Prestes a desmascarar

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O momento necessitava de calma, não podia agir pela emoção. O que Fred faria nessa situação? Se acovardaria por causa de ameaças, ou prosseguiria com seu plano?

Não podia agir como se fosse o Stefen. O melhor a fazer era pensar para depois tomar uma atitude.

E foi isso que fiz. Respondi Nove depois de dois dias, ela ficou preocupada, mas dei uma desculpa de que estava doente, ganhando sua compreensão facilmente.

Ela pediu pra que fosse até sua casa, não achava uma boa ideia, pois aqueles homens poderiam estar me vigiando, mas se recusasse, ela estranharia.

No trajeto até sua casa, olhava a todo momento para trás, com muito medo de ser seguido. Não era o tipo de homem com corpo musculoso, então não conseguiria brigar com ninguém.

Chegando na casa dela, entrei rapidamente e fechei a porta.

- O que aconteceu, amor, está assustado?

- Nada não. - ajeitei a máscara que quase caiu.

- Ainda não me acostumei com essa sua máscara. - disse, passando a mão em meu rosto.

- Um dia você se acostuma, bebê.

Nove me levou para seu quarto e então assistimos séries durante a tarde toda. Em uma parte da série, teve uma cena de estupro, então Nove começou a se comportar de uma maneira diferente, antes que a cena terminasse, se levantou da cama e pulou a parte da série.

- O que houve amor?

- Não gosto de cenas de violência.

Olhei pra ela, surpreendido, pois a série era voltada em cenas de violência.

- Está tudo bem?

- Sim. Só não quero assistir mais.

- Por quê? - se levantei da cama, indo atrás dela.

- Porque não.

- Amor, você está me escondendo alguma coisa?

A coragem para fazer essa pergunta veio do Fred, pois se não estivesse com aquela máscara, jamais teria coragem de perguntar isso.

- Como assim?

- Não sei. Sinto que ainda existem segredos entre nós.

- Pode existir. Com um tempo você saberá.

Olhei para ela, segurando sua mão.

- Saiba que te apoiarei, não importa o que seja.

- Eu sei.

Era muito ironia de minha parte dizer que ainda existiam segredos entre ela e eu, era claro que existia. Da minha parte, uma mentira que se fosse descoberta, causaria muitos danos, tanto em meu coração quanto do dela.

Pablo não estava em casa, então sai, voltando para casa, com muito medo de ser pego por alguém.

Ao chegar em casa, avistei um cara encostado na cerca, aguardando alguém atendê-lo. Se aproximei com um pouco de medo e então reconheci, era Pablo.

- Pablo?

- E aí, Fred. Está de boa?

- Suave. Como soube que moro aqui?

- Te segui. - mostrou todos seus dentes em um sorriso, Pablo.

- Alguma novidade?

- Nada. A única coisa que lembrei naquele dia foi que meu pai chegou por volta das meia noite, apressado, com uma camisa branca na mão.

- Me explique isso melhor. - disse, permitindo que entrasse em minha casa.

Como minha mãe não estava em casa, nada de ruim poderia acontecer.

- E aí, me explique isso.

- Não tem muito o que explicar. Meu pai apareceu com aquela camisa na mão e entrou para o quarto, apressadamente.

- E onde está ela?

- A camisa?

- Sim. - respondi, apreensivo.

- Até hoje não encontrei. Pra falar a verdade, nunca procurei.

- Então procure.

- Mas o que uma camisa pode nos ajudar? - perguntou Pablo, confuso.

- Vai matar nossa curiosidade.

Servi um suco para ele, e então peguei meu celular, mostrando a série que assistia com sua irmã.

- Ela adora essa série, mano. Mas por que está me mostrando isso?

- Estávamos assistindo essa série hoje. E ela pediu pra parar de assistir quando viu uma cena de estupro.

- Ela não superou. Não tem como superar isso, deve ser muito perturbador. Se eu soubesse quem foi esse desgraçado, juro que o mataria.

- Precisamos ter calma. Estamos lidando com pessoas perigosas.

- Pessoas perigosas? Sabe de alguma coisa?

- Dois homens me perseguiram e me ameaçaram. Falaram pra eu não procurar mais a sua irmã, pois se não morreria ela e eu.

- Caramba! Então esses caras continuam vigiando minha irmã?

- Não consigo entender isso. Deve ser uma pessoa próxima, pois um estuprador não ficaria focado em vigiar uma vítima e impedir que alguém se aproximasse dela. - deduzi.

- Verdade. Mas que pessoa próxima? Quem poderia ser próximo de minha irmã?

Pensei muito e não consegui achar um suspeito.

Confuso e mais preocupado, Pablo voltou para sua casa, dando um leve tapa em minha máscara, como forma de zoação.

Naquela noite, não consegui dormir. Existia alguém muito próximo de Nove, esse alguém poderia causar danos na vida dela e eu precisava impedir isso.

Logo de manhã, mandei uma mensagem para Nove e então ela me mandou algo que não esperava.

- Estou aqui, na frente de sua casa (08:21)

Ao ler a mensagem, sai do quarto correndo, coloquei a máscara e olhei pela janela. Nove estava impaciente, olhando para a casa de minha mãe, com certeza ela tinha reconhecido a casa, pois já tinha vindo fazer um trabalho em grupo, junto comigo e outros colegas.

Não tinha mais como escapar, a mentira estava prestes a ser revelada. 

(TODOS OS DIREITOS AUTORIAIS RESERVADOS AO AUTOR STEFEN MOONWALKER)

( CAPÍTULO NOVO TODA SEMANA)

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As mensagens que não tive coragem de te enviar.Where stories live. Discover now