Capítulo 02: Primeiro incidente

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          A primeira noite na casa de seus tios foi mais tranquila do que imaginava. O sentimento de nostalgia dominava seus pensamentos, era como se estivesse revivendo o passado que aos poucos adormeceu dentro de sua memória, e esse sentimento que crescia cada vez mais era — de uma maneira inexplicável — realizador.
          Acordou por volta dás oito horas da manhã, o jantar exageradamente farto que tia Gracie havia preparado na noite anterior deixou Dylan e tio Richard tão satisfeitos que mal tiveram ânimo para continuar conversando, ambos comeram e logo em seguida foram se deitar. Seu quarto estava praticamente o mesmo de quando tinha cinco anos, exceto pela decoração que não tinha mais um ar infantil, mas a distribuição dos móveis continuava a mesma, as cores em variados tons de azul predominavam os objetos que estavam distribuídos pelo quarto.
          Levantou e seguiu direto para o banheiro, que ficava no fim do corredor do segundo andar. Tomou um banho para despertar da insistente sensação de sono, em seguida, vestiu uma roupa simples e leve, nada muito extravagante, pois queria dar um passeio pela cidade. Na realidade, desde que chegou na noite anterior, Dylan tinha planos de visitar um lugar em específico, e esteve pensando nisso o tempo todo.
          Desceu as escadas em passos lentos, não tinha pressa, não queria acelerar nenhum momento. Encontrou seus tios na cozinha. Gracie estava selecionando algumas frutas para preparar um suco, enquanto Richard estava no fogão, cozinhando algo que Dylan não conseguia identificar, mas que tinha um aroma tão forte que chegava a ser tentador, além de fazer o estômago de Dylan roncar.
          — Bom dia, príncipe! — Disse tia Gracie, ao perceber a presença do sobrinho.
          — Bom dia, tia! — Respondeu, e depois olhou para Richard. — Bom dia, tio Rickie.
          — Ei, bom dia, filho — Richard respondeu sem olhar para trás, concentrado no que estava fazendo. — Dê um pulinho na sala, Tyler está esperando por você lá.
          — Tyler?! Mas tão cedo assim?
          — Ele disse que estava ansioso para mostrar algumas coisas para você, o convidei para tomar café conosco, mas ele disse que ia te levar para tomar café em outro lugar — explicou tia Gracie, sorrindo.
          Dylan não havia combinado nenhum passeio com Tyler no dia anterior, pelo menos não conseguia se lembrar de nada parecido, mas se sentiu bem ao ver o interesse do amigo em estar com ele. Sorriu em resposta para seus tios e deu meia volta, seguindo em direção à sala de estar.
          Transpôs a porta da sala e encontrou Tyler sentado em uma poltrona, cochilando, enquanto esperava por ele. O garoto estava com as pernas abertas e esticadas, os braços caídos junto à poltrona, e a cabeça jogada para o lado, com os olhos fechados e a boca aberta. Se Dylan estivesse com seu celular, com certeza teria tirado uma foto daquela situação, para rir sempre que olhasse para a tela do celular e encontrasse aquela imagem.
          Aos poucos, em passos leves, ele se aproximava do amigo, fazia o máximo de esforço possível para não fazer nenhum barulho, e principalmente para não rir em voz alta. Um passo após o outro, e Dylan se encontrava ao lado de Tyler, e este não havia notado a presença dele de tão profundamente que dormia.
          — Hey, bobão! — Gritou Dylan. — Levante logo daí!
          Em um único salto, Tyler se pôs de pé. Ele parecia desnorteado, o susto foi tão grande que ele praticamente caiu para frente e levou a mesa de centro da sala junto com ele.
          — Juro que vou arrumar tudo, mãe! — Disse Tyler, olhando de um lado para o outro com os olhos arregalados.
          — Mãe? — Perguntou Dylan. — Acorde, Tyler, sou eu!
          — Oh — murmurou. — Mas o que está acontecendo?
          — Eu que pergunto. O que faz aqui tão cedo? — Com uma expressão enigmática no rosto, perguntou Dylan.
          — Ah, sim, verdade — Tyler bocejou. — Vim para fazermos um pequeno tour pela cidade, vai ser legal andar por aí depois de doze anos, não é mesmo!?
