Mensagem Errada | taekook

Parte Um

— Bom dia! Como está a mulher da minha vida?

Chaeyoung revirou os olhos e guardou o celular no bolso do sobretudo antes de finalmente se virar para mim, sem ao menos responder ao meu cumprimento.

— O que você quer?

Fiz cara de ofendido, seguindo-a para dentro do prédio e acenando para os seguranças que estavam nos observando.

— Nossa, Chae, dormiu de roupa, foi? Deus me livre.

Ela me deu um tapa e passou o cartão de identificação pela catraca, andando rápido para o elevador e me deixando para trás. Acelerei o passo a tempo de entrar antes que as portas se fechassem, olhando para a miniatura de gente que estava ao meu lado. Minha amiga clicou no botão para o andar do RH e finalmente me olhou com aqueles lindos olhos redondinhos, apesar da expressão fechada.

— Gukie, eu juro que te acerto um soco se vier com piadinhas para cima de mim à essa hora da manhã, na droga de uma segunda-feira.

— Sua vida seria chata se não tivesse me conhecido, credo. – Fiz bico, cruzando os braços.

Ficamos em silêncio, esperando o elevador subir até o andar dela. Assim que as portas se abriram, eu sai e segui para o corredor onde tinha uma máquina de café expresso, tirando dois copinhos para nós. Ela suspirou e sentou no banquinho ao meu lado, estendendo a mão para pegar o copinho que eu a ofereci. Bebi o café, fazendo uma careta que não passou despercebida por ela, que finalmente soltou uma risadinha.

— Muito trabalho? Por isso que você tá esse demônio hoje?

Ela bufou, empurrando-me de leve pelo ombro, revirando os olhos e mordendo a pontinha do copo plástico.

— Eu queria simplesmente estalar os dedos e fazer aquela papelada desaparecer.

— Acredite, se houvesse um jeito eu já teria descoberto. Cuidar da agenda do senhor Kim e todos aqueles contratos deveria ser considerado exploração. – Peguei seu copinho e joguei no lixo junto ao meu, sentando ao seu lado no banquinho.

Ainda faltavam uns dez minutos para eu ter que ir ao meu andar e começar a trabalhar, poderia ficar aqui fazendo companhia à ela enquanto seus colegas não chegavam.

— Por falar em senhor Kim…

Seu sorriso malicioso foi o suficiente para eu me arrepender de ter tocado no nome do nosso chefe.

— Nada disso, Chae, sabe que ele não me vê desse jeito!

— Gukie, você só pode ser lerdinho mesmo! Não é possível que você não perceba que aquele homem obviamente tem segundas, terceiras e quartas intenções com você, mas é muito profissional – pontuou nos dedos, como se me mostrasse a seriedade da situação.

— Acho que você precisa de ajuda, porque está vendo coisas onde não tem! – reclamei, cruzando os braços.

— Eu e o resto do departamento, então – retrucou, fazendo bico.

Arregalei os olhos, fitando-a horrorizado. Então quer dizer que todo o pessoal do Recursos Humanos achava que o senhor Kim dava em cima de mim? Isso não poderia ficar pior.