Capítulo 8

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— Por que o senhor não avisou que ele viria? — perguntei ao meu pai, que estava parado ao lado da porta.

— Neji quis fazer uma surpresa. — deu de ombros.

Estapiei meu primo por esconder sua chegada e Hanabi veio correndo atrás, me empurrando para abraçá-lo.

— Até que enfim! — exclamou com a voz chorosa.

— Vou deixá-los a sós. — disse meu pai e saiu, pegando as malas de Neji.

— Entra — o peguei pela mão e ele sentou na minha cama, ainda sorrindo. — Caramba, seu cabelo está enorme! — admirei, observando que jazia quase do tamanho do meu.

— E você continua uma graça. — Neji tocou de leve minha bochecha e Hanabi se aboletou ao lado dele na cama agarrando seu braço. Como que pedindo atenção também.

Acabei dando risada, meu rosto não ficou vermelho, acho, porque sempre estive perto do Neji. Mas, eu precisava confessar, quando éramos crianças, brincávamos que iríamos nos casar um dia. Graças a Deus só ficou na brincadeira mesmo, porque ele é como um irmão para mim. 

— E você, Nabi. Tá linda também, cresceu quantos centímetros desde que nos vimos? — indagou interessado e Hanabi pareceu desabrochar. 

Ela achava Neji lindo, bom, ele era, e como não conviveu muito com o primo. Porque era muito nova quando o tio o trazia para cá, acho que deve ter uma queda por ele até hoje. Não me falem nada sobre a diferença de idade, Hanabi não tem juízo não. Papai está doido para mudá-la de colégio ano que vem para eu ficar de olho nela. Nosso colégio não tinha o nível da Hanabi, eu nem imagino o que ela apronta sozinha enquanto isso não acontece.

— Cresci cinco centímetros — contou orgulhosa, Hanabi faria quatorze anos  em breve e eu dezessete. — Você também tá um gato — acrescentou, ainda pendurada em Neji. Ele sorriu e bagunçou os cabelos escuros dela. 

Neji devia estar na casa dos vinte.

— Agora é sério, por que estava com cara de choro quando cheguei e por que não quer falar com ninguém? — Neji sempre se preocupava comigo e com minha timidez. Ele queria que me soltasse e fizesse amigos, sempre insistia para eu ser menos insegura e mais confiante.

Por isso me obrigou a tirar aquelas fotos de maiô que postei no Instagram. Enfim, não tinha segredos para ele e amei que meu primo estava ali, assim eu teria mais uma opinião sobre o acontecido.

Suspirando me acheguei perto dele na cama e voltei a narrar toda a história, vendo-o estreitar os olhos leitosos e perolados vez ou outra. E de quando em quando apertar os dedos formando uma carranca. Neji bancava o protetor desde sempre comigo, não podia ver ninguém caçoando de mim ou dos meus olhos que já partia para a briga. Eu gostava disso nele, na época me sentia protegida. Tanto que quando Neji foi embora eu fiquei ainda mais tímida, acho que ele me ajudava a controlar minha timidez de certo modo.

Ao final do meu relato, Neji já estava com um bico enorme. Me arrependi de ter contado tudo, vai que ele trombasse um dos dois? Coitados. 

— Se eu pego esses moleques, arrebento na porrada. 

— Para Neji, eu gosto de um desses moleques. — lembrei e sua expressão se suavizou.

— Hina, por mais que você esteja chateada e tudo o mais, que é compreensível. — eu assenti, esperando um conselho. — Tem que considerar a possibilidade de ambos terem se interessado por você na mesma hora. Quer dizer, por que isso não aconteceria? Você é uma garota linda, inteligente, gentil, fofa... — enumerou e apertou minha bochecha — É mais do que normal que esses idiotas reparem em você!

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