Capítulo 3 - Qual seu filme de terror favorito?

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O quarto de Nancy era exageradamente rosa, paredes rosa, Edredom rosa, computador rosa, armário rosa. Incomodava o olhar, mas ela já estava acostumada. Entretanto toda a harmonia do quarto desapareceu com a tensão que as meninas sentiam logo após o acontecido na escola.
Nancy andava de um lado para o outro, indignada:
- Eu não entendo! Como um assassino, usando uma máscara de gato, saiu do banheiro feminino sem ser percebido?
- As janelas do banheiro. - Respondeu Chris. - São grandes o bastante para a passagem de uma pessoa.
- E agora nem podemos ir à polícia, Vai saber do que ele é capaz. - Amy ainda tinha vontade de fazer um boletim de ocorrência. Mas seu medo, e o das outras meninas, do que poderia acontecer, era maior.
- Vem cá gente. - Nancy sentou na cama com seu notebook, também rosa.  - Baixei um programa que pode nos ajudar a descobrir quem é o responsável por isso. Quer dizer, sabemos que é alguém da escola. Então deve ser algum engraçadinho querendo um minuto de atenção. E a gente vai acabar com essa palhaçada agora.
Taylor levantou a sobrancelha:
- Que programa?
- É um que consegue rastrear um telefonema, provavelmente tem a mesma tecnologia do que ele usou com a gente para descobrir onde fica a casa da Chris.
- Então a gente vai ter que esperar ele ligar? - Chris ainda tinha suas dúvidas.
- Não. Nós vamos ligar para ele. Amy me dá seu celular.
- Por que o meu?!
- Por que fizemos a ligação para ele pelo seu celular no dia dos trotes. O número está salvo no seu histórico de chamadas.
- Mas Nancy...
- Amy me dá o celular! - Nancy aumentou o tom de voz, assustando as outras.
- Meninas! - Chris tentou acalmar a situação. - Amy me dá seu celular, não precisamos ligar necessariamente dele, eu ligo do meu se é esse o problema.
- Mas quem vai falar? - Taylor estava impaciente.
- Eu falo. - Chris procurou o número e discou no seu celular.
- Você aperta pra chamar no 3 e tenta mantê-lo na linha por 1 minuto. - Nancy se preparava com seu notebook. - 1...2...3 Pode ligar, o programa ta pronto.

Tu...Tu...Tu...
- Olá, Chris. - a mesma voz rouca e grossa.
- A polícia já sabe sobre você! Seu palhaço, quem quer que você seja. Acabou!
- Você é uma péssima mentirosa, Vocês não teriam coragem de contar sabendo que eu posso cortar cada uma como um peixe.
Chris respirou fundo:
- O que você quer!? Deus! foi só uma brincadeira.
- Não use o nome dele em vão. E não é só uma brincadeira, Chris. Vai mais além do que você imagina.
- Como assim?
- Qual seu filme de terror favorito, Chris?
- An?
- Eu perguntei, qual seu filme de terror favorito!
- As branquelas, filho da puta!
- Chris, pode desligar! - Nancy sussurrou e Chris encerrou a ligação.
- E aí?
- Ele ainda ta processando. Espera, foi!

Rua Elm, 4213. Centro de Bridgeport.

- Ai meu Deus! - As quatro falaram ao mesmo tempo.
- Essa é a casa da...
- Jill Roberts. - Nancy completou seriamente. - Uma das integrantes do clube do coral e do celibato. Foi emancipada e agora mora sozinha no centro de Bridgeport. Ela é louca!
- E também é o Catface. - Disse Chris.
- Que? - as outras não entenderam.
- Catface, gente... cara de gato... A máscara que ela usa... Ah qual é! Todo assassino dos filmes tem um nome, qual o problema?
- A diferença é que de gato esse assassino não tem nada. - Nancy se levantou da cama e pegou as chaves do carro na cabeceira. - Vamos à Jill.
- Vamos? - Amy Perguntou. - E qual o plano?
- Não sei, a gente bola no caminho, agora vamos!

As meninas entraram no Honda Civic de Amy.
- Amy. - Chris começou a falar. - Se eu não morri pela faca de uma futura celibatária, eu não vou morrer em um acidente de carro. Então por favor, vai com calma!
- Eu sou uma ótima motorista. - Amy olhou para Chris pelo espelho retrovisor. - vocês que são péssimas passageiras.
A garota acelerou e as meninas seguraram firme.

***

Jill havia perdido seus pais devido a um acidente de carro, há 2 anos. Foi emancipada e morava sozinha no centro de Bridgeport. Sofreu com vários problemas psicológicos depois da morte deles, mas com o passar do tempo foi se restabelecendo.
Ela lavou seu rosto e foi terminar de ensaiar a música nova do grupo do coral, mas foi atrapalhada pois o telefone fixo da sala tocava repetidamente.
Seguiu até a sala e atendeu:
- Alô?
- Olá. - Era um homem, tinha uma voz grossa e sarcástica. um pouco sensual do ponto de vista de Jill.
- Quem é?
- Com quem eu falo?
- Você ligou pra mim... Então deveria saber.
- Tem razão.
- Quem tá falando?
- Você me diz.
- E você ligou errado.
A menina desligou e voltou para o seu quarto para continuar ensaiando.

Chase - Nunca brinque com estranhos (FINALIZADA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora