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•LUAN•

o dia seguinte chegou, eu já havia mandado a garota se arrumar pois logo iríamos sair.
tinha uma reunião para tratar de negócios hoje, eu e meu irmão que cuidavamos disso, pois ele era o supremo e eu o vice supremo.
desde pequenos já éramos reconhecidos por todos de nossa espécie, somos a raça de vampiros mais fortes e poderosos de todos.

herdamos isso dos nossos queridos pais.
ah, nossos pais...
quando me lembrava deles meu nojo e ódio pelos humanos aumentava, me fazendo ter certeza do que faria hoje com essa humana.

a chamei vendo ela surgir no corredor, estava com um vestido de tecido fino que ia um pouco acima dos joelhos, mandei a mulher da loja escolher as roupas pois não iria me submeter a isso, parece que ela escolheu as que tinham menos pano possível.
por algum motivo, aquilo me irritou.

já havíamos chegado na casa de um dos reis, onde aconteceria a reunião

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já havíamos chegado na casa de um dos reis, onde aconteceria a reunião.

estava conversando com um dos reis enquanto a garota me aguardava em pé ao meu lado, até que um vampiro se aproximou, sorrindo.

-olha só, arrumou uma escrava? (ele disse sorrindo para mim) -para ter trago ela imagino que esteja aberto a compartilhamentos!

-claro, pode levá-la (eu disse simplista, sentindo a mesma tremer ao meu lado)

-você é o cara! (ele sorriu de forma maliciosa, puxando a garota pelo pulso)

então o rei com quem eu conversava continuou falando, mas por algum motivo eu não conseguia escutar o que ele dizia, apenas mantinha meus olhos focados no homem sumindo com ela pelos corredores.
cerrei os punhos, me sentia inquieto.
ela merece isso, ela tem que pagar pelos erros de seus pais.
mas por que sinto que a hipótese de outro vampiro toca-la me parece inaceitável?

sem perceber, já havia deixado o rei falando sozinho enquanto andava rapidamente até o corredor, procurando por eles.
não foi preciso muito para escutar a voz dele, parecia estar rindo.
entrei no quarto, vendo os dois arregalarem seus olhos para mim.
a garota estava algemada pelos dois pulsos na cama, enquanto ele estava terminando de tirar sua roupa.
o rosto dela estava molhado pelas lágrimas, ela tentava se manter encolhida na cama.

-mudança de planos, prefiro não compartilhar a minha escrava. (eu disse me aproximando dela, pegando a chave das algemas que estava em um pequeno armário ao lado da cama)

-o que? (ele deu uma risada forçada, me virei para ele após terminar de tirar as algemas) -eu sou um palhaço pra você?

-algum problema com a minha decisão, senhor? (eu disse me aproximando dele com um olhar frio, vendo o mesmo recuar nervoso)

-n-não... (ele gaguejou irritado) -vou me retirar.

então, ele colocou novamente sua camisa enquanto saia pela porta, sumindo pelos corredores.

respirei fundo me sentindo idiota pela minha ação, não entendia porque havia acabado de fazer isso.
olhei para aquela humana na cama, sentindo vontade de voar em seu pescoço e esganar ela igual a uma galinha.

ela continuava encolhida com os olhos molhados, abraçando os próprios joelhos.
me senti aliviado em ver que continuava com todas as suas roupas.
esperava que essa mania de ficar pelada fosse apenas em minha casa, se não teríamos problemas.

-tá esperando o que pra se ajoelhar e me agradecer? (eu disse tentando quebrar o clima estranho que ficou)

-espera sentado. (ela disse ríspida, me fitando com raiva)

fiquei com raiva.
ela não deveria reagir dessa forma, ela realmente deveria me agradecer.
como iria colocá-la em seu lugar se não conseguia deixá-la passar por uma situação considerada normal pelos outros vampiros?
ela não merecia algo normal, merecia sofrer mais do que qualquer outro humano e eu que deveria proporcionar esse sofrimento para ela.

-se não quer que eu traga ele aqui novamente é melhor fazer o que eu mandei.

-acha mesmo que ele vai querer voltar? (ela riu de forma sarcástica, senti vontade de esmurrar sua cara)

-acha que preciso que ele volte? o que não falta ali fora são vampiros querendo uma humana pra enfiar o pau. (eu disse tentando me segurar pra não ataca-lá como uma presa)

ela pareceu recuar, vi seus olhos tremerem.
mas ela permaneceu onde estava.

fui em direção a porta, dando um grito chamando pelo nome de um dos reis que havia ali.
ela arregalou os olhos, correndo na minha direção.

-OK OK! (ela disse me segurando pelo braço) -eu faço...

-o que houve? (o rei disse se aproximando da porta)

olhei para ela, que tinha os olhos suplicantes para mim.
era óbvio que não entregaria ela para ele, mas gostava de ver ela desse jeito, quase me fazia esquecer o quanto eu queria mata-lá.
então, olhei para ele novamente.

-bem, acho que tenho algo pra você. (eu disse sorrindo, ele pareceu confuso)

a garota tremeu, parecendo acreditar que eu realmente a entregaria para ele.
então, fiquei sem reação por alguns instantes quando ela se ajoelhou e abraçou uma de minhas pernas, me olhando de baixo com os olhos lacrimejando.
me senti quente, estranho.
então, olhei novamente para o rei.

-são algumas casas em uma parte da cidade, depois conversamos melhor. (eu disse vendo o mesmo abrir um sorriso)

-ok, vice supremo! muito obrigado mesmo! (ele sorriu olhando para trás enquanto sumia pelos corredores)

-estou esperando. (eu disse para ela, ainda sem olhar para os seus olhos)

-obrigada... obrigada por não ter me entregado para eles (ela grunhiu parecendo envergonhada)

-olha, não é tão difícil assim, não é? (eu disse olhando para baixo, vendo sua expressão de raiva direcionada a mim)

-podemos ir embora? (ela disse soltando minha perna e se levantando)

-ainda tenho coisas a resolver. (eu disse me virando)

-eu... eu não estou muito bem.

-isso não é problema meu (eu falei vendo a mesma pressionar os braços na própria barriga) -para de drama, não vou cair no seu joguinho.

-s-senhor... por favor (ela grunhiu) -está doendo muito.

sua voz saia atordoada, por algum motivo eu sentia que ela estava falando a verdade.

-que droga... (eu disse passando as mãos pelos cabelos) -espero que saiba que vai ter que me recompensar por isso depois.

então, a puxei pelo braço, indo em direção a rua.
o caminho até em casa foi silencioso, quando fomos entrar, olhei para trás ao escutar um barulho, ela havia caído no chão.

A escrava do vampiro Where stories live. Discover now