Lamento de Mãe

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Olha só meu menino, bonitinho, engraçadinho, como depressa cresceu

Desde que deixou meu colo nem vi, ganhou corpo, tomou rumo

Foi-se embora depressa e depressa de mim, parece que se esqueceu

Como um galinho que voa, bate as asas e canta, ao tomar prumo

Olha só meu menino, engraçadinho, como depressa o corpo floresceu

Ficou fortinho, parecendo um hominho e caiu no mundo sem aprumo

Foi ganhar a vida, feito um homem e seus direitos depressa reconheceu

Mas, enfim, de repente vem o chamado inesperado, tirando-o do seu rumo

Uma guerra lá longe que surge, e vem meu menino a ser convocado

Pra deixar o instrumento de trabalho, e pegar no instrumento de matança

Mas que será do meu menino, que entra na festa alheia, sem saber da dança?

Como poderei saber se ele voltará, se ficará envaidecido ou estropiado?

Imaginando que a guerra ainda lhe trará no futuro, muita esperança

De um dia viver em paz e não participar mais de nenhuma matança?


Sonetos de José Guimarães

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⏰ Última atualização: May 08, 2015 ⏰

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