Capítulo 11

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Pensei que meu nome cairia na boca do povo e que todas as garotas que me rodearam mais cedo por causa do Neji. Me tratariam como a vaca que pegou dois amigos. Só que foi o contrário, a fofoca se espalhou, como tudo o que acontecia naquele colégio, sendo difícil escapar. Eu virei uma espécie de musa inspiradora de uma hora para outra. O que me deixou ainda mais envergonhada e triste pela minha atitude. Sakura veio falar comigo e perguntou o que havia acontecido ao final das aulas. Contei tudo a ela, pensando que nossa amizade acabaria ali. Mas Sakura não me julgou, disse que entendia o que era estar dividida entre dois garotos. Fiz uma careta ao me lembrar que um desses garotos em questão devia ser Naruto. Aliás, tivemos que nos esconder para poder conversarmos em paz. Porque várias garotas, inclusive Ino, a fofoqueira, queriam saber se era verdade o boato que rolava. Sobre eu estar com ambos ao mesmo tempo. Era o meu fim.

— Calma, Hinatinha. — Sakura me consolou. — Naruto vai te perdoar, mas antes você precisa ter certeza de que quer ficar com ele. Infelizmente não dá para escolher os dois. — ela jogou com pesar. Como se fosse uma opção que poderia ser viável.

Acabei rindo em meio às lágrimas.

— Eu gosto do Naruto, Kiba é só um lapso. — me defendi, culpada. — Ele foi muito fofo comigo e me deixei levar pela atração momentânea. Não vai acontecer de novo.

— Deixe esse ponto claro para o Naruto, então ele vai entender. — aconselhou. — Se tudo isso aconteceu foi por culpa dele, quem mandou te apresentar ao amigo? — ela riu divertida.

— Não o encontrei ainda, Naruto sumiu da escola. — me lamuriei.

Nesse instante um barulho se fez presente, vozes alteradas e o eco de briga, briga, briga.

Tive um mal pressentimento.

(...)

Naruto.

Arrasado, essa palavra não definia exatamente o meu estado emocional. Destruído parecia soar melhor, mas ainda não fazia jus. A culpa era toda minha por ser tão idiota, podia ter tido Hinata só para mim se fosse menos otário. Óbvio que Kiba aproveitaria a brecha, estavam tão envoltos e perdidos um no outro que sequer perceberam quando me aproximei.

Ver a interação e a tensão entre eles acabou comigo, pensei que Hinata fosse se afastar. Impedir. Só que não, ela correspondeu, se aquilo tudo era castigo por ser tão vacilão — como Neji diria — eu já aprendi minha lição. Daria mais valor à ela dali em diante. Isto é, se conseguisse esquecer o fato de Hinata se inclinar para beijá-lo, um pouco após eu ter feito a mesma coisa e ela me corresponder tão intensamente. 

Mergulhei em um ciúmes do caramba quando Hinata informou que precisava conversar com Kiba. Por isso a procurei, minha insegurança gritava no meu subconsciente. Foi por este motivo que garanti estar tudo bem — o que não era exatamente verdade — e que ela não precisava se sentir culpada pelo nosso beijo. Ainda que boa parte dessa tal insegurança, outrora eu julgasse como infundada. Hinata gostava somente de mim. Estava óbvio, não estava?

A resposta era não, ela se sentia atraída por ele também. Ficou nítido no modo como se deixou envolver na atmosfera de sedução do Kiba. Não podia culpá-la e nem ao meu amigo, ele deixou claro que não desistiria e que a decisão ficaria nas mãos da Hinata. Mesmo quando liguei ontem à noite, tentando resolver minimamente nossa situação.

Eu que fui lerdo, se tivesse me aproximado dela quando pude, quando não haviam tantos obstáculos. Quando digo obstáculos, entende-se como meu melhor amigo gostando da mesma garota que eu, nada disso teria acontecido.

Eu queria lutar por ela, mas não tinha forças. Corri para o fundo da escola e lá fiquei, nem percebi que estava chorando. A cena do beijo se repetia na minha mente como um looping torturante e infinito. Quando a voz que eu não queria ouvir, não naquele momento, soou por trás da árvore.

Sweet loveWhere stories live. Discover now