01 | Almoço distante como as estrelas

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    Suspirou assim que o sinal tocou, Chuuya mal poderia esperar para ir pro horário de almoço e descansar após uma dura aula de matemática. Mas bem, sabemos como a alegria é algo momentâneo e seus desejos foram ouvidos pelo seu professor que o chamou quando ia se retirar da sala.

— Nakahara-san, poderia esperar uns instantes? — pediu Oda.

— Claro, Oda-sensei. — respondeu positivamente, mesmo contra a vontade.

— Obrigado. — sorriu levemente e pegou um papel de formulário. — Poderia entregar isso no clube de música?

— Sem problemas. — pegou o formulário, na verdade tinha sim problemas, graves que eram o fato dele estar com fome e não querer ir para a área dos clubes que fica no último andar do colégio, todavia ninguém conseguia recusar um pedido vindo do professor mais gentil dos que tinham naquele colégio.

— Agradeço.

    Chuuya se virou e foi para o seu destino enquanto via o formulário enorme que eles iriam preencher.

"Essa quantidade de coisas chega a dar tonteira só se olhar." pensou e guardou o papel. "Meu almoço vai ser atrasado por causa disso." afirmou irritado. Após chegar na sala onde seria o clube de música, ele abriu a porta sem qualquer aviso.

— O Oda-sensei pediu para entregar pra vocês. — estendeu o papel para o primeiro que viu, Tachihara suspirou e pegou o formulário.

— Mais papel, eu não aguento mais papel. É tanto formulário que me dá dor de cabeça.

— A ideia de criar uma banda e um clube de música foi sua. — apontou Higuchi. — Tá aí as consequências.

— Se eu soubesse delas nem teria ido até a casa do diretor pedindo isso.

— Nem precisou, o Oda-sensei que te ajudou. — afirmou Chuuya com as mãos na cintura. — Você só foi ignorado e a filha dele ainda te jogou um balde de água gelada.

— Aquela pestinha. — bufou. — A Gin nem pra me avisar que ela tava se aproximando.

    Gin que o encarou como se a resposta fosse óbvia. Higuchi o encarou também e em seguida conteu o riso. Chuuya não sabia o que pensar, se Tachihara era burro ou sofria de Alzheimer.

— Como uma MUDA iria te avisar estando DO OUTRO LADO DA RUA que tinha uma criança carregando um balde de água chegando perto de você? — indagou levantando a sobrancelha, Tachihara soltou um "a" incrédulo, havia se esquecido totalmente de que Gin era mudo.

— DESCULPA GIN, EU ESQUECI COMPLETAMENTE!

    Gin deu de ombros sem nenhum ânimo pois sabia que aquilo não era novidade vindo de Tachihara.

— Você é um babaca. — disse a loira desenrolando os fios da caixa de som. — Já arrumou alguém que sabe consertar instrumentos?

— Ainda não, ninguém dessa escola de pobre sabe. — reclamou, então encarou Chuuya. — Chuuya, cê já foi violinista né?

— Sim. Mas não sei consertar cordas de nenhum instrumento. — respondeu seco.

— Nossa seu seco. — resmungou da frieza de Chuuya. — Cê não conhece ninguém não?

— Não, e eu já estou indo. — virou-se e caminhou para fora da sala quando Tachihara gritou:

— Por favor arranja alguém que conserte isso! — mostrou o violino que estava com três cordas soltas e um pedaço da madeira lascada, um estado decadente.

— Quem é o responsável por esses instrumentos?! Olha o estado disso!

— O próprio Tachihara.

— Eu o caramba! Quem cuida disso é a Gin.

𝗛𝗶𝗸𝗮𝗿𝘂 𝗡𝗮𝗿𝗮 | 𝙎𝙤𝙪𝙠𝙤𝙠𝙪Where stories live. Discover now