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Tudo começou quando eu tinha 13 anos, naquela época eu morava com meus pais Igor e Lúcia numa humilde residência em um bairro pobre em Nova Orleans. Porém, havia um problema em nossa questão familiar.

Meu pai era alcoólatra e isso era nítido ao vê-lo chegando em casa com as pernas "trançando" e uma garrafa em baixo do braço.
Isso era algo que não afetava só ele, mas à mim e minha mãe também.

Toda vez que ele saía do trabalho, ele ia direto ao bar com os colegas e ao chegar em casa, nos abusava sexualmente enquanto estávamos dormindo. Uma vez, como toda criança ingênua, fui perguntar o motivo desses acontecimentos e tudo o que recebi foi a violência, ele me batia, pode-se dizer que me espancava só por olhar meus hematomas e arranhões, vezes que ele me jogava nas quinas dos móveis e eu tive que ir rapidamente para o médico por conta de hemorragia.

E ao ler todos esses acontecimentos, você se pergunta - "E a mãe? Oque ela fez?"- . Minha mãe também foi uma vítima pois ela não conseguia enxergar o que estava embaixo do seu nariz. Tudo o que ela fazia por mim era me levar ao médico quando as coisas ficavam graves e o consolo de sempre, - "Filha, ele só quer seu amor e seu carinho, só quer o seu bem e sua felicidade!! Quando ele estiver mais calmo, ele irá se redimir, se desculpar e te dizer que não é culpa dele, ele está sob o efeito de álcool e não sabe o que está fazendo!!" - .
Eu, como era uma garota muito idiota, eu acreditava em tudo!!

Até que um dia, minha mãe foi ao mercadinho da esquina e me deixou sozinha em casa dormindo... De repente eu acordo assustada com o barulho do portão, vou correndo até a porta para ver se é a minha mãe, mas infelizmente não era, e sim meu pai chegando em casa de cara cheia!!

Ele abre a porta e me pega, vai tirando meu pijama de unicórnio rosa e é quando minha mãe chega e me tira dos braços dele, então ele tenta abusar da minha mãe com raiva da atitude imediata dela... Eu fiquei extasiada com o que estava vendo e não consegui me mexer por alguns minutos, apenas aterrorizada.

Eu não aguentava ver aquilo, então me lembrei de algo que tinha visto em uma das gavetas e fui correndo para o quarto dos meus pais, pego a arma do meu pai que ele usava no antigo trabalho - por mais irônico que seja, meu pai trabalhava como policial -.
Saio correndo em direção da sala e aponto para ele, ele me olha e diz com um olhar frio porém com um sorriso malicioso e nojento, - "Minha menininha, eu sei que você gosta dos 'agradinhos' do papai, você não teria coragem de atirar, teria??" -, continuo com a arma apontada para ele, ele se levanta e vem em minha direção fazendo um movimento brusco que me assusta e faz com que eu atire nele!!

Minha mãe me olha assustada e desesperada, e me olhando como se eu fosse uma abominação, ela começa a gritar comigo, - "Sua assassina, eu amava tanto seu pai!! Por que fez isso??" -.

Eu dizia que só queria proteger a mim e à ela, mas ela dizia que eu era egoísta e que só pensava em mim, que eu não pensava no amor que ela tinha pelo meu pai!!

Nos dias seguinte, minha mãe acordava e não conseguia nem olhar na minha cara, apenas falava coisas que eu nunca imaginei que eu ouviria dela, - "Eu sempre soube que você foi o erro do meu casamento com Igor" "Você nasceu e virou o Igor de cabeça pra baixo, ele não tinha direção e agora ele está morto, saiba que eu nunca te quis!" -.

E a minha cabeça ficava a mil, eu me culpava mas meu coração dizia para que eu me acalmasse porque se não fosse aquele tiro nenhuma de nós estaríamos vivas e eu fiz para proteger minha mãe mas ela não enxergava a gravidade do problema e até onde tudo isso tinha chegado, ela ainda não enxergou a realidade!

Depois de algum tempo era nítido em seus olhos o quanto ela me culpava e odiava.
Eu vi ela jogando todas as minhas coisas numa mala e entregando-a para um moço que tinha muitos papéis em mãos. E foi aí que eu entendi, - "minha mãe me doou para um orfanato, ela realmente teve a coragem de me abandonar" -.

E algo que me impressionou, foi o fato de eu não ter chorado ao ir embora. Na verdade tudo ali me fazia mal, até a presença da minha mãe era tóxica, as lembranças da minha infância não eram boas, então eu simplesmente deixei tudo para trás.

Apesar de ter deixado tudo que era ruim para trás, algo não me deixou e ficou grudado em mim. O fato de ter matado meu pai e esse ser o motivo de estar no orfanato, simplesmente assustou todas as crianças como se eu fosse um monstro. E por mais que eu tentasse me explicar, algo fazia com que as coisas piorassem, as pessoas em geral me tratavam mal mesmo sem saber da história completa e isso foi  me afetando psicologicamente.

Tudo em mim amedrontava os que estavam a minha volta e eu não sabia o porquê.
Até fizeram uma brincadeira relacionada a mim, que era: Jasmine,Jasmine... Era uma garrafa, que se o lado que tinha a tampa parasse em alguem, essa pessoa seria assassinada por mim, e o outro lado salvaria as pessoas!! - "Sim, era uma brincadeira muito cruel..." -.

Ao longo do tempo, as pessoas não foram esquecendo e eu fiquei mais angustiada ainda, e acabei aceitando e me apegando a sugestão maravilhosa!!

Sim!! Vocês ganharam. TODOS!!
EU, Jasmine Collins, sou finalmente pra felicidade de vocês, uma ASSASSINA, e já matei 55 pessoas - e nem todas eram meus amiguinhos do orfanato, eu deixei uns três pra contarem história - !!! Estou orgulhosa!! E vocês??

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