Ótimo jeito de não ser pega, Juliana...

— Deixa ela fingir — Vinícius se intrometeu, virando o rosto em minha direção para lançar um sorriso confiante e ladino. O idiota. — É o que você faz de melhor. Não é, princesa?

Revirei os olhos, detestando o tom abusado em sua voz grave, que não deveria soar tão bem pronunciando a droga do apelido que já ordenei para não usar.

— Não, não é — rebati, brava de repente. — E para de me chamar assim. Já disse que odeio esse apelido.

O babaca começou a rir, se divertindo com minhas palavras nenhum poucos engraçadas, e Dante o acompanhou, deixando-me ainda mais furiosa e irritada.

— Por que estão rindo? — perguntei quase gritando.

Odeio que comecem a debochar de mim sem mais e nem menos.

Mas você faz isso constantemente — a enxerida soprou.

Cala a boca, eu não faço isso!

Sim, você faz.

Não, eu não faço!

Comecei a fervilhar de raiva e para conter meu intuito de descontar a frustração em outras pessoas — os dois idiotas, no caso —, respirei e respirei, mentalizando que sou uma pessoa civilizada e que não vale a pena me estressar com a intrometida, e muito menos, com os presentes no carro.

Pode ser que talvez eu deboche das pessoas de vez em quando, mas tenho certeza de que essa voz em minha mente não deveria usar este pequeno defeito para me julgar. Eu tenho defeitinhos também. Não muitos, é claro.

— Fingir é o seu dom, Juliana, este é o motivo — Vinícius murmurou presunçoso, meu nome saindo como um veneno de seus lábios.

Detesto quando ele usa esse tom comigo.

— Dizer que não gosto de algo é fingimento? — Arqueei as sobrancelhas, virando de lado para focar totalmente em seu rosto enquanto mantinha uma postura defensiva.

Um risinho nasalado escapou dele e o homem me olhou com desdém antes de tocar a ponta do meu nariz e dizer:

— Nós dois sabemos a verdade — então, o idiota piscou e voltou a focar no caminho, deixando-me sem palavras e furiosa.

Ponto para você, ursinho, entretanto, vou recuperar essa.

Quando paramos no restaurante, eu saí do carro emburrada, mas diferente de mim Vinícius parecia andar nas nuvens, caminhando com confiança e mantendo um sorriso triunfante nos lábios.

Babaca. Murmurei baixinho para que ninguém me ouvisse e andei para dentro, sendo acompanhada pelos dois homens. Paramos na mesa em que a cobra nos esperava, e ao me ver a mulher contraiu a mandíbula, furiosa presumo.

Pena que eu não me importo. Que ela chafurde em seu próprio veneno.

No entanto, a faísca no olho claro da megera não durou muito. Aline rapidamente se aproximou do Vinícius, sorrindo tão abertamente que quase paralisou o rosto na posição.

Fiz uma expressão de nojo e deboche, observando a cena, e pude notar o desconforto de Dante também. Infelizmente ele gosta dela, e adivinhem... não é recíproco.

— Que bom que veio, Vini — a voz dela soou mais fina que o normal, fazendo com que meus olhos se revirassem no processo. — Não posso dizer o mesmo de certas pessoas, mas estou feliz mesmo assim. — A cobra o soltou do abraço, revelando o sorriso tenso no rosto do idiota que é meu ex.

Afe, eu detesto essa mulher!

— Em algo concordamos — comentei, sorrindo falsamente para ela.

Obra do Amor - Série Obras Livro 2Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα