He Was Pride, I Was Just Me - Seo Yul/Jang Muni

.10.

Acordo confusa. Onde estou? O que aconteceu?
As memórias começam a atravessar a minha mente. Olho em volta e vejo que estou na enfermaria, mas não é isso que me espanta, é a imagem de Seo Yul sentado num banco ao meu lado com sua cabeça apoiada na cama e sua mão em cima da minha barriga. Droga! Ele já sabe. Mas de algum modo, me sinto mais viva e saudável...ele partilhou energia? O vejo dormir, ele parecia cansado. Com cuidado tento pegar em sua mão para a retirar de minha barriga. Com sucesso suspiro aliviada e me levanto da cama andando até a porta em passinhos de lã para não o acordar...o que não parece funcionar.

Yul: onde pensa que vai? (Parei onde estava, estática. Engulo seco e me volto para ele)

Muni: eu...ia pegar água...estou com cede (invento uma desculpa)

Yul: tem água aqui, se deite. (Diz rígido. Ele estava chateado, óbvio que estava, e o pior, era que tinha razões para tal, a nossa situação não era a melhor. Fiz o que ele mandou e voltei a me deitar na cama. Ele pegou água e me deu, e então, a bebo.) porque não me contou? (Ele me olhava)

Muni: porque contaria? (Dou de ombros) a gente não é casado, não existe motivo de você saber! (Eu sei que estava falando merda, mas não sabia o que dizer, não iria admitir que tinha medo de contar)

Yul: não existe motivo? Jang Muni, esse bebé é tanto seu, quanto meu, que eu saiba, você não o fez sozinha!

Muni: e quem te garante que você é o pai?

Yul: pelo que me disseram, você tá grávida de 4 meses e 3 semanas, isso equivale á nossa viagem onde o fizemos pela primeira vez! Aliás, eu te curei partilhando da minha energia com o bebé, isso é apenas possível se for o pai a fazê-lo! Pode tentar mentir, mas a verdade já está exposta Jang Muni! (Suspirei)

Muni: tá, você é o pai, o que quer agora?

Yul: quero o que todo pai tem direito! Quero acompanhar o desenvolvimento do meu filho, assim como o crescimento!

Muni: impossível! Mais cedo ou mais tarde você irá voltar para Seoho, e nem eu e nem o meu filho iremos com você!

Yul: nosso filho! (Ele me corrige, essas palavras me causaram arrepios! Sempre quis ouvir essas palavras da boca dele, porém eu queria isso antes de tudo acontecer, agora só quero proteger o meu menino.)

Muni: você não tem o direito de chamar a esse bebé de filho! Não depois de toda a dor que me provocou, você pode até ter ajudado a fortalecer a energia, mas também ajudou pra que ela enfraquecesse!

Yul: eu não estou pedindo pra que a gente se dê bem ou voltemos ao que éramos! Eu estou pedindo o que é meu por direito, e se você não aceitar, terei que ir até á Assembleia Unânime resolver isso! Acredito que nenhum de nós queira chegar a esse ponto, estou certo?

Muni: sério Yul? Me ameaçando com a Assembleia? (Solto uma risada irónica) sempre o mesmo (nego com a cabeça)

Yul: deixa dessas coisas Muni! Você ia me contar sobre isso no outro dia, então não se faça de contrariada.

Muni: saiba que eu te odeio Seo Yul! (Ele sorri irónico)

Yul: saiba que é recíproco Jang Muni! (O olho com raiva, e a mesma só crescia em mim, o que resultou numa pequena dor na barriga, tentei não demonstrar, porém, uma careta escapou. Ele rapidamente coloca a mão em minha barriga e transmite energia, aliviando, mas isso apenas dura por um segundo, que foi o tempo que o deixei me tocar.)

Muni: não me toca! (Retiro a sua mão)

Yul: se for preciso pra salvar meu filho, eu te tocarei!

Muni: se quer tanto que seu filho fique em segurança, saia da minha vida de uma vez por todas! Sempre que senti dor, foi por sua culpa, então se não estiver aqui, não haverá dor, fácil. (Yul fica sem reação, vejo a culpa em seu olhar. Acredito que aonde pensar que ele machucou seu próprio filho, o faz se sentir assim.) você machuca esse bebé me machucando Yul...e ambos sabemos como você consegue me machucar...(ele não diz nada, apenas anda em direção á porta)

Yul: posso te machucar, mas não se esqueça que também posso te curar e proteger. (E então ele sai. Suspiro e me deito pra trás, deixo que as lágrimas rolem. Porque isso tinha que acontecer?)

