HERMES DAUGTHER ||Clarisse La Rue

07. PAPAI NOEL GREGO

                          Eu tive um sonho estranho

Era um palácio gigantesco, todo pintado de branco e prata. Com colunas maciças, que iam do chão até o teto. Haviam mais ou menos uns doze tronos , que formavam um U. Eles estavam vazios, exceto um. Que tinha um homem de terno sentado, que queria poder ver os rosto dele, mas parece que eu estava dentro de um grande vaso de porcelana, só conseguia ver por causa de um buraco que tinha.

O homem estava sozinho, até que uma pessoa passou rapidamente, minha alma de fofoqueira está gritando por não conseguir ver o maluco que era rápido igual o flash.

— você queria me ver? — disse o suposto flash

— suas crianças estão causando problemas demais — disse o cara do trono zangado — descobri que você tem mais uma criança, não acho que ela precisa ser reclamada

— mas ela vai ficar sem saber quem é o seu parente divino, eu não acho isso justo — disse o cara

— justo? — o cara do trono solta um raio — não se esqueça de quem você é, estamos ocupados com um bem maior e uma criança não reclamada é o menor dos nossos problemas

Eles ficaram um bom tempo em silêncio, estava tão quieto, aprecia que não existia ninguém ali.  A conversa nem era comigo e eu que estava incomodado com o silêncio constrangedor do local. A minha vontade era mudar o assunto e inventar de fazer uma piada sem graça, super funciona em momentos constrangedores.  No momento que o carinha ia falar alguma coisa, eu sinto alguém me balançando que me fez sair do sonho.

— eu já estou acordada, não precisa ficar me balançando — digo abrindo os olhos com dificuldade por conta da claridade

— você não me parecia muito acordada não — a voz vinha de uma menina bonita,que tinha os cabelos cacheados lindos,o seu corpo tinha músculos, a sua boca era carnuda e tinha uma cara de Bulldog raivoso, parecia que alguém tinha obrigado ela ficar aqui. — aqui, toma

— o que é isso? — parecia um suco estranho — está tentando me envenenar, gatinha?

— toma isso logo e para de falar — ela fala um pouco estressada

— tá bom esquentadinha — bebo o tal "suco" que tinha gosto de guaravita, ai que saudades do Rio — obrigada, gatinha

— agora descansa e para de falar — ela diz revirando os olhos e saindo do local

"Meiga" e linda, exatamente do jeito que eu gosto. Particularmente eu acho que eu morri e estou no céu, depois de ver essa anjinha linda. Acho que se o Juninho tivesse aqui, ele estaria me humilhando e me mandando para de ser cadela por mulheres, ainda bem que ele não está aqui para me ver nessa situação. Uns vinte minutos depois que eu bebi o "guaravita da Deep web", comecei a me sentir melhor. Já estava ficando cansada de ter que olhar para o teto enquanto ficava deitada naquela cama que provavelmente era de uma enfermaria, então resolvo tomar coragem e finalmente sair desse quarto, pego o chifre do minorock e deixo o local.

Andei pela casa tentando encontrar pelo menos um alma viva, porém não encontro ninguém, resolvo ir para a varanda e logo encontro dois homens. O primeiro era um pouco maior que eu, usava aquelas blusas feias de praia com estampa de tigre e chinelos normais, tinha barba grande e os cabelos encaracolados,e ele parecia que tinha fumado um, parecia o meu antigo professor de filosofia. Já o outro homem,ele era mais ou menos da minha cor, usava um casaco azul escuro, tinha cabelos brancos ,parecendo ser  um senhor de idade, tinha a barba desalinhada e usava cadeiras de roda.

— finalmente acordou, Dandara — o segundo homem disse ao me ver — seja bem vinda ao acampamento meio-sangue. Me chamo Quíron e sou o diretor de atividades do acampamento

— obrigada, senhor Quíron — o cara da blusa de tigre revira os olhos — é um prazer conhecer você também, senhor papai noel

— papai Noel? Eu sou mais importante que esse velhote — ele me diz com a sombrancelha arqueada

— Dandara, esse é o sr. D — ele diz mudando de assunto — ele é o diretor do acampamento

— seu nome é D? Que tipo de nome é esse? — digo olhando para o velhote com a cara do papai Noel — eu tinha um professor de filosofia que era a sua cara, te juro. A única coisa diferente é que ele não usava essa blusa feia

— É D de Dionísio — ele diz indignado — e não, eu NÃO sou professor de filosofia

— eu já ouvi o seu nome em algum lugar — digo pensando — É só Dionísio? Não tem sobrenome não?

— Ele é Dionísio, deus do vinho — diz Quíron

— como você não sabe quem sou eu? — o deus diz

— eu descobri que sou semideusa a duas semanas atrás e ainda tenho que ficar lendo Wikipédia para saber quem é você? Pera aí né — ele faz uma cara de raiva — com todo respeito

— fiquei sabendo que você é estrangeira — ele diz me olhando com tédio — o vinho do Brasil é péssimo

— não entendi esse olhar de tédio, que eu saiba você também é estrangeiro — digo arqueando as sobrancelhas — quem bebe vinho no Brasil? A maioria prefere caipirinha, pinga, Ice ou catuaba

— caipirinha? Isso é bom?— ele desfaz a cara de tédio

— é bom para cacete, mas você não bebe só vinho? Achei que outras bebidas alcoólicas não são a sua praia — digo me animando com a conversa — mas deve ter uma caipirinha de uva por aí

— você já bebeu bebida alcoólica, Dandara? — Quíron diz se intrometendo a conversa

— Claro que não, não tenho nem idade — minto — Dionísio, seus filhos bebem o quê? Já que você é deus do vinho

— suco de uva — ele diz como se fosse óbvio

— mas você também é deus da uva?

— não

— achei hipócrita da sua parte, como assim os filhos do deus do vinho não tomam vinho?

— eles poderiam beber vinho se aqui fosse possível, crianças não podem beber bebida alcoólica — ele cruza as pernas

— ainda bem que crianças não podem beber bebida alcoólica — ele diz cortando o assunto  e se levantando— Dandara você tem que conhecer o acampamento

— nem precisa se levantar, Quíron — ele volta a se sentar com um olhar de dúvida — eu consigo me virar, gosto de conhecer os lugares por conta própria

— tem certeza — aceno com a cabeça — então tudo bem, você já pode ir

— tchau Quíron — digo acenando para ele — tchau para você também Papai Noel grego