Meu dia

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Já se passou um mês, e desde então as coisas só vem piorando. Eu descobri que a morfina serve como alimento para o meu tumor. Ou seja, quanto mais morfina eu tomo, mais o meu tumor cresce. Eles tentaram outros medicamentos para ajudar  a equilibrar a dor mas nem um deu certo. A dor a fica um pouco suportável mas é muito pouco, então só me restou a morfina.

Por conta disso agora eu faço cirurgia toda semana, só nesse mês já tive três paradas cardíacas, e pelo que eu ouvi dos médicos isso não é bom. Afinal desde quando é bom ter paradas cardíacas?

Os médicos ainda não sabem ao certo como tirar o meu tumor. Por ele ser grande de mais eles ficam como medo de tirar, pois eu posso perder minhas duas pernas nesse processo. Bom eu não entendi muito bem essa parte, porque se o meu tumor está numa perna como eu posso perder as duas?

Enfim, minha mãe só aparece nos dias de cirurgias ou seja toda quarta-feira. Mas eu não me sinto sozinha, bom um pouco sim, mas a Bailey sempre vem me visitar quando pode, conversa comigo sobre como  o seu dia, e como foi o meu. No meu dia não tem muita coisa pra falar, eu só fico deitada. Desde a minha primeira cirurgia eu não sai mais dessa cama de hospital. Para eu tomar " banho" as enfermeiras vem com um pano molhado e passam por todo meu corpo é mais um banho de gato mas fazer o que né ou isso , ou fico fedendo.

A Bailey me trouxe de sua casa vários livros para me distrair, já que ficar no celular estava ficando chato.

Hoje é quinta-feira, dia pós-cirurgia. Confesso que achei que comida de hospital fosse mais ruim, claro ela é bem sem sal mas dá pra comer kkkkkk

— Bom dia dorminhoca!– Bailey diz me despertando do meu "maravichoso" sono. Agora tenho que acordar todo dia as seis da manhã para tomar a "santa" morfina. No caso eu não preciso estar acordada para receber ela mas a Bailey insiste que eu esteja acordada para ver se está tudo certo.

— Bom dia só se for pra você. Eu estou morrendo de sono– Digo coçando meus olhos,e a mesma começa a dar risada, e eu a acompanho — Bendita hora que fui acertar isso viu?!

— Pelo visto a senhorita está ótima– Ela diz sorrindo. Eu a olho com um sorriso forçado— A Rebeca não fica assim, logo logo você vai estar andando pelo hospital!– Diz a mesma com um sorriso no rosto.

— Assim espero!– Falo meio cabisbaixa.

— Olha eu vou tentar convencer o chef a autorizar que você ande pelo hospital. Claro que com cadeira de rodas.– Quando Bailey diz isso meu sorriso cresce. Já pensou andar pelo hospital? Mesmo que seja de cadeira de rodas é mil vezes melhor do que ficar enfurnado dentro desse quarto.–  Sabia que ia gostar da ideia!

— Claro que eu gostei, na verdade eu não gostei– Quando falo isso, Bailey me olha com uma cara de confusa – Eu AMEI– Bailey deu logo um suspiro de alívio e eu riu de sua cara kkkk– Bem que você poderia me levar para ver o chef, quem sabe ele não aceita mais rápido?– faço uma cara de cachorro pidão.– Sabe que ninguém resiste a mim– Digo sorrindo.

— Calma lá mocinha. Ainda tenho que ver seus exames e conversar com o Dr.Nelsol para ver se isso é possível.

— Ok.

— Bom vamos indo que ainda tem muita coisa para a senhorita fazer hoje.– fala Bailey por final, arrumando a maca para sairmos do quarto.

Como hoje também é meio que dia de pós-operatório (como gosto de chamar) logo quando acordo já vou fazer meus exames, já aproveitando que estou de jejum também!

O resto do dia passou como todos os outros dias de "pós-operatório". Depois que fiz os exames tomei café da manhã que era nada mais do que pão, leite ( já que não gosto de café), um suco de maçã com laranja (que até estava bem gostoso) e uma pera. A Bailey Também tomou café junto comigo, antes de uma cirurgia que ela iria ver.

Logo Dr.Nelsol chegou me fez algumas perguntas e saiu também. Como ainda não sei como vou continuar com a escola, vário entre mexer no celular, ler livros e em conversar com a Lisa a enfermeira que sempre vai ver como as coisas estão e como eu estou. Aí acabo tentando puxar papo, o que não é difícil já que a Lisa adora conversar. Aí ela acaba me contando alguma fofoca que ela escutou pelos corredores do hospital, damos algumas risadas e depois ela volta ao trabalho.

Depois umas sete da noite eu janto e a Bailey vem me dar tchau antes de ir para sua casa( caso ela vá. As vezes ela fica de plantão e vem me dar boa noite). Bailey acabou sendo que nem uma segunda mãe pra mim nesse último mês o que tem me animado um pouco. E assim acaba meu dia.

Como disse meu dia não é muito la essas coisas.



Oiii gente voltei kkkkk espero que estejam gostando da história. Me desculpem qualquer erro ortográfico. Bjsss até mais 👋

-Luna

A menina do tumorWhere stories live. Discover now