Um monstro com o meu nome.

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Sorrir tornou-se difícil, como mergulhar em águas congelantes e revoltas
Meu corpo estremece, implora para ser liberto desse momento
Liberto da necessidade de mentir
Da angústia de sentir

Sempre fui boa em manter uma fachada
Ser a garota que ri de tudo
Que está sempre bem com todos
Era fácil, automático, como entrar em águas mornas e calmas

Hoje sinto que meus olhos dizem a verdade quando meus lábios mentem
Quando apronto um sorriso, o monstro em minha mente capta a mentira
Estamos presos em um jogo desde a infância, em que a regra é clara: não posso deixar que ele perceba meus sentimentos
Hoje ele gargalha, porque sabe que está vencendo

Não sinto vontade de achar graça nesse mundo
Porque esse mundo não é meu
Quero liberdade
Quero a claridade de uma vida passada
Quando alegria era fácil e eu me sentia viva
Quando não existiam fachadas nem risadas falsas

Quero viver e me sentir viva, longe do afogamento e da abominação em minha mente
Abominação essa que tem as mesmas características que eu

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Um monstro com o meu nome. Mylla Braga

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