Universo De Coisas Que Eu Desconheço

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OIIII GALERA, esse capítulo demorou um tiquinho pq eu tava viajando e tals, mas o próximo não vai demorar!

Boa leitura!

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                         DAZAI POV.                

Não compreendo, a dor física e mental me consomem a cada segundo do qual eu sou obrigado a viver, invadem grosseiramente minha alma, sem sequer pedir licença.

  Eu me vi capaz de escutar minha própria respiração, tão ofegante, parecia implorar por misericórdia, meu peito doía a cada suspiro pesado que eu ousava dar por pura necessidade do meu próprio corpo.

  Minha visão está escura, me sinto preso em uma caixa jogada em um armário, sem utilidade, apenas ali, despachada como se fosse nada, uma simples caixa vazia, por mais que eu ainda estivesse presa nela.

  É estranho, eu tenho plena certeza de que a casa está silenciosa, afinal, meus pais estão cada um em um canto, minha mãe está na sala e meu pai está deitado no quarto, mas meus pensamentos tentam a todo momento me alertar sobre um certo perigo mental, um que eu sei que não corro, ou talvez eu pense que não, é tanta agitação, estranheza, barulho, muito barulho.

  Declínio total.

    Por que aquela ponte na beira da estrada me pareceu tão convidativa? Ela me chama, tenho certeza, mas para que? Talvez eu saiba quando for até lá.

  Difícil seria compreender de onde surgiu tanto alvoroço, não tenho certeza de que esses gritos estridentes estão vindo da rua, como pode várias pessoas gritarem tão alto? Ah, claro, não podem, não tem ninguém gritando, sou só eu, comigo mesmo, minha mente berrando contra si, ditando coisas horríveis, tudo que já me foi dito.

   As vozes eram tão fáceis de se reconhecer, por mais que as crueldades ditas por elas sejam embaralhadas, confusas e, acima de tudo, insuportáveis. Vinha das pessoas que eu mais amava.

   Meu corpo se afundou no colchão e, antes que eu perceba, um dos diversos cortes, que minha mãe fez questão de que fosse bem fundo, pôs-se a sangrar novamente. Merda, sujou minha nova atadura, eu a coloquei agora de pouco, e se…

   Meus ouvidos captaram um grito estridente, agudo, era minha mãe raivosa, estressada pela vida de merda que foi obrigada a ter. Minhas mãos cobrem quase instantaneamente minha orelha, eu quero chorar, tudo arde, meus olhos, meus machucados, parece que até os antigos se reabriram com tudo isso. É muita dor, mais do que eu sou capaz de suportar.

   O silêncio tomou conta do lugar depois do grito, mas é claro, apenas um silêncio físico, mentalmente já é outra história. O grito de minha mãe se repetiu na minha cabeça por mais vezes do que eu poderia realmente contar.

   Sua voz soava horrenda, matutava em minha mente, me xingando de tudo e mais um pouco.

“Eu me arrependo de ter te parido, você e aquele Imprestável do seu irmão”.

Aí, doeu, ouvir isso com apenas 6 anos foi um pouco traumático, eu confesso.

Não se engane, essa foi a coisa mais leve que ela já me disse, mas sinceramente não dói tanto, não quando as ações costumam doer mais do que palavras.

  Me lembro como se fosse ontem.

  Minha mãe, a mulher que supostamente deveria me amar, estava sentada no sofá, não mexia um músculo sequer. Eu era pequeno, até demais, meus pais estavam em uma briga fervorosa a uns 30 minutos atrás e depois cada um correu para um canto, eu não entendi nada, meu pai saiu de casa como uma fera saindo da jaula e minha mãe se sentou no sofá, melancólica até demais. Meu irmão me protegia, ele estava me abraçando de uma forma que eu nunca tinha sido abraçado antes, de sua boca saiam murmúrios quase inaudíveis, mas de uma frase eu me lembro bem, “aguente firme, irmão, eu tô’ aqui, vai ficar tudo bem, eu sei que vai, sempre fica, sempre… sempre?” ele dizia em meio ao próprio choro, se parecia mais uma autoajuda do que com uma consolação, ele me dizia o que gostaria de ouvir, eu não o entendia, e gostaria de continuar não entendendo.

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⏰ Last updated: Feb 09 ⏰

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Dupla caótica; SoukokuWhere stories live. Discover now