Yara

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Yara, yá ou do que preferem me chama

Eu não consigo explicar a minha história por completo ou por resumo porque ela ainda não acabou e ainda não se tornou uma lenda histórica, então pra isso se torna eu preciso conta um pouco dela ou até ainda mais, o preciso pra isso se torna uma boa história pros meus filhos ouvirem em uma noite de lua cheia

- Clichê, é eu sei

Começar por ai

- Não mano, eu aceito, eu juro que é recíproco pó, confia

Meu primeiro relacionamento, aos quinze anos até meus dezessete e durante todos esses anos ele se envolveu em barra pesada, tive que me afasta mesmo com todas as ameaças e ainda amando ele, consegui um emprego e segui minha vida, me mudei depois de ter conseguido uma boa grana e com a ajuda da minha mãe eu ajeitei minha casa, atualmente tenho vinte e dois anos

Não há problema nisso, mas sim na reviravolta na minha vida, eu tive que me mudar outra vez pra um apartamento melhor em outra favela, com o emprego quase do lado, e a pergunta é: "Isso acontece sempre?" Não, existem oportunidades que não podemos simplesmente descarta, sei que foi duro pra eu poder me muda e ter um emprego

Acontece que o novo emprego tem uma taxa mais alta, um apartamento muito mais grande e eu sabia que era perigoso o local pelo fato do dono ser meu único ex, até voltar e ter a notifica da morte dele e logo em seguida saber que o novo dono na verdade é A dona

Irmã dele

Isso é o começo sem fim.

Consegui organizar tudo durante uma semana, meus móveis tudo no lugar mas ainda sobrava espaço, ainda tinha a porra da varanda, era simplesmente incrível e eu realmente tava feliz com isso

Minha mãe já me ligou umas cinco vezes no dia pra ver a decoração, acho que nem se importa tanto comigo e sim com a casa, típico de mãe de casa

Já tava tão acostumada com tanto barulho e o despertador com a voz da minha mãe mas agora não tinha isso, a rua não é silenciosa mas minha casa sim, assim que me acordava ouvia os rádios por todo canto, funk, baco Exú, Gilsons Oficial, Jorge ben e entre outros, pessoas saiam de casa dançando, outra brigando e é impossível não fica curiosa, amo zoada menos quando eu tô concentrada em algo

Resolvi fazer algumas compras porque a feira do mês já tava acabando e eu precisava de un estoque mais organizado em casa. Assim que sai consegui senti e relembrar cada passo meu ao lado do meu ex, relembrava aquilo e me trazia arrepios e de repente tudo que me trazia energias boas não foram suficiente, Igor nunca me trouxe energias boas afinal e depois da sua morte não seria diferente

- Caralho - Sem querer esbarrei com alguém

Me arrepiei por inteiro quando percebi de quem de tratava, Luanna irmã do Igor

- Você aqui cunhadinha? - Porra, ela era dona do morro, a irmã do meu primeiro ex e minha melhor amiga de infância, os flashblacks veio rondando minha cabeça de todos nossos momentos

Ela tinha mudado, tinha ficado mais masculina ou desfem, mas seus cabelos continuavam cacheados com o coque, seu sorriso não era mais o bobinho ainda sim continuava lindo, seus olhos castanhos claro assim como o do irmão e pai ambos mortos, por algum motivo eu reparei seu corpo definido por conta da camisa de academia e a bermuda apertada

Olhei dos pés a cabeça e me arrependi no mesmo estante, sabia bem que eu não era bem vinda em sua presença

- Diabos, lembrei, você é viúva agora

- Soube da morte do seu irmão junto com a notícia que você comanda aqui, irônico isso

No mesmo estante um homem e uma mulher ficaram por de trás dela, arma na cintura e não fazia questão de esconde a raiva

- Tá sugerindo algo Yá? - Sua voz saiu rouca, rígida, a raiva deve ter saído tão forte com o dom de voz, fez efeito, me tremi um pouco e tava treinando mentalmente pra não gaguejar

- Nada que você não saiba, ou talvez esteja se fazendo de sonsa - Confrontei outra vez

Eu não tenho medo de morrer pelo visto, não ia abaixa a cabeça nem pra meu pai, quanto mais pra Luanna

- Vaza da minha frente garota

Foi oque eu fiz, fiz com toda questão, ela pode ser dona desse morro, ter pistola, ser perigosa e o escabau a quatro mas não manda em mim e não me bota medo, quem tem esse poder é uma única pessoa, minha mãe e mais ninguém

Não vou dá liberdade pra uma pessoa do passado, conhecia bem antes mas agora eu não vejo nada semelhante e é melhor assim, nunca me envolvi com criminoso e não vai ser agora que vamos conversar normalmente

Bom, parei de pensar e fiz as compras, um mulequinho me ajudou a carregar até em casa e óbvio que ia da uma grana

- Quanto você quer? - Peguei minha carteira, o garotinho tava todo sorridente quase pulando, coisa mais fofa

- Quanto a senhora puder dá aí, faço questão não - Além de tudo é generoso

- Tenho um bolinho aqui - Entrego dezessete reais na mão dele - Vou precisar mais da sua força, não some tá bom - Ele assenti assim que falei - Pode ir

- Obrigado tia - Dou um sorrisinho pra ele antes dele ir embora

Pego as compras e começo a organizar tudo direitinho, tomei um banho outra vez e tive que sair pra conversar com a dona do restaurante/bar aqui no morro, era onde eu ia trabalha por aqui

Assim que cheguei no restaurante tinha umas três mulheres conversando entre si, assim que perceberam minha presença me olharam sem entender em seguida cochicharam entre as outras

Fiz a cara mais cínica possível e ignorei a existência das mulheres, me aproximei mais ficando de frente pro balcão, aguardei e dei de cara com a uma mulher mais velha discutindo com... Luanna

- Minha filha, tenho salão pra cuidar, tenho o restaurante pra revisar e você ainda quer que eu fique cuidando dos filhos das suas vagabundas? me poupe Luanna Gonçalves

Meu deus, e a mãe da Luanna, onde sete infernos eu fui me meter?

-

Oi gente, qualquer erro por favor me avisem e não esqueçam de apertarem na estrelinha caso tenho gostado do capítulo, e muito importante pra que eu continue

Seu comentário também seria perfeito<3

Gaiola Where stories live. Discover now