O inicio de Amumu (parte II)

19 2 0
                                    


Tudo tinha ocorrido muito rápido: as agonias do jovem imperador aumentaram, a serva de confiança dele desesperada e o romper da porta de controle do quarto imperial. Assim que esse último acontecimento ocorreu, todos os servos presentes correram por suas vidas, exceto Azhara, que foi quem abrira a porta.

- É verdade Axahar, sua neta entrou no quarto real, de junto ao imperador.

A feiticeira taumaturga não acreditava nas palavras ditas pelos empregados imperiais, sua neta era uma joia rara, que fora corrompida pelas riquezas do império Shurimane recém-criado. Desde que era criança, e vivia aos arredores de Icathia, Axahar sabia que aquele lugar seria a ruína de seu povo e o início de uma nova era. Os sábios Shurimanes eram pessoas que outrora viveram em lugares maravilhosos, mas que se tornaram inóspitos para a humanidade comum. Desde que Freljord se tornou gelo, tribos nômades se formaram em busca de novas conquistas, e uma delas se estabeleceu em um oásis grande e próspero. A vila acabou por se fixar e tornar-se habitável para outras tribos nômades do deserto, e logo fora tomando dimensões maiores e maiores, até se tornar uma cidadela rica e mercantil.

Ela sabia que um dia isso iria atrapalhar seus planos, mas não que seria tão cedo, e nem que uma das suas, sua própria neta, fosse ser a percursora de tal desgraça. Logo, ela tinha de fazer algo para que seus planos persistissem e resolveu agir de imediato.

- Me leve até esse quarto, preciso ver minha neta. – A taumaturga ordenou ao servo do imperador.

------------------------------------------------

Azhara não sabia se era o certo a se fazer, mas sabia que teria de tentar. Seu grande amor estava partindo, e dessa vez não para uma aventura ou para uma viagem, mas para o além. Ela sempre fora muito presente na vida do imperador, mas sempre fora apenas uma serva, um objeto que era usado para o bem entender de seus mestres. Agora ela tinha a chance de ser algo maior, de se tornar a salvadora de seu grande amor, de seu mestre. E ela acreditava ter essa possibilidade.

Por ser neta da maior feiticeira da região, Azhara aprendera também à se defender e à conjurar feitiços através da antiga magia proibida. Essa magia estava presente no Universo há tempos, e apenas os audaciosos e os desesperados por poder tinham conhecimento de alguma parte dela. Muitos sábios acreditavam que ela seria o fim da vida presente em Runeterra e que tudo o que conheciam daquela estranha forma de viver era nada, mas a sua avó acreditava que aquele poder à chamava, como se ela estivesse predestinada àquilo... e se afundou em todo aquele conhecer.

- Mestre, eu irei fazer um ritual, mas peço que apenas fique acordado. E não estranhe qualquer palavra ou imagem que chegar a ver, são do ritual e não lhe farão mal.

A menina teve conhecimento desse tipo de magia quando sua mãe morrera, fazendo um ritual em razão da vida que tinham. Ela queria acabar com a servidão e acabou por causar maior dor à família, que fora dada como pervertida e do mal. Mas a família imperial teve piedade da garota, que não tinha culpa dos atos dos familiares hereges que tinha, e adotou-a como serva.

Azhara começou o pronunciamento mágico em uma língua estranha, quase inaudível. Seu rosto estava impassível e concentrado apenas na magia. De momento, não se podia notar nada, mas ao longo dos segundos seguintes, coisas estranhas começaram à acontecer.

- A... A... Azh... – Amumu tentava desesperadamente falar o nome da garota, mas seu esforço era em vão, ela estava totalmente absorta à tudo ao seu redor.

De repente os olhos dela se abriram, mas... os olhos não eram os dela?! Eram olhos de uma cor púrpura muito escura, quase roxos, e pulsavam como se fossem tochas coloridas. Ao redor deles começaram à surgir veios negros, se espalhando cada vez mais pelo belo rosto da jovem. Seu corpo começara à subir, flutuando e emanando uma energia quase palpável que foi se tornando cada vez mais visível.

