In Love - Conto

In Love

Boa noite corações! Nesta noite especial de véspera de natal, presenteio vocês com este conto como uma forma de retribuir todo carinho que tenho recebido por vocês. Que vocês tenham um natal abençoado e cheio de amor.

São os meus mais sinceros votos. Um beijo enorme no coração de vocês!

Feliz Natal!

Ângela Rachel

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— Vamos, levanta! — finjo que não ouço.

― Eu sei que você não está mais dormindo, Kessie! ― mas que chata!

― Você é um pé no saco, sabia? — emburrada, levanto relutante da cama. Minha cama quentinha e confortável.

― Eu sei que você está tentando prolongar isso, mas tem que voltar ao trabalho! ― retiro minha camisola e entro no banheiro.

― A desculpa de uma virose não vai mais rolar hoje. Você pode ser demitida, está me ouvindo? ― entra no banheiro logo atrás de mim.

Por que mesmo não tranquei a maldita porta?

Tomo meu banho e mesmo de olhos fechados, sei que ela ainda permanece no mesmo lugar. Ela não desiste. Termino, enrolo uma toalha em meu corpo e passo por Dafine, que ainda está na porta e me encara com os braços cruzados. Ela consegue me intimidar mais que minha mãe.

― Eu sei que você se sentiu humilhada ― faz uma pausa ―, mas temos um aluguel para pagar, não podemos nos dar ao luxo de sermos demitidas! ― pego uma calça jeans, uma camiseta, um casaco e me visto.

― Diz isso porque não foi com você! ― por fim resolvo falar. ― Com que cara eu vou chegar naquela lanchonete hoje?

― Com a cara de alguém que precisa pagar suas contas!

― Você venceu, satisfeita? ― termino de calçar minhas meias e botas.

― Com certeza! — ela bate palmas e reviro os olhos em resposta.

― Nos vemos na faculdade! ― digo, após pegar minha bolsa.

― Ah, e não pense que não sei que tudo isso teve um lado bom! — pisca pra mim. Saio batendo a porta. Enquanto faço meu percurso até a faculdade, relembro o ocorrido de dois dias atrás.

― Kessie, mesa trinta e sete! — Josh fala. Pego no balcão uma bandeja com algumas bebidas e me dirijo para a mesa; porém, no meio do caminho, tropeço em algo e acabo caindo, derrubando todo o conteúdo da bandeja por cima de mim. Estava completamente encharcada com vários líquidos diferentes. Ainda desnorteada com a situação, quase não percebo as risadas à minha volta. Uma risada em especial me chamou atenção. Não só por parecer a de um pato entalado, mas também por se tratar da Jessie. A garota metida a popular da faculdade. Ela e seu bando de carniceiros não perdiam a oportunidade de humilhar e pisar em alguém. Lembro bem o que passei quando era apenas uma caloura assustada, mas isso já é outra história. Por que isso teve que acontecer? E por que logo na frente deles? Juntando os cacos, não os dos copos, mas os meus, tento me recompor.

― Precisa de ajuda? ― ouço uma voz calma e confortante me oferecer sua ajuda, pois ainda não tenho a coragem de olhar para ninguém sabendo que sou motivo da risada de todos.

― Obrigada, você pode pegar os copos que estão espalhados? ― peço, ainda de joelhos no chão.

― São apenas copos. Há coisas mais delicadas que não podem estar no chão! ― pisco sem entender bem a profundidade de suas palavras, quando sinto mãos firmes à minha volta me levantarem. Finalmente decido encará-lo, afinal, foi o único gentil comigo. Comprimi meus olhos tentando lembrar-me de onde o conhecia. Sua estatura e corpo másculo quase competiam com sua expressão totalmente amigável e acolhedora. Esse contraste o tornava lindo. Por um instante quase esqueci meu momento embaraçoso.