela cidadezinha durante um longo tempo, parando apenas para se alimentar e atender às suas necessidades.
Por fim, quando a noite caíra, ele resolvera ir até a casa de Annabelle, e agradeceu profundamente por ela ainda morar lá. Não, ele não se mostraria, ficaria dentro do carro até poder vê-la de longe, e então, quando ela dormisse ele partiria de volta para a clínica na qual se internara.
Foi então que viu a luz do quarto acesa no segundo andar da casinha, uma sombra surgiu na janela fechada com cortinas... Ele reconheceria aquela sombra de longe, era ela...
Seu coração disparou em felicidade, felicidade essa que se esvaiu rapidamente... Uma segunda sombra surgira ao lado da primeira, esta Alec não pôde distinguir.

A sensação que se seguiu foi de vazio. Ele não via mais sentido no que estava fazendo, por que estava ali se ela não se lembrava dele como ele queria?
Sentira uma lágrima lhe escorrer pelos olhos, e piscou algumas vezes até que sua vista parasse de embaçar. Olhou para o banco do carona onde havia escrito uma pequena carta que estava envolta em uma pedra. Decidira no meio do caminho que deixaria um sinal de que ainda estava vivo para a amiga... Mas agora... Bem, agora ele sentia raiva. Sentia-se traído apesar de saber que não tinha o direito disso.

Alec pegou a pedra envolvida pela carta e saiu do carro estacionado do outro lado da calçada de Annabelle.
Sem pensar no que estava fazendo, reuniu toda sua força e atirou a pedra em direção à janela, que com o contato brusco se trincou e logo se espatifou deixando que a pedra adentrasse o cômodo.
Ouviu a voz de Belly gritar pelo susto, e essa foi a deixa para ele sair correndo de volta ao carro. Nesse percurso foi que percebeu que garoava fracamente... Ele riu amargurado, uma garoa no meio de uma noite de outono fria e nada aconchegante... É, ele precisava ir embora, e rápido.

Foram mais treze horas de viagem de volta, dessa vez bem mais longas e cansativas do que ele imaginava.
Alec sentia-se um nada naquele momento. Sua vontade de melhorar para voltar à sua antiga vido desmoronaram, ele não queria mais aquilo... Que sentido havia se desde o início só decidira se curar por ela?

Três dias depois de Alec retornar a viagem e de levar uma bela bronca dos superiores do local, o mesmo enfermeiro que lhe trouxera a notícia da mensagem de Annabelle adentrou seu quarto com um envelope branco em mãos.
- Acabou de chegar para você, rapaz. - Murmurou o enfermeiro sorrindo e entregando o envelope a quem estava endereçado.
- De quem é? - Alec perguntou sem ânimo algum.
- Não sei, estava escrito apenas: De AMK. - O homem de ombros, logo saindo do quarto.
Alec ficara confuso, quem diabos poderia ser AMK? Apenas abrindo o envelope para tentar decifrar o mistério...

Abriu o envelope com cuidado, e de lá de dentro retirou um papel amassado, e quando prestou maior atenção reconheceu a própria caligrafia ali. Era a mensagem que havia atirado contra a janela do quarto de Annabelle...

"Aqueles bilhetes que você me escreveu, guardei todos.
Eu pensei muito sobre como te escrever de volta esse outono, em cada simples letra e em cada simples palavra, estará uma mensagem escondida sobre um garoto que ama uma garota.
Você se importa se eu não sei o que dizer? Você vai dormir essa noite, pensará em mim? Vou esquecer isso... Fingir que está tudo bem? Fingir que existe alguém por aí que se sente como eu?"

Ele suspirou... Ela havia devolvido sua "carta" com os dados que havia deixado para trás na tentativa de que ela sozinha descobrisse onde ele estava... E ela descobrira... Claro que ela descobrira! Era sua Belly!
Mas por mais que estivesse satisfeito, e talvez até orgulhoso de Annabelle por ter descoberto seu paradeiro, estava frustrado. Ela devolvera sua carta...
Foi então que resolvera virar o pequeno papel, e lá estava, aquilo que ele queria ver.

"Aquele bilhete que você me escreveu, guardei comigo.
Pensei muito em como te escrever de volta esse outono, em cada simples letra e em cada simples palavra, estará uma mensagem escondida sobre uma garota que ama um garoto...

Não, eu não me importo que você não saiba o que dizer, sempre conseguimos nos entender sem palavras, não seria diferente agora. Sim, eu dormirei esta noite, mas não pensarei em você, pensarei em nós. Não quero que esqueça ou que finja que está tudo bem, porque não está, mas poderá ficar; você não precisa fingir que existe mais alguém no mundo que se sente como você, tenha certeza que existe.
Sinto sua falta, mais do que nunca
Vejo você em breve
Belly"

Alec sorriu.
Existe alguém no mundo que me compreende melhor que ninguém. Existe alguém no mundo que se importa. Simplesmente existe.

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Nota: Eu não lembro bem de como essa história surgiu, acho que foi escrita para um especial do finado All Time Fics HAHAHHA
Ela foi baseada na música "There Is" do Box Car Racer (dobradinha de BCR! \o/) e eu até estava pensando em criar uma pequena continuação. Mas vamos ver, né? DASNOIASNDO

xx

Pequenas HistóriasWhere stories live. Discover now