Capítulo 20- Um lugar à minha espera

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O silêncio preencheu o vazio de minha palavras e Christopher sentara-se ao meu lado da cama, puxando o rosto, que tentara esconder com tanto afinco de seus olhos.

-Eu não gosto quanto você chora...-adimitiu, tombando seu rosto ladinamente em tons melancólicos. Suas mãos arrastaram meu corpo contra o seu, preenchendo o frio do quarto com o calor de nossos corpos-Me desculpe por ser rude...-sussurou contra meus cabelos, agora, espalhados e desorganizados por seus braços-Estou aprendendo, Megan, espero que tenha paciência comigo...

Uma idéia perpassou a minha mente agitada, forçando o choro a retomar seu curso. Logo um suspiro contra sua camisa foi o suficiente para notar a dor visível em seu rosto.

-Não chore, não chore...-sussurava como uma canção de ninar em meus ouvidos, balançando-me frenecamente sob seu colo-Não tenha medo, Meg...Eu sei como é ser pai tão novo; o desespeiro que consume sua alma e o nervosismo que corrói suas veia. Mas o amor que sentira por essa criatura superará tudo o que jamais sentiu na vida...-suas mãos desceram para entrarem em contato com minha barriga coberta pelo tecido. Sua cueca, embora muito larga, servia-me de shorts sossegados-Se pensas que já amou; descobrira que o amor que sente nunca poderá ser superado por nada em vida. Se pensas que já teve medo; o seu maior medo será acordar e não poder abraça-lo. Se pensar que nunca houve coragem para matar; matara por ele-constatou abraçando-me com mais força, tentando transmitir qualquer coisa que estivesse presa em seu peito-Minha ex-mulher uma vez cogitou em abortar e antes mesmo que eu pudesse ver o rostinho de minha bebê, eu podia senti-la todas as vezes que chutava em sua barriga. A ligação que tinhamos não poderia ser ameaçada por ninguém. E se acaso ela tivesse feito, Megan, eu juro, teria matado-a sem remorsos!

-E onde está sua filha?-questionei limpando minhas lágrimas com as mangas da blusa. Seus olhos iluminaram-se e poderia me ver refletida perante a penumbra em que estavamos à pouca luz. Foi o primeiro sorriso que vira Christopher desmostrar e como imaginava, havia uma terrível e inconfundível covinha em sua bochecha direita-Segura!-constatou levantando-se comigo em seus braços, soltando-me ao chão relutante.

Caminhei até o corredor segurando contra o batente da porta. Já poderia sentir o cheiro do jantar ser preparado e os tempeiros tomarem o lugar do odor amadeirado e masculino. Meu olhar encontrou a grande silhueta de Christopher preparando o lugar ao qual me deitaria mais tarde, embora muito concentrado, minha voz persoadiu-o a me encarar:

-Sinceramente, não acho que alguém está a minha procura. Vocês mataram todos os meus amigos...-comuniquei a espera de flagar suas expressões culpadas, mas apenas a confusão reinou sob o franzir de sua testa e o contorcer de seus lábios.

Desci as escadas seguindo o cheiro maravilhoso, encontrando Antônio de costas para mim, imperceptível até então, enquanto cozinhava concentrado sem camisa, expondo seu físico inigualável e pele coberta por tatuagens sombreadas. Minhas respiração regular cedeu a frenética em questão de segundos. O choque perpessou a ponta dos meus dedos até completar toda a curvatura de meu corpo, alertando-me. E antes que pudesse correr, seus olhos se encontraram ao meus. Analisando-me. O verde esmeralda tornou-se quase negro. E como de manhã, quando pensara que iria me atacar, o homem cedeu dois passos a frente, rígidos e contidos. Suas expressões assutadas me diziam que estavam a ver uma miragem ou espécie de fantasma. Mais um passo e meus pés cederam a corrida para o quarto, a procura de Christopher, no entanto, o paredão de músculos chocou-se contra mim de forma brusca.

Suas mãos firmes agararam meus braços frágeis, recompondo-me de volta aos pés antes que meu corpo estivesse estirado contra o assoalho. Seus olhos castanho e profundos tinham  um ar cômico e debochado. E logo o medo esvaiu-se, transformando-se em puro ódio.

-É divertido como foge de um cômodo se Antônio estiver nele...Será engraçado presenciar, já que, a cabana não possuí muitos...

-Pensei que Christopher estivesse alertado para não chegar perto de mim! Minha presença é tão almejada que não consegue se manter distante?-vociferrei perturbada contra seu aperto que não se afrouxava.

De volta à Cabana (Disponível Por Tempo Determinado)Onde histórias criam vida. Descubra agora