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Como eu poderia ser amado sendo assim? horrível, um monstro, uma besta... eu me odeio por essa deformidade, na verdade a repulsa das pessoas por mim se tornou minha auto aversão, tudo isso antes dela... antes de conhecer ela... minha, pra sempre...
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PRESENTE 2009
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O nervosismo ocupava meu corpo de uma forma que eu conseguia sentir, eu só queria saber como William era capaz de fazer algo assim com um ser humano, eu não tinha dúvidas de que ele tinha tentado matar Charles, mas infelizmente ainda não tinha conseguido provar.
Eu tinha pedido desculpas pelo imprevisto e corri direto ao hospital pra conversar com os pais de Charles, eles eram adoráveis e mesmo com todo o transtorno do que aconteceu com o filho, eles me consolavam. Esse não era o cenário ideal pra conhecê-los e de fato não deveria ser eu a consolar eles?
Eu estava voltando pra casa em um táxi, a chuva caia lá fora, era uma garoa, eu apenas olhava pela janela as árvores se movimentando e o barulho do pneu do carro passando por cima das poças de água.
Após pagar o motorista entrei em casa, estava em silêncio como sempre, vi Margareth vir em minha direção no hall de entrada.
-Oh, minha querida! Seu pai contou o que aconteceu. -Ela disse me abraçando.
-Eu preciso descansar um pouco Margareth, será que você pode me preparar um banho, por favor? -Falei secando as lágrimas que insistiam em cair.
-Claro, se deite um pouco e descanse. -Falou ela.
Subi as escadas e me joguei na cama, eu só queria acordar desse pesadelo, eu só queria nunca ter visto William, mas principalmente queria que ele nunca tivesse me visto. E com esses pensamentos cai no sono profundo.
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