AEDO - (ONE-SHOT) - Lançamento 30/07/2019

Capítulo IV

― Quero um dia me tornar um Aedo! ― Falei para ele. ― Sempre tive o desejo de passar adiante as histórias, mas não sabia o nome que se dava a este tipo de coisa, mas no mundo dos mortais acabei descobrindo. ― Deixei escapar algo que poderia me comprometer, mas como ele estava bêbado torcia para não perceber.

― Não seja tola! Isso não lhe dará futuro! Apenas dor e sofrimento... ― A voz de Rogard, era pesada, com um olhar distante.

― Às vezes existem riscos que valem a pena...

― Que vale a pena ter sua vida arrancada de seu corpo? Isso não é um conto de fadas. És uma garota bonita, com certeza deve ter pessoas que se preocupam e se importam com você, deveria pensar mais neles também. ― Disse ele se sentando na minha mesa.

― A morte é um fato inevitável, para alguns chegam mais rápida que para outros, mas sempre chega, o que importa é se teremos algum arrependimento... ― Ele sorriu com minhas palavras.

― Você leva jeito com as palavras, espero que entenda o peso delas.

― O que aconteceu para estar assim?

― Apenas vi meu amigo de infância, que assim como você queria ser um Bardo, ele disse que me seguiria aonde fosse, que faria meu nome correr pelos quatro cantos do mundo, foi ele que me chamou de Palatino pela primeira vez, contando meus feitos por onde passávamos, mas mesmo com todas as batalhas e vitórias não consegui protegê-lo!

― Seu amigo morreu? ― Percebi na amargura da voz dele.

― Sim, ele salvou minha vida, dizem que os bardos não se envolvem, que são telespectadores dos acontecimentos, mas ele abandonou isso quando fui atacado pelo dragão.

― Então foi um dragão que matou seu amigo? ― Aquilo não fazia sentido nenhum, como um dragão revelaria sua forma e atacaria um mortal, sabendo das consequências que isso poderia ocasionar.

― Sim um dragão azul e negro com olhos amarelos, sabe o que é pior? Ele parecia me entender, como se pudesse pensar, ele me lançou uma rajada de chamas, desviei dele, mas sua calda, que era pontuda como uma lança, me atacou do meu lado mais fraco, mas meu amigo percebendo isso se lançou na frente me empurrando e sendo atingido em meu lugar, o solo foi coberto pelo sangue dele que morreu quase que na hora, tendo seus últimos suspiros em meus braços.