          — E precisava ser tão cedo? Eu nem tomei café da manhã!
          — Claro que precisava! — Respondeu Tyler, com um tom de indignação em sua voz. — Temos muitas coisas para fazer, vamos logo, te pago um café no quiosque da Lyla.
          — Lyla? Lyla Heystow? — Com os olhos arregalados, questionou Dylan. — Desde de quando ela tem um quiosque?
          — Faz uns seis anos que a família dela abriu aquele quiosque. Mas isso não tem importância, vamos logo! — Tyler parecia impaciente demais para esperar por uma resposta, terminou de falar e seguiu em direção a porta de entrada.
          — Espere! — Exclamou Dylan, estendendo a mão direita. Tyler voltou sua atenção para ele. — Na verdade eu queria que você me levasse em um outro lugar.
          — Que lugar é esse? Deve ser muito importante para você dispensar uma visita à Lyla — disse Tyler, com um sorriso irônico no rosto.
          — Com certeza é um lugar muito importante! — Afirmou Dylan. — Você se lembra daquele bosque?
          — Bosque? — O amigo arqueou as sobrancelhas, parecia confuso. — Mas como eu vou me lembrar de um bosque? Seja mais específico!
          — Aquele bosque, o esconderijo de sempre.
          — Oh — surpreso, Tyler murmurou para si mesmo. — Está falando do Bosque das Cerejeiras. Te levo lá depois de tomarmos café.
          — Eu prefiro que seja agora, antes do café.
          — Mas eu estou morrendo de fome! — Tyler levou as mãos até a barriga, enquanto fazia uma careta. — Tem certeza que isso não pode esperar algumas horas?
          — Tenho certeza, precisa ser agora!
          — É o seu primeiro dia aqui, e você já está me enchendo a paciência! — Reclamou Tyler, enquanto revirava os olhos. — Está bem, vamos logo, o quanto antes formos, mais cedo voltamos.
          Os garotos se despediram dos tios de Dylan em poucas palavras, Tyler não queria perder mais tempo e apressou o amigo o máximo que pôde. Dylan subiu para o seu quarto e pegou seu celular, carteira, tudo o que fosse precisar. Seguiram em direção ao carro do pai de Tyler, que estava porcamente estacionado em frente ao portão da casa. Uma vez dentro do carro, Tyler ligou o rádio e, cantando algumas das músicas que tocavam da forma mais entusiasmada que uma pessoa com fome poderia cantar, dirigiu em direção ao bosque.
          Dylan não se importou em tentar explicar para Tyler sua necessidade de visitar aquele lugar com tanta urgência, também ficou agradecido por o amigo não ter perguntado nada sobre o assunto, pois ele não tinha ideia de como poderia explicar a boa sensação que aquele bosque lhe trazia.
          O lugar não ficava muito longe da casa dos Dikastís, eram apenas alguns quarteirões de distância, e Tyler foi capaz de chegar em poucos minutos. Com cuidado, ele estacionou o carro perto de um tronco grande que estava caído no chão. Daquele ponto em diante, teriam que seguir andando.
          Chegava a ser estranho para Dylan ver aquele lugar exatamente como era antes. Tinha a sensação de que era como se o tempo tivesse parado enquanto ele esteve fora, que as coisas resolveram esperar por ele. Os tons vivos de verde preenchiam o solo, e as flores espalhadas pelos cantos continuavam a encher os olhos do garoto. Ainda era cedo e o sol não estava tão forte, o que proporcionava uma leve brisa gelada, e fazia algumas das pétalas rosas despencarem.
          Durante praticamente todo o caminho que percorreram, Tyler reclamava do frio e de ter saído sem tomar seu café da manhã, mas Dylan nem se importava mais com as reclamações, simplesmente admirava a paisagem e adentrava cada vez mais no bosque, esperando encontrar o mesmo local onde estava em seu sonho. Ele não sabia como explicar, mas sentia uma forte conexão com aquele lugar, sentia como se fosse ali o lugar onde tudo em sua vida se esclareceria.
