22. MULHER OU RATA?

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Estávamos atravessando o Potomac quando avistamos o helicóptero. Era um modelo militar, preto e reluzente, exatamente como o que tínhamos visto em Westover Hall. E vinha em nossa direção. Os semideuses do banco da frente estavam planejando como nós íamos sair desse perrengue. Em falar em perrengue, a minha mente viajou para todas as aventuras com os meus amigos que acabaram em problema. Ai que saudade deles, o que eles devem estar fazendo nesse momento? Com certeza não estão fugindo de monstros mitológicos.

— pensando na vida? — a morena me tira dos meus pensamentos, tinha esquecido que Clarisse estava do meu lado

—  que?

— deixa pra lá — ela bufa e eu solto uma risada — é impressionante como você se estressa com tudo

— você que vem me estressando — ela cruza os braços

— vai começar de novo com esse Papinho, Clarisse La Rue? — reviro os olhos

— você acha que eu esqueci da garota da loja de conveniência

— não entendi, agora eu não posso socializar com outra pessoa? A vossa senhoria não me permite conviver em uma sociedade? — ironizo da cara dela

— não, não pode. Você é minha — ela diz com uma expressão séria no rosto, enquanto eu fico com cara de boboca

— que?

— é isso que você ouviu — ela se levanta para ir trocar de lugar com Grover

O que essa maluca está dizendo? Ela só pode estar brincando comigo. Pior que a sua fala me pareceu muito convincente, ela estava tão séria. Mas o que que eu faço? Eu nunca cheguei nessa parte, claro que já fiquei com outras garotas antes, mas eu nunca tive um relacionamento sério com elas.

— Lá adiante! — disse Bianca, atraindo a minha atenção— Aquele estacionamento!

— Vamos ficar encurralados — disse Zöe

— Confiem em mim — suplicou Bianca

Eu não estava entendendo bosta nenhuma, ninguém mandou ficar pensando na vida alheia. Zoë atravessou duas pistas em alta velocidade e entrou no estacionamentode um centro comercial na margem sul do rio. Deixamos a van e seguimos Bianca, descendo alguns degraus.

— Entrada do metrô — informou ela. — Vamos para o sul, para Alexandria

— Qualquer coisa — concordou Thalia.

— ai que legal, o metrô daqui também canta musiquinha? — digo seguindo elas

Compramos tíquetes que puta que pariu, caro para um cacete, quase tive que vender um rim. Passamos pelas roletas, olhando para trás, à procurade qualquer sinal de perseguição. Alguns minutos depois, estávamos a salvo, abordo de um trem que seguia para o sul, afastando-nos de Washington. Quando o trem veio à superfície, vimos o helicóptero circulando o estacionamento, mas ele não veio atrás de nós.

— Bom trabalho, Bianca, pensar no metrô. — Grover suspira, aliviado

— É, bem, eu vi aquela estação quando Nico e eu estivemos aqui no verão passado. Lembro de ter ficado surpresa ao vê-la, pois ela não existia quando morávamos em Washington — Bianca parecia satisfeita.

— nova? Eu não conheço muito bem essa cidade, mas tenho certeza que de nova, essa estação não tem nada — digo confusa

— Também acho — disse Bianca. — Mas, acredite, quando éramos pequenos e morávamos aqui, não havia metrô.

— Espere um pouco. Não havia nenhum metrô? — Thalia debruça sobre o banco enquanto Bianca assentiu com a cabeça

— como assim não havia metrô no verão passado? — La Rue diz confusa, igual todos nós

HERMES DAUGTHER ||Clarisse La RueWhere stories live. Discover now