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Ele me  seguiu em total silêncio e cabeça baixa. Mostrei a ele o banheiro  e lhe disse para ficar a vontade. Enquanto ele tomava banho voltei a portaria pra buscar com o porteiro uma roupa, por conta do inverno já tinha começado uma campanha para arrecadar agasalhos. O senhor João já havia separado as roupas masculinas, subi ao 4° andar e comprei com uma vizinha algumas cuecas. Ao abrir minha porta meu coração até gelou, o guri estava parado no meio da minha sala apenas com uma toalha na cintura, cabelo molhado... por mais que devesse focar minha atenção em lhe entregar a roupa meu cérebro não conseguia desviar seu foco das gotículas de água que escorregava do seu cabelo, pelo seu peitoral magro mas lindo, sua barriga sequinha e sumia na toalha.
-A senhora me desculpa. É que eu saí do banheiro e não achei ninguém no quarto da senhora daí eu vim aqui pra vê se a senhora tava aqui.
-Tá tudo bem! Eu.. eu.. eu... Eu fui embaixo pra buscar a roupa pra tu.
-Eu posso vestir ?
Claro!!! Se concentra sua idiota, está frio e o garoto sem roupa no meio da sala e tu em vez de dar a roupa pra ele fica babando no garoto.
Ele voltou ao banheiro e surgiu alguns minutos depois com uma calça de moletom cinza e uma camisa vinho de manga longa, meu cérebro só conseguia pensar o quanto lindo aquele menino era. Mesmo em meio à dor que trazia no olhar a beleza quase infantil se sobressaía. Com o novo trabalho eu não estava tendo tempo pra nada, nem sair direito estava podendo, minhas saídas eram sempre por questões de trabalho. Seria bom ter uma companhia. Pedi uma pizza, enquanto esperávamos, fui tomar banho e ele ficou vendo TV. A pizza chegou, colocamos um filme, ficamos até altas horas da madrugada, arrumei o sofá e ele deitou. Quando acordei pra ir trabalhar ele já havia acordado arrumado "sua cama", a cozinha e estava sentado na sala olhando uma revista. Eu fiz um café rápido, tomamos, ele me agradeceu pela hospedagem e me disse que aquela tinha sido a melhor noite da vida dele. Descemos, peguei meu carro; segui meu caminho e vi pelo retrovisor ele seguir o dele. Tive uma rotina normal mas volta e meia recordava dele. As vezes do garoto de calça de moletom outras vezes dele de toalha no meio da minha sala. Não sei definir qual era melhor.
Quando voltei pra casa vi ele lá sentado na esquina como sempre, estava carente, eu queria uma companhia, alguém que não me cobrasse coisas, apenas uma conversa, alguém pra sentar e ver um filme, que comesse comigo...
Me dirige a esquina, acenei pra ele, ele se aproximou e lhe perguntei :
_ Tu não quer ir pra casa de novo!? Pode ser que chova essa noite, deu nos jornais.
Ele acenou que sim sorridente e nos dirigimos a minha casa. Minha rotina se tornou assim, trabalhava o dia todo e quando voltava o meu guri da esquina estava lá me esperando. Com os dias fui me apegando ao guri, quando acordava ele estava sempre lá sorridente. Era bom, cômodo e confortável, era uma companhia pra noites chatas e tristes. Numa manhã de sábado acordei e o encontrei deitado, gemendo e tremendo embaixo do edredom, me aproximei e quando fui acorda lo pra ver se estava bem percebi que ele estava febril.
-Hey guri. O que tu aprontou ontem hein!?
-Lembra daquela pancada de chuva a tarde, não deu pra eu me esconder daí a roupa seco no meu corpo, hoje acordei com muito frio e tá doeno meu corpo.
-Vem! Vamos tomar um banho quentinho, vai aliviar a dor no corpo e abaixar a temperatura.
Ele saiu debaixo da coberta sem camisa com uma calça de pijama de gatinho, que no caso era minha, imaginem a cena né, um guri no auge da sua juventude com uma calça de mulher, o fato de ser um pano mole marcava extremamente sua virilidade, não tinha como eu não reparar. Tentei agir como uma adulta mas alguns meses  sexualmente carente estavam tirando meu controle. Ele parece não ter percebido minhas olhadas pra seu considerável volume. Fomos pro banheiro, liguei o chuveiro, achei uma temperatura boa e sai.
Eu estava indo ao meu quarto quando me deparo com uma cena inacreditável. Ele completamente nu no meio do corredor, olhando assustado pra mim.
-Perdoa Eu! Eu..Eu... Não achei a toalha daí lembrei que a senhora deixa uma no seu quarto eu ia busca.
-Relaxa! Aqui!!! Eu ia pendurar na porta, lembrei que coloquei a do banheiro pra lavar.

o guri da esquinaOnde histórias criam vida. Descubra agora