          O bosque era um tanto grande, não tão grande para ser considerado uma floresta, mas poderia gastar boas horas explorando toda a sua área. Após de cerca de vinte minutos caminhando em meio as árvores, finalmente chegaram onde Dylan queria. O seu sonho passou como um flash em sua cabeça, cada detalhe se repetia, cada frase dita ecoava em seus pensamentos, como se estivesse revivendo toda aquela cena.
          — Ei, eu me lembro desse lugar! — Com um entusiasmo repentino, afirmou Tyler. — Foi aqui a última vez que nos falamos antes de você partir, não foi?
          — Foi mesmo! Depois de conversarmos, meu pai apareceu, e daqui fomos direto para a estação de trem.
          — Nossa, nem parece que faz mais de dez anos que isso aconteceu — disse Tyler, com um ar nostálgico, enquanto andava pelos arredores da grande árvore que parecia ter sido plantada estrategicamente ao centro do bosque.
          Dylan ficou em silêncio. Para ele, tudo isso havia acontecido dois dias atrás. Ele respirou fundo ao menos três vezes para sentir o aroma das flores, tocava as árvores e sentia uma boa sensação sempre que dava um novo passo, era como se algo estivesse sendo injetado em suas veias.
          — Sabe, Tyler, eu sinto como se eu fizesse parte desse lugar — Dylan afirmou, enquanto fechava os olhos e ouvia o canto dos pássaros.
          — Mas que conversa de maluco é essa? — Aparentemente assustado, Tyler perguntou.
          — Não sei dizer, mas eu me sinto conectado com alguma coisa aqui, é difícil de explicar.
          — Você bateu a cabeça ou comeu algum desses cogumelos alucinógenos? — Com os olhos arregalados, questionava Tyler, enquanto examinava o amigo da cabeça aos pés.
          — Não, claro que não! — Levemente irritado, Dylan respondeu. — Feche os olhos e ouça a melodia dos pássaros, você vai me entender.
          Dylan esperou até que o amigo acatasse sua sugestão. Ele parecia relutante, pelo que conhecia Tyler, tinha certeza de que ele estava achando aquilo tudo uma chatice sem fim. Mas ele resolveu tentar, e fechou os olhos, e logo em seguida Dylan fez a mesma coisa.
          O som do vento soprando as árvores contrastava com os pássaros cantando, e nessa mistura da natureza, era possível ouvir uma melodia tranquilizante. Mas algo parecia errado, alguma coisa de diferente interferia nas ondas de som, um ruído que ele não conseguia distinguir, mas ele não se importava, estava em um completo torpor.
          — Você ouviu isso, Dyl?! — Praticamente sussurrando, perguntou Tyler.
          — Não ouvi nada, o que foi? — Apesar de sentir alguma coisa, Dylan não conseguia identificar nenhum som em específico.
          — Shhh! Fique quieto e escute — Tyler parecia depositar toda a sua atenção para o que quer que estivesse ouvindo.
          Dylan não estava entendendo muito bem o que acontecia, mas ele resolveu tentar identificar o som de que Tyler falava. Se manteve calado e com os ouvidos atentos. Aos poucos ele conseguia ouvir uma espécie de chiado, era um som um tanto agudo e entrecortado.
          — Ouviu agora? — Perguntou Tyler.
          — Acho que sim, mas eu devo estar imaginando coisas — Disse Dylan, mais confuso ainda.
          — Por quê? O que você acha que é?
          — Não tenho certeza, mas eu acho que se parece com uma pessoa chorando — pensativo demais para prestar atenção nas expressões de indignação e dúvida do amigo, Dylan se concentrava cada vez mais.
          — Um... choro? — Tyler fez uma pequena pausa. — Acho que vem dali, venha, vamos dar uma olhada!
          Tyler não esperou por uma resposta de Dylan. Saiu em disparada em meio as árvores, ele parecia conhecer bem aquele lugar, pois fazia curvas e mais curvas como se tivesse certeza de que estava seguindo um caminho determinado e estudado anteriormente por ele.
          Dylan apenas o seguiu, em silêncio. Andava de um lado para o outro sem se preocupar com mais nada, seguia cegamente todos os passos que Tyler dava, apenas se questionava para onde exatamente estavam indo. Seguiram caminhando por alguns poucos minutos, Dylan viu o amigo parar bruscamente alguns metros à frente dele.
