"História Em Andamento"
Livro Dois
Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...
Adam se encontra em um estado tão grave que uma transferência é impossível.
Tão ruim quanto a Helena.
- Tudo bem... mas pensa no que eu disse, suas filhas também precisam de você. - meu pai completou, e então saiu me deixando sozinho com minha esposa.
Sim, elas precisam de mim, já basta as duas estarem sem a mãe.
Sabendo que seria o que a Helena gostaria que eu fizesse, eu dei um beijo no topo de sua cabeça e soltei sua mão.
- Eu te amo e vou voltar rápido. - prometi, sentindo uma dor no peito. - Seu pai já está chegando, ele vai ficar de olho em você.
O pai dela estava tão desesperado pelo telefone que foi quase impossível uma ligação decente.
Tive que mandar mensagem atualizando ele de tudo.
Antes de sair do quarto, olhei uma última vez para a minha mulher.
Que aquela não seja uma despedida.
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Quando cheguei em casa, ouvi a bagunça das minhas filhas, por isso, acabei sorrindo.
Coisa que não faço há dias.
- Sr. Renault. - Crystal disse, e levantou rapidamente do sofá. - Como o senhor está? Lamento muito pelo que aconteceu com a Helena. Sei que ela vai se recuperar.
- Agradeço, Crystal. - falei, e me aproximei das gêmeas que estavam no cercadinho em cima do tapete. - Vou tomar banho, mas quando eu voltar, vou ficar com elas. Não precisa passar essa noite aqui.
Ela assentiu.
- Tudo bem.
Não querendo tocar nas meninas com a roupa cheirando a hospital. Subi as escadas e fui para o meu quarto. Passei direto pela cama e andei até o chuveiro.
Quando a água quente bateu nas minhas costas, foi impossível não pensar em uma lembrança específica.
Vendo Helena tomar banho, me aproximei por trás para abraçar seu corpo.
Ela não pareceu surpresa com minha presença.
- Incrível como você sempre faz isso. - ela exclamou, e girou em meus braços para ficar cara a cara comigo.
- Faço o que? - perguntei, mesmo já sabendo a resposta.
- Ah, não se faça de sonso. Você estava agora mesmo sentado na cama lendo um livro, ai eu entro aqui e você também inventa de tomar banho. - apesar de suas palavras, ela não parecia incomodada. - Vou começar a achar que é de propósito.
Sorri.
- Você acha? Pois comece a ter certeza. - falei.
Ela riu.
- Ainda confessa. - murmurou, e tocou meu cabelo tirando os fios molhados do meu rosto. - Você devia me deixar cortar seu cabelo.
- Você, com uma tesoura pontuda na mão não me parece algo muito seguro.
Quando achei que ela fosse me dar um tapa no braço, Helena ficou na ponta dos pés e me beijou.
- Cuidado com suas palavras, ou eu juro que te expulso daqui.
A lembrança acabou sendo interrompida quando ouvi um barulho no andar de baixo. Terminei meu banho e depois de já estar vestido, peguei meu celular para saber se alguém me mandou alguma atualização sobre a situação da Helena.
Tinha uma mensagem da Catherine dizendo que sua filha estava na mesma.
Aquilo me assustou e confortou ao mesmo tempo.
Assustou, porque ela não tinha acordado. E, confortou, porque significa que ainda há esperança.
Coloquei meu celular no bolso para ficar atento a qualquer mensagem. Desci as escadas e assim que a Crystal me viu, desejou boa noite e se retirou.
Peguei Alexia no colo quando ela tentou levantar para chamar minha atenção.
- Ei, princesa. - falei, encarando seus olhos inocentes. - Eu ouvi sua bagunça lá de cima. O que foi? Está com saudades dela também?
Sentei perto do cercadinho para olhar com mais atenção a Sophie que ainda estava lá dentro. Alexia se manteve quieta no meu colo.
- Olha, vocês são novas demais para entender, mas já vou deixar avisado que a mãe de vocês costuma se meter muito em encrencas. - falei, sorrindo ao imaginar a Helena ouvindo aquela conversa. - Tem que ter fôlego para acompanhar.
Continuei conversando com minhas filhas, até que meu celular tocou. E, pelo toque, notei que era uma ligação.
Estranhei porque Catherine tinha acabado de falar comigo.
Alguma coisa aconteceu.
Peguei meu celular e atendi a chamada sentindo uma sensação ruim.
- O que foi? - perguntei, e apertei levemente Alexia me preparando para o que estava por vir.
- Bruno, você precisa voltar aqui rápido.
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