Quem poderá me ajudar?

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Eu estava tão deprimido por causa da minha confusão de sentimentos pela Hinata, que nem liguei de volta. Apesar de entender que, muito provavelmente, mais hora ou menos hora ela bateria na minha porta para saber como eu estava. Ou para contar aos meus pais que eu havia desmaiado do nada a caminho do jogo. O que era mil vezes pior, pois, se dona Kushina soubesse de algo assim, ela me arrastaria ao hospital e eu seria submetido a uma bateria de exames intermináveis.

Eu odiava hospitais, agulhas e tudo que fosse derivado disso.

Enfim, não era isso o que mais me incomodava de imediato, e sim o fato que eu não queria arranjar uma namorada. Não agora. Não para fugir de algum sentimento estranho que pudesse surgir em meu coração.

Foi assim desde que pensei gostar da Sakura. Eu era bobo e me julgava apaixonado pela minha amiga, tanto que resolvi me declarar e Sasuke ficou sabendo. Não deu outra, ele alegou que eu queria furar os olhos dele. Porque Sasuke só não havia confessado os próprios sentimentos por ela ainda, graças a dificuldade em expressá-los. Pois é, quase perdi a amizade dele e aquele idiota era e continuava sendo um dos meus melhores amigos.

Bem, óbvio que Sakura não me aceitou, por sorte, o que acabou juntando os dois logo. Então, no final das contas, eu servi de cupido, o que foi bom, diga-se de passagem. No entanto, eu sofri, acreditava piamente que a amava e tinha noção de que Sakura estava se acertando com o Sasuke. Portanto, eu ficaria de escanteio, aliás, não queria vê-los juntos de forma alguma.

Mas, nesse instante, após constatar que realmente nunca gostei da Sakura, eu me sentia até melhor. Porque, vejam bem, nem sempre foi assim. Por vezes eu ficava confuso, tentando descobrir a origem dos meus sentimentos. Se sentia verdadeiramente amor ou uma mistura de amizade com ternura. Eu realmente não sabia precisar, era muito novo para isso.

Meu pai, inclusive, me aconselhou muito na época, ele sempre me dizia que um dia eu conheceria a garota certa. E que, a partir daí, não duvidaria um segundo sequer do meu amor. O que não era o caso com Sakura.

Era nesse ponto que entrava Hinata, ela esteve todo tempo ao meu lado, me consolou quando eu chorava pela Sakura e nunca me pediu nada em troca. Ela simplesmente se doava a mim, me ajudava nos afazeres, muitas vezes deixava de terminar o próprio trabalho, para tirar minhas dúvidas na sala de aula. Cara, ela era a garota mais perfeita desse planeta e isso estava começando a me assustar.

Aqueles olhos enormes permeavam meus pensamentos dia e noite e eu sentia muita vontade de abraçá-la. Ficar sem tocá-la me causava quase uma sensação de abstinência.

De todo o modo, para piorar, desde que Hinata me ajudou no dia do desmaio e caiu por cima de mim na rua. Vira e mexe aqueles olhos de lua apareciam em meus pensamentos.

Ela era tão linda!

Aquela voz doce e melodiosa, eu adorava ouvi-la. E, ah, ainda tinha a maciez da pele, o sorriso, o nariz fino e empinado. Tudo nela era poesia e eu estava começando a ter medo de iniciar um novo martírio. Certo, dessa vez não teria um Sasuke para dificultar as coisas. Contudo, eu não podia me confundir com mais uma amiga. O que era meu coração, afinal? A festa do caqui louco?

Por que Hinata estava me deixando confuso daquele jeito? E por que estava pensando tanto em seus lábios próximos aos meus, se até um tempo atrás, eu acreditava gostar da Sakura?

Na época, ela me falou que não poderia corresponder aos meus sentimentos, pois gostava do Sasuke desde criança. O que eu poderia dizer depois disso, ambos eram meus amigos, não queria perder a amizade de nenhum dos dois. Só não estava preparado para vê-los juntos, o que, claramente, Hinata mudou. Pois estava sempre grudada em mim, me dando apoio, até que a imagem da Sakura passou a se tornar novamente, a de uma amiga muito querida, apenas. Entretanto, levou uma cota, enquanto eu me sentia balançado e confuso, a minha amizade com Sasuke e com a então namorada dele ficou meio rachada.

Sob o céu de estrelasWhere stories live. Discover now