Minha Outra Vida

Capítulo V

- Não acredito que aquela idiota disse aquilo do meu cabelo! - Amarrei meu tênis enquanto ouvia Fernanda reclamar de uma garota chamada Jenifer.

Ela andava de um lado para o outro no meu quarto, provavelmente iria acabar abrindo um buraco ali mesmo.

- O que ela disse? - Olhei no espelho checando pela quinta vez o meu cabelo. A vi me olhar com indignação. - Desculpa, não prestei atenção. - Revirou os olhos em reprovação.

- Ela falou que meu cabelo tava ridículo. - Tentou imitar a voz da garota, apenas ri. - Quando ela menos esperar, vou arrastar a cara dela no asfalto.

- Eu acho que verde combina com você. - Sorri alisando uma de suas mechas e ela parece menos preocupada.

Digamos que a Nanda tem mudanças de humor interessantes, gosto disso, maioria das vezes é engraçada.

- Vamos pro colégio ou quer chegar lá atrasada? - Fiz um biquinho e a olhei com tédio.

- Vamos.

.
.
.

Olhei um pouco nervosa para a escola e as pessoas que provavelmente nem ligavam para minha existência, estavam apenas conversando em seus respectivos grupos.

Andamos enquanto Fernanda me contava algumas coisas.

- É sério! A diretora do colégio é bastante legal.

Chegamos na nossa sala e me sentei em uma cadeira atrás da dela. Estava um pouco tensa.

- Mel, você veio - Sorriu e se sentou ao meu lado.

- Caramba, levei um susto, Math! - O repreendo dando um sorriso.

Ele apenas ri e presta atenção ao professor que acaba de entrar.
Peguei minhas coisas e me perguntei se o meu animado amigo viria.

O professor explicava a matéria de uma forma entediante e em um determinado momento Vina entrou na sala completamente desesperado.

- Desculpa o atraso professor! - Diz ainda ofegante.

O professor apenas deu de ombros e continuou a mexer no celular tranquilamente.

O garoto ignorou a reação do mais velho e veio em direção a nós, se sentando a frente de Math.

.
.
.

- A Melissa o quê?! - Gritam em unissoro chamando a atenção de outras pessoas.

Ri nasalado, os meninos estavam incrédulos enquanto Nanda tentava explicar tudo o que tinha acontecido comigo.

Digamos que decidi que seria melhor os dois também saberem o que estava acontecendo. Ia ser muito estranho eles conviverem comigo, sendo que não sou a pessoa que acham que sou. Complicado? Talvez.

- Vocês estão fazendo alguma brincadeira, não é? - Vina ainda não conseguia acreditar, já Matheus parecia mais tranquilo.

Passei a mão no cabelo olhando para o meu lanche e voltei o olhar para os três.

- Por incrível que pareça, é verdade. - Fechei os olhos e dei um longo suspiro. - Vocês não notaram nenhuma diferença?

Ambos pararam para raciocinar. Debatemos durante todo o intervalo e bem, eles definitivamente não acreditaram, e disseram que não iam cair nessa.

De qualquer forma seria estranho se eles acreditassem.

.
.
.

Como meus pais estavam em seus respectivos trabalhos, apenas mandei uma mensagem para minha mãe, falando que estaria na casa da minha amiga.