HOTEL CARO ━ gabigol

𝟒𝟎 | 𝐅𝐎𝐈 𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐄𝐍𝐓𝐈𝐑𝐀

— Prometo.

Ele me puxa só para me dar um beijo e, então, se deita na cama, me olhando enquanto levanto e mantendo os olhos fixos em mim, ou provavelmente na minha bunda, até eu desaparecer pra dentro do banheiro.

Faço o que eu disse pra ele. Tomo um belo de um banho.

Isso virou remédio pra mim. Às vezes eu só entro no chuveiro e deixo a água cair nas minhas costas e nuca. Me sinto em paz, relaxada.

Quando saio do banheiro e olho pra cama, Gabriel está o quê? Isso mesmo, dormindo que nem pedra. Nem o culpo por isso, muito menos o considero dorminhoco. A gente foi dormir tarde, assistindo uma série de terror. Ele ficou com mais medo que eu.

Visto uma roupa confortável, ajeito o cabelo molhado, penteando e deixando que seque naturalmente, e desço pra cozinha.

Eu até voltaria pra cama e tentaria dormir. Mas depois que acordo, não consigo dormir de novo logo em seguida. Provavelmente vou sentir sono só à tarde.

Por isso, é melhor eu me distrair enchendo a pança de comida.

— Bom dia — digo assim que adentro a cozinha e encontro Fabinho sentado à mesa, tomando um café preto e comendo uma torrada com manteiga enquanto conversava, ou melhor, flertava com a diarista.

— Bom dia! — Ele sorri empolgado em me ver e puxa uma cadeira para que eu possa me sentar ao seu lado. — Senta aí. Bia, traz um suco de laranja pra Lu, por favor.

— Sim, senhor — a garota diz. Provavelmente deve ter uns vinte e poucos anos, parece nova.

Pelo pouco que eu venho aqui, já percebi que eles não tem uma diarista fixa. Fabinho me disse uma vez que é porque sempre arrumava um problema e esse problema está totalmente ligado ao fato dos amigos do Gabriel, alguns até casados, ficarem com essas mulheres.

— Vai querer comer o quê? — ele me pergunta. — Um pão? Tem fruta também.

— Vou aceitar um pão — digo, pegando um fatia dentro do saquinho. — Valeu.

— De boa.

Bia coloca a jarra de vidro com o suco em cima da mesa, bem a nossa frente. Ofereço um sorriso pra ela e agradeço. De perto ela parece ainda mais jovem.

— Fico feliz que o Gabi tenha conversado com você e resolvido as coisas. — Fabinho me diz depois de encher dois copos com suco de laranja e me oferecer um deles, o qual aceito de bom grado. — Eu pedi pra que ele falasse com você o mais cedo possível.

— Falado comigo sobre o quê exatamente? — pergunto de volta, passando requeijão no meu pão.

Gabriel e eu conversamos sobre muita coisa. Não tem como eu saber exatamente o que nós dois devíamos ter conversado ou não.

— Sobre o namoro — Fabio me responde só para me deixar ainda mais confusa. Ele provavelmente vê minha testa franzida pois logo se explica: — ele e eu conversamos sobre como seria a relação de vocês agora. Já que terão um bebê, precisam agir como um casal diante das câmeras e publicamente. Assim nenhum dos dois serão prejudicados.

— Espera... — meu peito se aperta de repente começando a compreender. Respiro fundo e tento organizar meus pensamentos. — Onde você quer chegar? — Vou direto ao ponto.

— Gabriel aceitou o termo. Ele só precisava conversar com você sobre o acordo e o problema estaria resolvido.

— Acordo? — Estou tão confusa que chega a doer.

— É praticamente um acordo, não exatamente.

— Eu ainda não entendi.

— Olha, Luanna — Fabio se senta ao meu lado. — Pensei que ele tinha te informado sobre os termos por causa da foto de vocês dois que postou. Mas provavelmente ele não te disse, então eu irei te informar. Nós dois combinamos que seria ideal que vocês oficializassem uma relação. Não precisa ser nada escandaloso, tipo noivado ou casamento. Namoro seria o mais aceitável para ambos no momento. Gabriel aceitou de boa e disse que falaria pra você. Não sei como vocês vão acertar questões... — Fabinho fica meio sem jeito em como deve continuar. — Questões emotivas fora do relacionamento. Mas seria bom ter fidelidade durante o namoro. Isso até o bebê nascer, depois disso podemos pensar em priorizar a vida solteira de vocês.