Mais um brinde no Ritz

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Uma noite linda na grande cidade de Londres, era véspera de natal, às ruas cobertas por uma leve camada de neve e a noite de domingo com ruas eram enfeitadas com o clima natalino, e claro, de pessoas, cada tipo delas, casais apaixonados, solteiros a procura de um amor, divorciados em uma luta, porém, alguém era diferente naquela multidão.

O carro preto antiquado sai deslizando pelas estradas movimentadas, outras pessoas veem como um vulto, até buzinam dizendo coisas horrendas, mas seu motorista não estava nem ligando, focado em seu objetivo dado de repente.

De cabelos vermelhos e óculos de sol em plena luz da noite, sua figura é séria, com ambas as mãos no volante, considerando uma delas um pedaço de pergaminho pequeno com as palavras tão delicadas quanto o próprio autor.

“Crowley, me encontre no Ritz, às 22h, na nossa mesa.”
“~ A. Z. Fell.”

Mesmo ter sido destruído pelo mesmo anjo a não tanto tempo atras, lhe aceitou o convite repentino por mais informal que seja colocar tal bilhete no pára-brisa de sua Bentley, de forma milagrosa não caiu até a chegada do demônio.

O local iluminado era muito familiar para o imortal, também, qual lugar não é? O Demônio da uma olhada em seu relógio, 5 min para as 22h, fez questão de chegar cedo para seu anjo, que ao olhar, percebeu que o santo fez o mesmo, na mesma mesa milagrosamente vazia.

– Você veio! – O anjo olha para cima vendo os cabelos avermelhados do demônio, se levanta arrumando seu sobretudo um sorriso pequeno conjunto com uma expressão nervosa.

– Você chamou. – O demônio negando cerimônias, se sentou em seu lado da mesa, olhando para o anjo que logo se senta.

Após fazerem seus pedidos, os dois permanecem em um silêncio curto, porém ensurdecedor, ambos estavam tensos, mas não iriam deixar isso estragar o momento deles juntos depois de um longo tempo separados.

– Eu errei, Crowley, eu errei, peço perdão! eu me arrependo amargamente, não deveria ter te deixado – Era nítido que Aziraphale tinha planejado o que falar, mas no momento do nervosismo, o anjo ficava sem roteiro, olhava para a mesa e as janelas com a tentativa de se acalmar tocando em suas mãos massageando as mesmas, sua ansiedade a mil, o demônio percebia o desespero do amado, mas permanecia calado, queria lhe dar tempo para pensar, sabia como seu anjo funcionava, dando seu tempo e tranquilidade sem o interromper, se mantém sentado com o cotovelo apoiado sobre a cadeira, seus óculos escuros ocultando seu olhar dolorido.

Os pedidos chegaram, duas taças de vinho tinto e um delicioso prato de petit gateau para o anjo, não demorou muito para Aziraphale se atacar no doce na intenção de ter algum tipo de conforto ali.

— Você sabe… não foi um ato conta você, eu queria você lá, mas… enfim, é para um mundo melhor! — Aziraphale conseguiu construir um argumento mesmo sob essa pressão colocada por ele mesmo em sua cabeça, de modo irracional, o anjo sorri de forma nervosa para o demônio que permanece com a mesma expressão, mas com algo a dizer.

— É Interessante você admitir que me deixou, deixou a nossa existência pacífica aqui. — não podia evitar de notar o ar de deboche em sua fala, o demônio estava armado aos dentes para a situação, não abrindo espaço para recaídas.

— Não fale assim, Crowley. — disse o anjo sentindo o olhar sobre si, os olhos claros com pupilas em formato de estrelas focam na mesa, nada a mais e nada além. Sua voz saiu como uma súplica silenciosa de tão baixa, suas mãos estavam começando a ficar suadas de tanto apertar-las.

— Não falar como? — Ergueu uma sobrancelha negando brevemente com a cabeça — A verdade? Eu disse algo que não é condizente com o que aconteceu? — o demônio demonstra seu tom movimentando sua cabeça, sempre expressivo.

Déjà Vu - Fanfic Aziracrow Où les histoires vivent. Découvrez maintenant