Amizade, Amor e Você - Degustação

Capítulo 13

Fico olhando por um tempo para o Cássio e não sei como responder, nem eu sei o motivo de estar mais falante.

— Não sei o motivo de estar mais falante — ele abaixa o olhar. — Ainda sou apaixonada por você se isso te faz melhor.

Ele levanta o olhar e fica um tempo apenas me encarando.

— Não deveria me fazer melhor, mas faz.

O Cássio parece envergonhado, triste, perdido, culpado.

— Está tudo bem — sento no sofá e ligo a televisão no mudo, não quero criar um clima e iniciar um ataque de pânico. — Você vai ficar para assistir os seriados?

Antes de ele responder, o celular do Cássio apita. Ele tira do bolso e o meu também apita. Levanto para pegar o meu e sorrio com a mensagem da Letícia.

Letícia: Paciência, Becca, paciência.

— Letícia — falamos juntos.

Olho para o Cássio, ele está olhando para mim com uma expressão desconfiada. Ele passa o celular dele para mim, faço o mesmo, entrego meu celular para ele.

Na mensagem dele diz apenas: Respira.

Bloqueio o celular e jogo no canto do sofá como se aquilo não fosse nada.

— Vem, temos dois episódios de Chicago P.D. para assistir antes de começar a nova temporada — falo o puxando pela mão e me aninhando no sofá.

O Cássio, como todo homem, pega o controle remoto e controla a televisão.

— Rebecca — a voz é baixa, apenas acredito que não foi minha imaginação quando ele repete. — Rebecca?

— Oi.

— Você quer deitar no meu colo? — Meu corpo todo fica tenso. Meu coração acelera e minhas mãos começam a suar. Será que estou sonhando? Olho para o relógio, não faz dez minutos que começamos a assistir o seriado, não posso ter dormido tão rápido. — Não sei muito bem como isso funciona — ele volta a falar com uma voz receosa. — Quero que você fique confortável.

— Vou buscar travesseiros.

Levanto e vou até o quarto.

O que vou fazer com esse homem?

Mesclo os conselhos da Letícia, respiro fundo várias vezes e me encho de paciência.

Volto para a sala com dois travesseiros, um cobertor e uma paciência do tamanho do mundo. Tiro meus sapatos e começo a arrumar o sofá. O Cássio apenas me observa.

— Você não vai tirar o tênis?

— Vou — ele levanta e senta na poltrona em frente ao sofá para tirar. — Nunca fiz isso.

— Nunca fez o quê?

— Nunca fiquei deitado assistindo televisão com uma mulher — sua respiração parece um pouco acelerada e sua mão esfrega o peito.

— Cássio — falo puxando ele para o sofá. — Vamos apenas deitar e assistir seriados. Isso não é uma proposta de casamento, ou um juramento de amor eterno. Já entendi que você não quer relacionamentos ou compromisso. Relaxa, estamos bem.

Ele parece apavorado quando deito de conchinha junto com ele no sofá.

— Respira, Cássio, apenas respira.

Sua respiração volta ao normal após uns minutos e ele até passa um braço na minha cintura. Não perco tempo e me aconchego no seu peito.

Ele aninha seu nariz no meu cabelo e respira fundo.