___...___

Passei uns dias na enfermaria até o Mestre Heo me liberar pra voltar pra casa. Todos me visitaram, porem, as visitas eram sempre particulares, ou seja, era apenas de uma em uma pessoa. Estava agora arrumando minhas coisas quando Seo Yul entrou no quarto.

Yul: como tá o bebé? (Pergunta se aproximando enquanto eu fecho minha mala que Kim Do-joo havia me trazido)

Muni: está tudo bem! (Me virei para ele para que o mesmo me tocasse na barriga, como sempre que vinha até mim. Chegámos a um acordo, por agora iríamos pensar apenas na gravidez e na segurança da mesma, então, ele irá acompanhar, não foi fácil estabelecermos regras para que ambos ficassem satisfeitos, mas conseguimos. No caso, as regras são: ele irá morar com a gente. Apenas tocará em mim quando eu deixar. Ficarei 24 sobre 7 acompanhada, preferencialmente dele ou Uk, que anda muito ocupado, então, terá que ser maioritariamente de Yul. Ele irá a todas as consultas do bebé. E por último, sempre que eu sentir desejo de algo, ele terá que satisfazer, afinal, o desejo é do filho dele, não meu.
Sinto nossas energias conectando e o olho de olhos arregalados) está sentindo isso? (Ele me olha surpreso)

Yul: estamos os três partilhando energia?

Muni: parece que sim (digo sorrindo pela sensação, era boa demais. Olho para Yul que sorria para a minha barriga, também apreciando a sensação, mas logo caio em mim, e então, me afasto) ahm, temos que ir! (Ele assente e se endireita)

Yul: certo! (Yul pega minha mala e abre caminho para mim. Vai começar uma etapa muito complicada.)

___...___

Chegámos em casa e lá estava Kim Do-joo, ela vem até mim e me abraça.

Kim: já te disseram que é uma grávida linda? (Dei um sorriso. A verdade era que nunca haviam me dito tal coisa, era a primeira vez.)

Muni: fico feliz que a primeira a dizê-lo seja a minha mãe (ela sorri e me abraça novamente. Olho para Seo Yul que nos olhava atentamente, porém, os seus pensamentos pareciam estar longe.)

Kim: seu quarto está arrumado e te esperando! (Ela olha para Yul) o seu irá ser do lado da Muni, assim sempre que necessário, poderá ir a seu encontro (ele dá um pequeno sorriso para a mais velha e assente.)

Muni: obrigada mãe! Vou me colocar confortável, assim como Yul (saímos de perto dela e ele me segue até meu quarto. Assim que entrámos ele olha em volta, vendo se algo está a diferente da última vez que o visitara. Nada estava diferente! Yul coloca a mala numa mesa do quarto e me olha)

Yul: vou me acomodar em meu quarto, qualquer coisa, estou do lado! (assenti e ele saiu. Me sentei á frente da mesa que tinha no meu quarto me perdendo nos meus pensamentos. Porque queria Jin Mu pegar a Bu-yeon? O que ele queria dela? Os seus poderes divinos? Não, ela nem os tem mais! Será que queria chamar a atenção de Jang Uk? Mas porque ficaria bravo em me capturar a mim? Sou irmã dele, aliás, seria muito mais benéfico me pegar a mim, do que a ela, não? Tenho que investigar bem isso, mas primeiro tenho que conversar com Bu-yeon.
Me levantei e saí de meu quarto procurando Jin pela casa, porém, não a encontrando. Fui até minha mãe que estava na cozinha e a mesma sorriu assim que me viu)

Kim: está com fome? Estou preparando o almoço (sorri e neguei)

Muni: comi na enfermaria! Por acaso viu a Bu-yeon?

Kim: ela deve estar prestes a chegar...não costuma passar muito tempo fora de casa nesses últimos dias. Seu irmão desapareceu após enfrentar Jin Mu naquele dia! Acho que ele precisa de um momento sozinho pra refletir. A menina Jin tem ficado em casa apenas o esperando, quando sai, é só para pegar um pouco de ar, e logo retorna! (Assenti suspirando) não se preocupe com seu irmão! Já sabe como tem sido desde tudo o que aconteceu...

Muni: é...eu sei! (Me esforço para sorrir para a mais velha) obrigada mãe (chego perto dando um beijo em sua cara e volto para meu quarto.)