Sobre o Natal

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Era sábado primeiro de dezembro quando Natalia decidiu que sairia com as amigas para mais uma noitada daquelas. Ela adorava esse tipo de programa bebidas a vontade badalação e por que não muita, mas muita bajulação. Paloma trabalhava no cargo mais alto de uma gigantesca corporação em Curitiba. Possuía uma vida de dar inveja a qualquer um, morava em um apartamento sofisticado amplo e com todo conforto que o dinheiro pudesse comprar, trocava de carro uma vez ao ano, tinha um gosto bastante exigente quanto a isso. No amor, não se apegava muito, trocava de parceiros sempre que percebia que algum deles pudesse estar se envolvendo emocionalmente. As duas melhores amigas, eram mais ponderadas sabiam dos excessos de Paloma, Carol tentava algumas vezes dizer que ela precisava de coisas que trouxessem valor a sua vida, mas a resposta era sempre a mesma já tenho tudo que preciso.

— Não sei por que você tenta abrir a mente dela Carol, eu já desisti faz tempo. — Retrucou Sofia.

O gosto refinado de Paloma a fez escolher a melhor bebida e paquerar os homens mais interessantes, terminou a noite com um deles. No outro dia pela manhã ela levantou antes da companhia.

— Deixei a porta da sala aberta vou tomar um banho. Quem sabe nos vemos por ai.

— Você nem quer meu telefone?

Ela entrou para tomar um banho sem responder, assim que terminou, abriu a porta com delicadeza para ter certeza que estava sozinha, e respirava aliviada ao ver que sim. Foi até a cozinha e preparou um belo café da manhã, frutas, suco e tudo que gostava na mesa da sacada ficar ali vendo as pessoas andarem na rua era relaxante. Enquanto tomava um suco de laranja, viu um estranho risco de ferrugem no chão. Levantou e foi ver se não era uma sujeira, assim que se abaixou para ver sentiu um vultou passar por ela, seu coração gelou na hora olhou em todas as direções e nada, estava absolutamente sozinha.

— Será que ele não foi embora ainda? — Pensou

Andou por todos os cômodos do apartamento e não havia sinal de ninguém, mas percebeu mais uns rastros de ferrugem por alguns lugares, e no canto da área de serviço um sino enferrujado.

Paloma olhou aquilo por alguns minutos, curiosa, se abaixou para pegar e o sino se atou em seu pulso começou a escutar mais sinos, seu coração saltou como ela poderia estar escutando sinos. Depois disso ouviu um leve trotar pelo apartamento.

— Quem está ai? — Ela estava apavorada.

Em um canto escuro viu um silhueta estranha e olhos vermelhos aterrorizantes.

— Saia dai! — Ela começava a ter uma ideia de quem era a sua visita.

A criatura saiu do canto escuro e se mostrou sob á luz. Uma criatura alta com pés de bode, corpo peludo e a cabeça humanoide, mas assustadora, uma língua gigante e chifres maiores ainda. O pelo era preto, e arrastava várias correntes e sinos enferrujados pelo corpo.

— Krampus Pelznickel! — Assim que terminou de dizer o nome da criatura Paloma caiu desmaiada no chão.

Um tempo depois ela despertou deitada no sofá, olhou para o teto por um tempo levou o braço á testa, era um pesadelo, só poderia ser um pesadelo. Assim que ela olhou a poltrona do lado, lá estava a criatura sentada mexendo em uma de suas correntes.

— Você pesa mais que a última vez que nós estivemos juntos.

— Eu tinha dez anos!

— E o que combinamos?

— Eu te pedi para não me castigar porque eu não merecia e tinha motivos para agir como agia.

— Você não teve medo de mim e então eu disse que te daria uma chance e no seu trigésimo quinto natal eu voltaria a falar com você, se não tivesse aprendido seria transformada em uma Krampus e iria trabalhar comigo.

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⏰ Last updated: Oct 26, 2021 ⏰

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