10 - Epílogo (ou prólogo?)

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Olá, pessoas! Feliz 2020 - uns quatro dias atrasado - que esse seja um ano repleto de bênçãos para cada uma de vocês. Nem acredito que realmente só postei o último capítulo dessa história no ano seguinte, mas não foi fácil. Acredite. Sim, esse é o último capítulo, que foi reescrito umas cinco vezes. Eu queria um final agridoce, mas - claro - que fosse feliz. Infelizmente, as vozes na minha cabeça cessaram um pouco e têm personalidade, só falam quando querem. Finalmente encontrei um final perfeito para esses dois que são tão diferentes um do outro, mas que merecem ficar juntos.

A próxima história será da Selina e - sim - do irmão de Beatriz. Eu AMO um enemies to lovers. Espero que vocês gostem! Vou postar o prólogo em breve e aviso aqui. Também haverá algumas novidades, mas aprendi a me conter um pouco. Então vou contar quando for o tempo certo. 

Ah, e me sigam no Instagram! É bruna.madrid.autora (Bruna Madrid)

Até a próxima história!

***

Eu tenho os melhores fãs do mundo: os meus avós. Vovó não escondeu a felicidade ao saber da minha promoção e, como parte das fofoqueiras dessa pequena e estranha cidade, fez questão de espalhar a notícia para suas amigas. Aposto que em 24 horas todas as senhoras com mais de setenta anos já sabiam que Sara, a netinha tímida da Maria, era a nova gerente da Cafeteria. Não que isso mudasse alguma coisa na vida delas, mas fofoca é fofoca. Não me importo de ela ter espalhado essa pequena informação importante - ao menos para mim - para estranhos, no fundo, sei que vovó está apenas contente com a chance que recebi, ou talvez comemorando o fato de eu ter acesso livre aos mais variados tipos de café para alimentar seu vício de graça. Vai saber. 

Já vovô, mesmo com seu jeitão rabugento e de poucas palavras, me parabenizou com um de seus fortes abraços. Ele até mesmo grunhiu!

Eu queria uma comemoração íntima, apenas nós três. Uma maneira de demonstrar gratidão por todos os sacrifícios que ambos fizeram para dar a melhor criação que poderiam dar. Eu os levei a seu restaurante favorito nessa pequena cidade, o mesmo ao qual - há muitos anos - iam todo aniversário de casamento. Infelizmente, as contas começaram a apertar e a aposentaria enxugou, ainda assim nunca faltou comida em nossa mesa. 

— Uma carninha com muito sangue. — Vovô bate as duas mãos e as esfrega, desejando sedento a picanha mal passada no prato a sua frente. Seu olhar faminto é muito parecido com o dos leões caçando em seu programa de televisão favorito, quase como se ele mesmo tivesse abatido o pobre boi.

Talvez vir aqui não tenha sido uma boa ideia.

— Você tem de tomar conta do seu colesterol, Vicente.  —  Minha avó o alerta em vão o velhinho cabeça dura.  — O seu médico disse tomar cuidado com gordura e açúcar, esqueceu?

— Como posso esquecer se você não me deixa? —  Ele resmunga sem deixar de cortar a carne, justamente o pedaço em que há uma grande e suculenta gordura. Vovô ri na cara do perigo. — Me entope com aqueles legumes e verduras...

—Alguém tem que se preocupar com a sua saúde. Já que se depender de você, cai durinho.

Ai o amor é lindo.

— Vovó tem razão. — Eu os interrompo antes que os dois comecem mais uma de suas discussões sem fim. — É para moderar na gordura ou o seu colesterol vai para as alturas.

— Tá, tá. — Ele finge me ignorar, mas sei bem que me escutou. Aposto que o velhinho adora toda a atenção e preocupação recebida.

— Tô de olho. — Enquanto me levanto, faço um sinal com os dois dedos, o mesmo que fazia comigo. — Eu vou ao toalete rapidinho. Se comportem.

Amor à segunda vistaWhere stories live. Discover now