Capítulo Único

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Os olhos esverdeados de Minerva fitavam desconfiada a entrada do seu apartamento. Pensou no motivo de não estar conseguindo acender as luzes, mesmo que o corredor atrás de si estivesse iluminado, jogando no lixo a possibilidade de ser um apagão.

A morena pesquisou em seus pensamentos a última vez que havia pago a conta de energia,  mas logo lembrou-se que, além das contas estarem em dia, sempre as pagava adiantado. Outra teoria era jogada no lixo e a deixava cada vez mais desconfiada no que estava acontecendo.

Após considerar muito, ela finalmente entrou em seu apartamento e fechou a porta. Minerva pegou o seu celular em sua bolsa e ligou a lanterna para procurar algo que poderia usar na cozinha para defender-se ou pelo menos ameaçar. Ela pegou sua maior frigideira e respirou fundo, depois foi até a porta que ligava a cozinha até o resto dos cômodos da casa.

Você consegue e não tem nada a temer, nas melhores hipóteses é apenas uma assombração” dizia para si antes de abrir a porta.

Ela escondeu a frigideira atrás do seu corpo e com a mão livre, apontou a lanterna para todo cômodo, que também estava escuro. Ela estava analisando tudo com lentidão e cuidado para ter certeza que nenhum detalhe escapava de sua mente, mas quando estava quase terminando, a luz acendeu e a cegou por um instante.

— Feliz… Minerva, o que você está escondendo aí atrás? — perguntou uma voz masculina que a morena tanto conhecia.

A morena, ainda com os olhos fechados, colocou seu celular na sua bolsa e logo depois, esfregou os seus olhos. Demorou alguns segundos até que a visão dela se ajustasse e pudesse enxergar o seu estimado amigo, Rogue Cheney.

— Uma frigideira — disse, revelando o item de cozinha. — Basicamente, eu iria usar para me defender, seja um fantasma ou um simples ladrão.

Rogue olhou para o objeto e depois para ela, mas não conseguiu segurar sua vontade de rir e acabou caindo na gargalhada.

— Acha mesmo que iria conseguir ferir um fantasma? — perguntou entre as risadas.

— Você está duvidando da minha capacidade — disse ela com um bom humor. — Então, por que está aqui em casa? E consegue explicar o motivo da luz da minha cozinha não estar acendendo?

— Queria fazer um clima de suspense, então coloquei uma lâmpada queimada no lugar — disse com um pouco sem jeito e começando a  arrepender-se da ideia, por estar vendo o quão idiota ela era. — Sobre eu estar aqui…

Orland observou atentamente o seu amigo e a falha em sua voz enquanto estava procurando palavras ou uma boa desculpa para lhe dar. Os olhos esverdeados dela rapidamente notaram que o rosto dele estava ganhando uma coloração avermelhada e ela não pode evitar sorrir.

— Eu queria fazer uma surpresa de páscoa, mesmo que ela tenha sido ontem. Eu sei que hoje é seu aniversário e você não gosta de comemorar, então resolvi que poderíamos comemorar a páscoa. Comprei ovos trufados para você.

Mesmo estando tímido com aquela situação, ele foi até o sofá e pegou uma caixa média de papelão branco e depois levou até a direção de Minerva. Rogue entregou a caixa nas mãos dela, enquanto pegava a frigideira.

— Aqui dentro tem quantos trufados? — perguntou encantada enquanto mentalmente tentava descobrir o peso da caixa.

— Eu comprei apenas dois. Um é com recheio de maracujá e outro de prestígio com morangos — comentou, ajudando-na a abrir a caixa e revelar os ovos de chocolates.

— Meus favoritos! — murmurou, observando encantada os doces.

— Eu sei.

— Só você está aqui? Sting e nem a Yukino irão aparecer, jogando confetes e me desejando feliz aniversário? — perguntou, enquanto ela esquadrinhou a sua sala e as portas que levavam para o seu quarto e o banheiro.

— Eles não vieram. Apenas eu — contou timidamente.

— Eles estavam com medo

surtar e virar um demônio? — provocou e, com o silêncio do seu amigo, ela viu ser verdade. — Vocês têm uma impressão muito ruim de mim. Bom, já que eles não vão estar aqui, vai até à cozinha e pega duas colheres para devorar esse chocolate até os dentes doerem.

Rogue acenou e estava indo na direção da cozinha, mas parou para observar a morena que colocava a caixa delicadamente sobre a mesa.

— Minerva, você me mandou pegar as colheres, porque está com medo das luzes não estarem acendendo?

— Oxé! Acha mesmo que estou com medo do escuro? Sou eu a pessoa que te arrasta para ver os filmes de terror com uma chuva intensa ou para as casas de terror. Onde já se viu, Minerva Orland com medo!

— Mas você não tem medo dessas coisas por saber que é uma ficção, mas quando é espírito e uma probabilidade do móvel se mexer sozinho, onde não tem nenhuma explicação científica, logo fica apavorada. Mesmo que banca a durona, é apenas uma menininha com medo do escuro — comentou com um sorriso humorado.

— Ha, ha, ha. Eu achei muita graça. — Ela revirou os olhos. — Não acha muito feio tentar me assustar com meu medo de cozinha sem luz, principalmente por ela estar ao lado da porta da entrada. Por um momento pensei ser um Demogorgon — disse cruzando os seus braços e olhando com reprovação para Rogue.

O moreno estava ficando com raiva de si mesmo da suposta brincadeira que tentou fazer com a pessoa que gostava, mas ele acabou olhando confuso para ela por ter citado o monstro de Stranger Things. "Mas o Demogorgon não aparece com as luzes piscando?" Questionou.

— Bom, eu irei deixar essa passar já que você gosta de mim. — ela concluiu.

Rogue piscava sem acreditar nas palavras de Minerva e não podia evitar sentir suas bochechas e até mesmo suas orelhas esquentarem.

— Como…? — perguntou ele em um sussurro sem acreditar.

— Como eu descobri os seus sentimentos em relação a mim? Bem, o senhor não é a pessoa mais discreta nesse quesito — disse com um sorriso enquanto caminhava em sua direção. — Mas esse lado é o que eu mais acho fofo.

Estando próxima o bastante do moreno, ela beijou sua bochecha e não pode evitar adorar ver o rosto dele ganhando vários tons de vermelho.

— Mesmo que eu tenha descoberto, espero uma linda confissão sua. O que acha de fazer no meio do labirinto do terror?

— Nem que a vaca tussa — respondeu logo depois de seus pensamentos organizarem-se. — Vamos discutir isso após pegar as colheres. Vou contar com detalhes meu plano de ser naquela lanchonete temática que você tanto odeia, por ser totalmente rosa e com vários corações.

— Espero seriamente que seja mentira sua e que esteja querendo apenas me provocar.

— Será? — questionou com um sorriso malicioso.

~★~

G

ostaria de agradecer @Nmotivos (user do Spirit) que fez uma rápida olhada por cima e me ajudando nos erros enquanto a história não é betada.
Esse capítulo foi betado pela maravilhosa @Brigtter  ( User do Spirit) e a leitura critica pela @Blannchan (User do Spirit) . Muito obrigado as duas!
@Kuriyama_nyah ( user do Spirit) por ter feito essa linda capa. Essa história só pode ganhar a vida graças a @FTU ( no Spirit também)

Surpresa de páscoaWhere stories live. Discover now