Capítulo 3

4 0 0
                                    

Após encontrar uma vaga no estacionamento entre o PVA, o prédio principal de aulas da Universidade Federal de Viçosa, e o prédio de Economia Rural, ela foi rapidamente para o primeiro, procurando sua sala.

Tentava não parecer caloura, para não ser pega no trote já tão cedo, mas parecia que ninguém se importava. Havia poucas pessoas ali, estava apenas dez minutos atrasadas. Entrou rapidamente no prédio, em formato de H deitado, foi até o final do corredor principal e virou á esquerda, conforme indicavam os números grandes das salas, pintados nas paredes.

Chegou á porta da sala em que iria ter aula, respirou fundo e, quando ia abri-la, sentiu alguém tocar seu ombro direito.

                         - Eu, se fosse você, não entraria ai.

Flávia olhou para o lado e viu um rapaz alto, talvez de mais ou menos de 1,90 metros. Ele não o cara mais bonito que ela já havia visto, mas chamou-lhe a atenção, talvez pela altura. Mas foi o lindo e largo sorriso dele que prendeu seus olhos.

                        - Eu tenho aula aqui hoje.

                        - Calouros... todos iguais... - Ele virou os olhos e puxou seu braço. 

                        - Vem cá.

                         - Não estou entendendo... - Flávia olhou para os lados e não viu ninguém.

                         - Olha, primeiro dia de aula na parte da manhã não precisa vir para o PVA. Nenhum professor consegue dar aula, os veteranos fazem uma farra danada no trote. O que vai rolar ai agora - Explicou ele, inclinado a cabeça na direção da sala. 

                          - É uma aula-trote. Um veterano vai entrar fingindo ser o professor de Cálculo I, marcar a prova, passar milhões de livros.

                           - Ah... - Flávia o encarou desconfiada. 

                            - E você decidiu me contar isso por quê?

                             - Não sei, de verdade. - Ele demonstrou pouco interesse. 

                             - Acho que eu fiquei com pena de você, fui com a sua cara. Talvez esteja querendo apenas fazer uma boa ação.

                              - Sei. - Ela virou-se para a porta da sala. 

                              - E quem me garante que essa nossa conversa aqui não é um trote? - Ela cerrou os olhos.

Até eu te encontrarWhere stories live. Discover now