          Assustado com a expressão de Tyler, Dylan correu para verificar o que estava acontecendo. Uma vez ao lado do amigo, ele perguntou à ele o que havia encontrado, mas este apenas apontava para frente, em meio aos arbustos onde eles estavam. Seguindo uma linha imaginária entre o dedo de Tyler e o ponto para onde apontava, Dylan verificou o que tanto espantava Tyler, e aquilo também o espantou.
          De fato, o som que ouviram era de uma pessoa chorando. Sentada em uma grande pedra, estava uma garota que aparentava ter a mesma idade que eles. Ela tinha longos cabelos loiros que se estendiam até o fim das costas, usava uma calça de moletom cinza, uma camiseta branca que parecia ser dois números maiores do que o número ideal para ela. Estranhamente, ela estava descalça, as mãos trêmulas e os olhos azuis brilhando por conta das lágrimas. Não era difícil se distrair olhando para ela, pois, aos olhos de Dylan, mesmo naquele estado, ela era muito bonita.
          — Mas o que será que aconteceu com ela? — Cochichando, perguntou Tyler, ao se abaixar para se esconder atrás dos arbustos. — Por que ela está sozinha aqui?
          — Eu... eu não faço ideia! — Respondeu Dylan, boquiaberto. — Será que ela precisa de ajuda?
          — Nós não podemos simplesmente aparecer do nada, você não acha que ela vai estranhar um pouco? — Tyler fez uma pequena pausa. — Quero dizer, olhe para ela, está chorando!
          — Eu sei, mas você vai simplesmente virar as costas e deixar ela sozinha ali?
          — Vamos... vamos apenas perguntar se ela está bem, pode ser? — Com uma expressão assustada no rosto, Tyler perguntou.
          — Está bem, vamos lá!
          Os dois amigos se entreolharam por alguns segundos, um acenou para o outro com a cabeça, dando a confirmação de aquele era o momento certo para irem de encontro com a misteriosa garota que ali estava. Quando ambos se levantaram e deram o primeiro passo em direção a ela, algo ainda mais inesperado aconteceu, deixando os dois garotos em estado de choque.
          Sem ter certeza de onde havia partido, Dylan ouviu um forte estrondo, um estouro com um volume muito alto, que fez com que os pássaros que estavam nas árvores mais próximas voassem para longe dali. Junto do estouro que emergiu, Dylan observava uma cena que jamais conseguiria esquecer em toda a sua vida, seu coração disparou quase que instantaneamente, suas mãos suavam e seu corpo tremia de uma ponta à outra.
          Como se estivesse assistindo a um filme em câmera lenta, os garotos observaram o corpo esbelto da garota cair para trás, lentamente, o sangue saía de sua testa por meio de um buraco localizado exatamente ao centro. A expressão de terror em seu rosto era assustadora, era possível sentir sua aflição apenas de olhar, Dylan não conseguia prestar a atenção em mais nada além dos olhos arregalados da bela garota, enquanto observava o seu corpo sem vida ir de encontro ao chão. Aquele som que ecoava em sua cabeça, nada mais era do que um tiro, um tiro certeiro que ceifou a vida daquela frágil garota em apenas um segundo. Acabara de testemunhar um assassinato.
          — Mas que droga é essa? Vamos embora daqui, Dylan! Dylan! — Tirando-o de seu estado de torpor, Tyler gritava ao lado de Dylan, puxando-o pelo braço.
          Dylan estava aterrorizado, nunca imaginou que algo assim aconteceria em toda sua vida, principalmente em uma cidade tão pacata quanto Glaiven. Tyler, por outro lado, não desistia de chamar a atenção do amigo, puxava-o pelo braço e gritava seu nome, repetia sempre que eles precisavam correr, fugir daquele lugar o mais rápido possível. Mesmo muito confuso para tomar uma decisão sensata, ouviu o amigo implorando para que fugissem, e foi exatamente isso o que fizeram.
