Seu corpo se paralisou, não respondendo muito bem a carga de feromônios negativos e não querendo machucar a mulher com a força com que sabia que daria sua resposta.

Ela o conhecia? Bem, isso não era exatamente uma surpresa. Embora achasse que se lembraria de ter se envolvido com alguém assim.

A tal Uyara se recompôs cravando as próprias unhas na marca incômoda e a fazendo sangrar para interromper o fluxo de sensações que a atordoavam. Seu alfa suspirou surpreso enquanto o ômega dela choramingava incomodado.

A beta de antes apareceu como se houvesse sido convocada, ou como se já esperasse uma reação assim. Ela trouxe consigo uma toalha preta macia e uma dose generosa de algum whisky do estabelecimento, na qual a superior aceitou com gratidão e bebeu de uma única vez enquanto usava o tecido felpudo para estancar o machucado.

- Auto agressão não era exatamente o comportamento novo que eu esperava encontrar vindo aqui. – Ele comentou com um tom provocativo, o que arrancou um sorriso dela.

- E eu não estava esperando que o alfa gostoso exalando perigo que me prometeram fosse fazer essa coisa acordar. – Seus ombros se ergueram em um gesto de descaso, mas seu corpo bonito se moveu para se sentar a sua frente, uma provável coragem induzida pelo álcool. – Já faz tempo que não o vejo, você conseguiu continuar com a mesma cara de idiota.

Seu cenho se franziu automaticamente, mas não conseguiu se sentir ofendido, por mais que não compreendesse o sentido por trás do comentário. Ela parecia estar muito ciente de que sua companhia não era algo simplesmente esquecível, porém tinha certeza que nunca havia se deitado com nenhuma outra ômega que possuísse aquele cheiro e aquela atitude além de...

Oh.

- Você mudou o seu nome! – Ele apontou acusadoramente com um rosnado e postura agressiva que não lhe rendeu mais do que um erguer de sobrancelhas.

- E você deveria ser o meu jantar de hoje, não um vínculo se intrometendo nos meus negócios! – Sobre aquela expressão despreocupada e arrogante no rosto dela, ele tinha certeza que era um reflexo seu de quando estava se divertindo.

- Eu não estou me intrometendo! Eu nem sabia que você estava no país, ou pelo menos viva! – Ele soou frustrado, sentia seu interior se remexendo em raiva e só piorava com a indiferença que ela estava demonstrando.

A mulher o analisava, mas além de sua repulsa inicial não parecia ter muito o que dizer sobre seu amigo ter reaparecido em sua vida. Ao menos seus olhos brilhavam, era a única coisa que lhe trazia a certeza de era bem vindo.

- Não por sua causa, pode ter certeza. – Sua voz não continha remorso ou qualquer coisa semelhante, o suficiente para saber que ela não o culpava.

Um milhão de cenários diferentes sobre como ela chegou até ali surgiram em sua mente, passando aceleradamente conforme a mulher buscava o próprio celular e digitava uma mensagem rápida para alguém. Ele viu aqueles lábios carnudos se curvando em uma linguagem predatória e não pode deixar de se perguntar o que diabos o mundo havia feito com ela.

Não que estivesse muito além de uma imagem amadurecida da ômega que foi sua parceira, mas, de alguma forma, ela não parecia a mesma. Era estupidez achar que ao se encontrarem toda aquela conexão voltaria, porém, saber disso não tornava o agora menos frustrante.

Aquela marca ainda era a sua, não era? Como isso podia ser possível?

- O que aconteceu com você? – Cada palavra veio arrastada com um misto de dor e vontade de se deitar na frente dela, com a barriga para cima para ser acariciado como um bom menino.

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