4 - IGOR - PARTE 2

Începe de la început
                                    

— Que provas?

— Não posso falar sobre isso com você aqui, agora.

— Como ele conseguiu essas provas?

— Sury, não posso...

— Você me fez vir até aqui para dizer que o homem com quem vou me casar é um assassino. Precisa ser mais convincente do que isso, Oscar. Essas coincidências e especulações para mim, não são nada. Ainda mais vindas de você. Sua palavra não tem qualquer veracidade para mim. Você me ama? Quer me salvar depois de tudo o que me fez? Acha que vou acreditar nisso?

— Sury, eu juro que só estou tentando salvar você e a Sammy. Ele é perigoso e, quando perceber que vai perder tudo...

— Então me convença que está dizendo a verdade. Que provas Silas tem? Como as conseguiu? Me dê algo melhor do que coincidências. Eu não acredito em coincidências.

— Desde quando?

— Desde agora. Preciso ir.

Há o som da cadeira sendo arrastada, a porta do café sendo aberta e fechada, de passos, um carro passando, e depois é encerrada. Não consigo me mover, mal consigo respirar. Tantas coisas passam por minha cabeça e não sei por onde começar a assimilar tudo o que ouvi.

— Sinto muito — Sury diz baixinho e meus olhos se desviam para ela. — Isso foi tudo o que consegui que ele dissesse.

Sinto-me confuso. Ela chegou aqui tremendo, meio pálida até. Provavelmente por medo de mim, se acha que matei meus pais.

— Eu não matei minha família, Sury — digo, mas minha voz soa mais baixa do que pretendia.

— Eu sei que não. Isso nem passou pela minha cabeça.

— Como você sabe que não?

— Porque você ainda está de luto.

Surpreende-me que ela tenha tido a sensibilidade de perceber isso, mas me surpreende ainda mais que apenas tenha decidido acreditar em mim. Por acreditar. Ela é alguém que acredita nas pessoas, eu nunca fui assim e não entendo como ela consegue apenas acreditar.

Ela deve ter percebido a confusão em meu rosto, porque continua:

— Além do mais, se for para eu acreditar em um homem que ajudou uma maluca que nem conhecia a não se sentir humilhada ou em um homem que em três minutos de conversa tentou agredi-la, em quem acha que eu acreditaria? Você é bom, Igor. Você também viu bondade em mim.

Assinto, uma lágrima fujona escapa dos meus olhos e ela a seca. É um gesto automático. Chorar costuma me fazer sentir fraco, mas agora sinto-me apenas aliviado. Ela acaricia meu rosto com o dedo molhado e pede:

— Eu posso tocá-lo?

— Já está tocando.

Ela sorri e, do nada, sendo Sury, entende minha resposta como consentimento. Se lança sobre mim abraçando-me. A abraço de volta, prendendo-a nesse abraço. Suas mãos passeiam por minhas costas e descem por elas, até que ela se dá conta. Tenta afastar-se, mas não permito, rindo baixinho.

— Você... está nu?

O cobertor agora cobre da cintura para baixo. Onde Sury está acomodada.

— Só agora você percebeu?

— Você está mesmo nu! Está nu e quente! Muito quente!

Ela se afasta, mas a trago de volta para perto. Giro nossos corpos jogando-a de costas na cama. Seguro suas mãos uma de cada lado de seu rosto e deito meu corpo sobre o seu. Sua respiração está acelerada, o cabelo bagunçado no meu lençol branco. Os fios negros se destacam contra a palidez do lençol. Os olhos de mel até poucos minutos mais escuros, parecem refletir mais luz quando a olho assim, tão de perto.

— Não foi de propósito, Sury? Pular sobre mim, até pedir permissão para me tocar. Você sabia que eu estava nu. Está sempre tentando fazer sexo comigo.

— Não desta vez.

— Então devo libertá-la?

— Não foi o que eu quis dizer.

— Então o que devo fazer, linda Sury? Foi maldade a lingerie, você sabe que foi. Isso vai ter volta.

Ela sorri, um sorriso travesso.

— Você ficou excitado?

— Por longas e dolorosas horas — confesso.

Seus olhos de mel estão presos aos meus. Deixo uma de suas mãos para tocar seu cabelo. É macio, meus dedos deslizam pelos fios negros e se prendem entre eles. Sury aproveita a mão livre para tocar meu peito. Dura poucos segundos, impaciente, desce a mão para debaixo do cobertor e encontra a boxer que uso. Então empurra meu corpo com uma careta e olha para baixo.

— Você não está nu!

— O que exatamente você queria ver aqui embaixo, Sury? Eu acho que está obcecada pelo meu corpo.

— Seu corpo não, só seu pênis — confessa e se arrepende no mesmo segundo.

Uma risada me escapa e ela sai da cama, irritada.

— Oscar deve me procurar de novo para contar algo mais convincente, isso se alguma coisa do que ele disse for mesmo verdade. Mas eu preciso saber o que exatamente estamos procurando. O que Silas está fazendo contra você? O que há entre vocês? Como eu posso ajudá-lo? Se um dia você decidir que pode me contar alguma coisa, estarei pronta para ouvir.

Ela dá a volta na cama, pega o casaco e o celular e deixa o quarto. E percebo o quanto fui ingrato com ela e o quanto me sinto aliviado por ela ainda estar aqui.

DEGUSTAÇÃO - UMA PROPOSTA PARA O BILIONÁRIOUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum