O feitiço (Lágrima de Princesa,#1)

Capítulo 12

Capítulo 12

Mirna

Eu não consegui dormir, passei a noite toda com os meus olhos abertos, olhando o tempo todo para o teto do quarto.

Francisca e Fabíola ficaram surpresas que eu havia despertado de meu sono primeiro do que elas.

Embora elas fossem as minhas amigas, eu não consegui contar para elas que Françoah havia me beijado na noite anterior. Eu senti vergonha. Medo. Receio.

Logo após, Francisca fez o café e Fabíola e eu ajudamo-la colocar os Paes sobre a mesa e as canecas de alumino.

Françoah ainda estava adormecido. Provavelmente ele deveria não despertar tão cedo.

Nós três sentamo-nos diante da mesa para tomarmos nossa refeição matinal.

Instintivamente o meu coração disparou quando eu ouvi a porta do quarto de Françoah escancarar.

Finalmente ele havia acordado.

Os meus olhos encontrou a toalha da mesa durante a sua andada para cozinha. Ele sentou-se em seu lugar. Parecia mal-humorado. Não disse uma palavra e nem mesmo desejou um bom a todos.

Por fim, ele esfregou o topo de sua cabeça e murmurou olhando para baixo.

-Que dor de cabeça insuportável!

Eu olhei em sua direção por algum tempo e em momento algum ele olhou para mim ou em minha direção.

-Isso se chama ressaca!

Francisca afirmou, e mordeu o seu pedaço de pão.

-Irmão, você nunca bebeu tanto como ontem à noite. Nós tivemos que carregá-lo para o quarto. - Fabíola informou-o.

Françoah olhou para ela com baque. Ele não se recordava de nada. A sua embriaguez não estava registrada em sua mente.

-Eu não me lembro de alguma coisa...

Ele murmurou, franziu a testa e esfregou o seu cabelo escuro outra vez. Eu abaixei o meu rosto, imaginando que ele também não se recordava do nosso lindo beijo.

Eu novamente recordei das palavras exatas de Fabíola:

Afinal pessoas embriagadas não costumam ter vidas próprias.

Então eu assimilei que eu fui beijada por uma mente embriagada e não pelo próprio Françoah.

Eu confesso que esse café da manhã foi indigesto para mim. Eu estava me sentindo como um objeto sem valor. Um artefato que divertiu um bêbado sem sentimentos, sem noção do que estava fazendo de fato.

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