Paralelos - Taegyu (Adaptação)

𝟢𝟥 : Caminhos

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Beomgyu viu aquela cena se repetir pelos dias úteis de sua semana, até ela chegar no último. Taehyun ia pela manhã ao coffee shop onde trabalhava, as vezes sozinho ou acompanhado pelo mesmo homem da primeira vez, cujo nome era Eric, pedia uma bebida diferente a cada vez, olhava-o vez ou outra, e sempre dava um jeito de falar consigo antes de sumir do estabelecimento.

A sensação que se acomodava em seu peito também era a mesma; ficar atento a cada ressoar do sino, esperando que Taehyun surgisse pela porta; torcer para conseguir falar ao menos algumas palavras com ele enquanto servia-lhe o pedido do dia; desejar que ele voltasse no outro dia.

Estava confuso, com medo e ansioso. Porque ele tinha problemas para separar seu mundo real daquele em que vivia agora.

Sua casa estava arrumada agora, com tudo organizado como Beomgyu gostava, apesar de que a aparência dela continuava sendo antiga. Como desconfiou, seu celular estava no meio da bagunça de seu quarto, e quando procurou por contatos nele, não achou nada, absolutamente nada. Parecia um celular novo em folha, e Choi se lembrava da inversão que provavelmente acontecia, já que usava o mesmo celular por quase três anos.

Pelo visto não havia nada ligado à ele naquele universo paralelo. Sem família, sem amigos, nada. Era como se tivesse sido jogado nele em algum momento e de qualquer forma.

E agora, percebia que o único que realmente parecia entender o que acontecia era Kang, que confessou ser um idol. Justificava bem ele andar com um homem que vivia com uma câmera na mão, filmando-o, ou suas imensas roupas que cobriam todo o corpo.

Mas não tinha como ter certeza. Apesar de tudo ser igual, o universo era diferente. Por que justamente ele seria alguém conhecido se tudo e todos não eram? Preferia não se arriscar tanto confiando cegamente. Ele era um adulto afinal, e mesmo que sentisse que Taehyun parecia tão perdido quanto ele, não seria tão bobo para confundir as situações.

Afinal, o Kang do seu verdadeiro mundo era um cara bom para si, tanto que isso rendeu-lhes um envolvimento. Ele era apaixonado por Taehyun, mas isso não foi uma ordem final para que permanecessem juntos. Com o fim do ensino médio, cada um seguiu um caminho, e agora eles não possuíam nem mesmo contato um do outro. Sentia falta, tanto que conseguia comprovar isso quando via Taehyun do novo mundo naqueles dias. Em como ele conseguia fazer seu coração bater acelerado e seu estômago encher de borboletas.

Mas talvez fosse apenas uma ilusão que havia se metido. Talvez acordasse na segunda em sua velha rotina de sempre, com os amigos de sempre, com a família de sempre, e com a falta de Taehyun de sempre.

— Vamos fechar cedo hoje? — Beomgyu perguntou confuso após limpar uma das mesas vazias, vendo Soobin ajudá-lo ao limpar outra.

— Sextas não são muito movimentadas depois das nove horas. Então sempre fechamos e voltamos as três, quando começa a encher novamente.

Beom assentiu, pensando na situação. Ele rapidamente colocou a mão no bolso da calça e pegou o celular, procurando o número salvo de Taehyun.

Eles não conversavam muito por ali, nada além de saudações e emojis. E não achava ruim. Até porque não tinha tanta intimidade com o mais velho.

Beomgyu: estarei livre até as 3h. e você?

Não sabia exatamente o motivo de dizer justamente sobre isso, ou aquela frase. Mas ele queria muito que isso significasse que Kang também estaria.

Ele voltou sua atenção para limpar outra mesa, ouvindo uma notificação minutos depois.

Taehyun: mesmo?