          Tyler partiu em disparada, ele corria entre as árvores com muita habilidade, saltava sobre raízes tortas no chão, sequer se importava em olhar para trás, a única coisa que queria era sair daquele lugar, ir para o mais longe possível. Dylan fazia o máximo possível para acompanhar o amigo, mas acabava ficando para trás sempre que Tyler resolvia fazer alguma curva ou saltar sobre alguma pedra ou tronco. Não estava acostumado com exercícios físicos e muito menos fugir de um assassino.
          Em algum momento na qual Dylan não conseguiu perceber, acabou perdendo Tyler de vista, e a ideia de estar perdido em um lugar junto com um assassino lhe causava calafrios, mesmo tentando o máximo que podia, era difícil manter a calma em uma situação dessas, e aos poucos começava a se apavorar. Parou por alguns segundos e olhou ao redor, tentava se localizar de todas as maneiras possíveis, mas cada vez que se virava para um lado, as árvores pareciam mudar de lugar, os caminhos se cruzavam e ele se via perdido em um labirinto, o nervosismo tomando conta de sua mente tão rápido quanto a vida se esvaiu do corpo daquela garota.
          Decidiu correr para qualquer lado, a única coisa que não queria fazer era ficar parado, se tornar um alvo fácil para quem quer que estivesse caçando-o, se fosse esse o caso. Ofegava à cada passo que dava, seu corpo estava começando a ficar exausto, as pernas não funcionavam mais com tanta precisão como quando chegou, corria sem se importar com a direção em que seguia, o suor escorrendo em seu rosto dificultava cada vez mais para que ele pudesse ver com clareza. Entre um passo e outro, Dylan não conseguiu desviar de uma raiz de árvore, e acabou caindo. Com a queda, o colar que usava acabou arrebentando e voou para algum lugar na terra, mas não tinha tempo de procurar por ele, deveria escolher entre fugir ou ficar e ser morto da mesma forma que aquela garota.
          Mas aquele objeto tinha um significado importante para ele, fora um presente de Tyler, quando eles ainda eram crianças. Desde de que ganhou, Dylan dificilmente tirava o acessório de seu pescoço, estava com ele para qualquer lugar que fosse, era um símbolo, uma corrente que o mantinha próximo do amigo e de suas raízes. Desesperadamente, Dylan começou a procurar pelo colar, olhava para todos os cantos, mas não conseguia enxergar nada que se parecesse com ele. Em uma tentativa ainda mais desesperada para encontrar o que lhe era tão valioso, o garoto se jogou no chão e começou a apalpar o solo, engatinhava de um lado para o outro.
          Ficou ali sem se importar com o resto, até ser surpreendido por Tyler, que, correndo sem prestar a atenção no chão, acabou tropeçando no amigo, fazendo com que agora ambos estivessem no chão:
          — Mas o que é que você está fazendo, Dylan? — Tyler perguntou, logo após gemer de dor.
          — Meu colar caiu, não consigo encontrar meu colar! — Dylan respondeu, ofegante.
          — Deixe isso para lá, vamos dar um fora daqui, o carro está aqui perto.
          — De jeito nenhum eu vou embora daqui sem o meu colar! — Dylan tinha um tom de voz sério.
          — Escute, ou vamos embora sem esse colar, ou vamos ficar aqui com ele, mortos.
          Dylan parou para pensar na situação. De fato, o colar era muito importante para ele, mas de nada adiantaria continuar ali procurando e acabar levando ele e seu melhor amigo à morte. Assim que chegou nessa conclusão, Dylan se levantou e ajudou Tyler a fazer o mesmo.
          — E se o assassino estiver nos seguindo? — Ofegante, perguntou com as palavras entrecortadas.
          — Mais um motivo para corrermos! Vamos logo! — Após se recomporem, continuaram a correr, mas desta vez juntos.
          Correram por mais alguns minutos, até encontrarem o carro do pai de Tyler. Não pensaram duas vezes antes de entrar e trancar as portas, Dylan olhava ao redor enquanto Tyler dava partida no carro. O mais rápido que pôde, Tyler pisou no acelerador e iniciou uma corrida veloz para longe dali. Apesar de estarem em segurança, Dylan não conseguia conter suas mãos que não paravam de tremer.

Du har nått slutet av publicerade delar.

⏰ Senast uppdaterad: Jun 14, 2016 ⏰

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