Fama não tem nada a ver com escrever bem. Um autor pode escrever bem e não ser famoso, bem como muitos autores por aí escrevem super mal e são famosos. Sei que vou ser polêmica se citar nomes, então apenas farei um livro de dicas (como tantos outros...
Oi pessoal, tudo bem? Eu sei que prometi falar sobre a estrutura de uma cena, mas acontece que esse post acabou surgindo quando eu estava conversando com uma amiga sobre criação de personagens e eu achei que, já que ia criar um material para ela, por que não, criar um que eu pudesse colocar aqui também?
É um pouco longo, mas é um material muito legal que muita gente usa e eu saí juntando de vários sites, para pegar coisas que os autores famosos usam e coisas que eu uso também, juntando tudo em um lugar só.
Vamos lá!
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CRIANDO PERSONAGENS TANGÍVEIS
Essa é uma aula bem extensa, mas eu tentei resumir ao máximo pra os pontos mais importantes.
Tangível é algo que se pode tocar. Um personagem tangível é aquele que existe como se fosse real, e para conseguir isso, não tem bem uma regra. Alguns fazem isso de forma mais intuitiva, outros precisam de grandiosas anotações e outros com algumas poucas palavras, já definem tudo do personagem.
Um método que todo autor usa é a famosa "ficha de personagem", onde ele faz anotações sobre o personagem. A internet está cheia delas e é importante ressaltar, que além do físico, existe o lado emocional e racional, a crença, como seu personagem se relaciona com o mundo e as pessoas ao seu redor... tudo isso torna o personagem "vivo", e quanto mais detalhes você se perguntar, mais sólido (e tangível) esse personagem será para você.
Você já deve ter ouvido um autor dizer "mas não foi eu que decidiu isso, foi a personagem!", não é que ele literalmente criou vida, saiu do papel e falou com o autor, mas é que a personalidade desse personagem está tão formada e tão sólida, que certos comportamentos seriam inadmissíveis, outros, previsíveis e com isso o autor consegue basicamente saber como pensa o seu personagem.
É como ser melhor amigo, ou ainda, ter um filho, e por observação e lógica, conseguir definir o que ele gostaria, o que não gostaria.
Você tem que conhecer o seu personagem e se tornar o BFF dele, em outras palavras. As vezes, conhecemos tão bem uma pessoa, que nem precisamos perguntar o que ela acha de uma situação, já sabemos o que ela vai dizer, o famoso "sabia que você ia dizer isso!". É essa mesma lógica que usamos para as pessoas que conhecemos e nos importamos que vamos usar para criar um personagem e ele se tornará tão sólido que parecerá que existe! Assim quando você, autor, puser uma determinada situação para o seu personagem lidar, automaticamente já saberá como ele irá reagir e o que ele pensará em fazer diante daquilo.
Vamos conhecer os nossos personagens mais a fundo?
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PARTE I - PERSONALIDADE BASE & APARENCIA
A primeira coisa que vemos ao conhecer alguém (se temos olhos, claro) é como ele aparenta. Olhe para um desconhecido na rua! Você pode tirar por "base" algumas coisas sobre ele, por exemplo, um cara cabeludo todo vestido de preto com uma camiseta do Slipknot, dificilmente será um pagodeiro. Sim, você julga um livro pela capa e fazemos muito isso. Podemos estar errados? Claro! As aparências enganam e isso pode ser um recurso usado pelo seu personagem, inclusive!