- Azh... Azhara... AZHARA! – O jovem imperador se esforçou ao máximo para conseguir gritar o nome da serva, mas de nada tinha adiantado, ela ainda estava em transe.

O quarto adquirira uma coloração púrpura semelhante aos olhos da garota, e tinha um cheiro estranho no ar, um cheiro muito conhecido por guerreiros e também por açougueiros... um cheiro de MORTE. Amumu começou à ficar desesperado, pois ele sabia do que se tratava aquela magia, qual sua origem e o que ela trazia para as pessoas que eram tocadas por ela. Ele imaginava que todo aquele sofrimento dele e de sua família fora originado dessa magia maldita, dessa PRAGA, combatida e escondida com todas as forças por antigas castas mágicas. Ele não podia ficar parado mediante tal fato.

"Oh grandes Deuses do Sol, me doem forças para que eu possa acabar com todo esse sofrimento" – rezou Amumu para os deuses de seus pais.

Como um passe de mágica, Amumu se sentiu levemente revitalizado, e com essa energia, ele se esforçou para se arrastar e dar um último abraço em Azhara.

- Me... perdoe. – foi o que ele conseguiu dizer, antes que tudo acontecesse.

------------------------------------------------------------------

Axahar sentiu uma forte energia fluindo no ar, e não teve dúvidas do que era: sua neta estava utilizando as Trevas. Ela sabia que esse dia chegaria, o dia em que um dos seus iria manifestar O DOM, mas não queria que fosse hoje, nem que fosse Azhara... por que Azhara?!

Ela correu para o local que o serviçal apontara e torceu para que não tenha sido tarde demais, para que nada de ruim acontecesse. Ela precisava parar aquele ritual e precisa rápido, se descobrissem que existiam ainda seguidores das Trevas vivos, essa seria a perdição de todos seus conterrâneos. Mas assim que chegou, soube que tudo tinha sido em vão, a cena à sua frente era a prova disso.

- Oh minha querida, por que eu fui ensinar isso à você? – disse a taumaturga ao ver sua neta no estágio final do ritual.

A menina já estava em contato com as Trevas, e quando um humano faz esse contato, não há retorno, somente a perdição. Mas o que ela não percebeu, fora a movimentação do jovem imperador, e quando ele abraçou a criatura que antes era Azhara, uma forte onda energética explodiu deles, lançando Amumu na parede e quebrando o ritual por completo.

A feiticeira também fora atingida, com uma energia derrubando-a no chão e causando uma leve tonteira. Assim que se recobrou, ela levantou-se correndo e foi em auxílio à sua neta, que estava jogada no chão. Seu corpo estava quase igual à antes, com exceção de duas protuberâncias em suas costas e uma constante mudança de cor na pele. A avó sabia o que sua neta tinha e como proceder com tal acontecimento, talvez ela ainda tivesse chances, diferente de sua mãe.

- Oh minha netinha, você ainda pode viver. - Ela começou a dizer para o corpo da menina - Vai ser doloroso e demorado, não verei o final de sua missão, muito menos as gerações que estão por vir, mas com certeza você irá ter seu papel no mundo.

A velha profetizou sua neta e estava se dirigindo à saída quando ouviu um gemido baixo e sofrido. Ela tinha mais uma coisa para fazer...

FALAE SEUS P(L)UTOS, tudo bom?
Mais um capítulo dessa série, e prometo ser o penúltimo do Amumu. Obrigado pela leitura e, caso tenha gostado, não se esqueça do voto (estrela) e do comentário maroto rsrs
E se quiser dar sugestões e dicas, fiquem à vontade!

Abraço para todos e até a próxima!

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Oct 28, 2018 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Contos de ShurimaWhere stories live. Discover now