Capítulo 11 ❤️

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Uma pressão em minha cabeça me fez retirar as unhas tão rapidamente quanto as havia colocado. Senti que instantaneamente era sugada por um túnel escuro e frio. Abri os olhos piscando várias vezes seguidas, olhando ao meu redor sem entender o que havia acontecido. Malcon estava caído na minha frente e para meu espanto Gabriele estava em pé ao meu lado com um olhar de poucos amigos.

- O que estava fazendo? - Perguntou ríspida. - Preciso falar com você...

- Agora!

Ainda meio tonta, balancei a cabeça tentando restaurar minha lucidez.

- O que eu estava fazendo? O que você fez? Como...

- Lara é sério! Agora! Siga-me. - Percebendo a seriedade em sua voz levantei-me dando uma cambaleada para o lado, seja lá o que ela havia feito, havia me deixado completamente desnorteada. Esse feitiço ainda não conhecia, mas era bom. Malcon continuava desacordado no chão... Mas estava respirando, pelo menos parecia. Ela caminhou em passos firmes indo em direção à floresta. Enquanto a seguia percebi que Daniel e Leiael não estavam mais ali. Apenas os híbridos permaneciam em volta da fogueira, preparando suas armas e observando as chamas que pareciam cada vez mais poderosas e selvagens.

Gabriele caminhava entre as árvores seguindo a mesma trilha onde horas atrás havíamos passado para ir ao esconderijo. O som de corujas e outros animais que viviam na floresta criavam um clima propício para um filme de terror. Mas eu estava me sentindo em casa. Daniel em uma de suas histórias nos contou que a floresta é guardada e protegida pelos guardiões, e que a noite coisas sombrias acontecem. Mas após o ataque não foi isso que aconteceu. Em vez de eles nos atacarem, eles apareceram para lutar ao nosso lado.

A trilha era estreita e pedregosa, folhas secas forravam o chão como um manto, o que o tornava escorregadio. Passamos por uma cachoeira e algumas cavernas que se abrigavam em seu interior, as quais não me lembrava de ter visto antes. Não imaginava que a floresta conseguiria ser ainda mais bela encoberta pela escuridão, mas entre a clareira da lua eu podia sentir a magia que havia naquele lugar.

Não sabia se eram os guardiões, mas podia sentir que estávamos sendo observadas. Em pequenos intervalos, vultos desapareciam entre as árvores ao nosso redor, mas não se aproximavam. Era como se estivessem apenas nos acompanhando. Após alguns minutos, Gabriele parou diante de uma enorme pedra admirando seu tamanho.

- Chegamos, Lara. É aqui. - Disse ela escalando a pedra que ficava no alto de um penhasco.

- Nossa! É lindo! Como achou esse lugar? - Perguntei perplexa enquanto forçava meus olhos a acreditarem no que estava vendo.

- Senta aqui. - Disse ela batendo a mão na pedra. Sua expressão havia mudado, estava mais segura, e se não estivesse enganada podia até arriscar a dizer que um sorriso surgiu em sua boca.

- É a terceira vez que venho aqui. Um dia quando você estava dormindo, já era de madrugada, quando senti uma vibração forte na cabana, o que me fez acordar. Uma voz pediu que a seguisse, e eu a segui. E foi assim que conheci esse lugar.

- O que achou? - Perguntou ela... Dessa vez com um largo sorriso.

- É lindo! - Na escuridão do abismo, centenas, talvez milhares de vagalumes iluminavam a noite, acendiam e apagavam parecendo estrelas, era como olhar o céu de ponta cabeça.

- É encantador! Essa voz que você ouviu, era Leiael? - Perguntei.

- Não. Era Din. - Respondeu olhando para um vagalume que voou bem perto de nós.

- E como você sabia que ele era do bem e não iria te fazer mal?

- Do mesmo jeito que você fez quando Leiael se aproximou de você, e você não o atacou.

Segredos Mortais - Os GuardiõesWhere stories live. Discover now