A Brand New Day | TAEJIN

By reasontaejin

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[CONCLUÍDA] [FINALISTA DO WATTYS 2021] Seokjin do Leste sempre esteve fora da curva do esperado para alguém c... More

❉ Cast & Avisos
I - A New Place
II - A New Conception
III - A New Confident
IV - A New Feeling
V - A New Euphoria
VI - A New Vision
VII - A New Confession
VIII - A New Ally
IX - A New Despair
X - A New Rage
XI - A New History
XII - A New Shower Of Questions
XIII - A New Adrenaline
XIV - A New Way to Fall in Love
XV - A New Sensation
XVI - A New Revelation
XVII - A New Way to Feel Loved
XVIII - A New Predator
XIX - A New Truth
XX - A New Denial
XXI - A New Possibility
XXII - A New Way of Looking at Someone
XXIII - A New Facet
XXIV - A New Flame
❉Segunda parte do Cast & Mais avisos
XXV - New Rules
XXVI - New Friends
XXVII - New Ways To Be Affected
XXVIII - New Shared Secrets
XXIX - New Plan
XXX - New Pain
XXXI - New Punishments
XXXII - New Past
XXXIII - New Hopes
XXXIV - New Surprises
XXXV - New Souls
XXXVI - New ways to feel you
XXXVII - New Victory
XXXIX - New Victors
XL - New Future
XLI - A Brand New Day
Agradecimentos <3
ESPECIAL 20K - De volta ao Norte
ESPECIAL 40K - Fui eu quem te ensinou a lutar, não foi?

XXXVIII - New Fail

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By reasontaejin

Antes tarde (tarde mesmo, 1h da manhã e eu aqui kkk) do que nunca né não amores? kkkkkk

Bom, segundo meus cálculos meticulosos, depois desse capítulo teremos apenas mais 3 capítulos, sendo assim ABND vai terminar com um total de 41 capítulos. 

MASSSSSSSSSSSSSSSS

VAI TER EXTRA SIM OK? Eu vou atender pedidos que surgiram a partir de um comentário e foi muito falado no grupo do wpp kkkk 

Eu vou nem ficar demorando em falar sobre o final dessa fic pq me da tristeza.

Sobre os comentários: eu sou uma otária e acumulei comentário demais, então eu vou responder todo mundo no último capítulo, ok? MAS SAIBAM QUE EU LEIO TUDO E SOU MUITO GRATA PELO CARINHO! vocês são uns amores.

Agora vamos lá, boa leitura <3

══════⊹⊱≼≽⊰⊹══════

Estar com minha família e ainda receber uma boa notícia em meio ao caos me fez ficar um pouco mais aliviado e a tensão que antes estava evidente em meu corpo, desaparecer um pouco. Quanto mais se fala sobre o filhote de Namjoon e Jungkook, mais sorrisos pintavam os lábios das pessoas ali, que imaginavam o futuro onde aquele pequeno ou pequena estaria a salvo, podendo viver uma vida digna num novo mundo que nós estávamos prestes a criar.

Mas apesar de tudo isso, eu estava cansado, extremamente cansado. Meu corpo ainda estava levemente sujo de sangue dos soldados e eu estava suado, então pedi a Seokchan que me indicasse um lugar onde pudesse tomar um banho e me sentir pelo menos um pouco decente. Com muita cautela, levou-me até sua casa e preparou um banho para mim, assim como para Taehyung também. Nos deram mudas limpas de roupas e finalmente eu estava me sentindo confortável para poder deitar em um dos vários colchões que havia no subterrâneo e dormir.

Claro que eu ficaria em alerta todo o tempo, nós não sabíamos quando Donggun poderia chegar, se chegaria ou como chegaria. O fato era que uma hora as coisas iriam esquentar e eu precisava estar preparado.

Taehyung se aconchegou comigo no colchão e abraçou meu corpo para podermos dormir. Com o passar dos minutos as tochas foram se apagando, as vozes ficando cada vez menos frequentes e enfim todos dormiram.

Foi um dia puxado, cheio de diferentes emoções, mas eu estava satisfeito no fim das contas. Havia conseguido alcançar o objetivo proposto, não houve baixas, o plano funcionou bem e agora eu estava cercado pelas pessoas que eu amava. Mas ainda havia uma última batalha, a que iria definir os rumos do mundo que conhecíamos e ditar se o déspota iria prevalecer ou se poderíamos acordar com o sol de um novo dia.

Antes de cair no sono, fiquei conversando comigo mesmo sobre o que fazer quando finalmente estivesse livre daquelas amarras. Uma das minhas maiores vontades era poder saber um pouco mais sobre os outros continentes. Ninguém tinha conhecimento algum das outras civilizações, como eram, se estavam tão ou mais atrasadas em conceitos do que nós. Queria poder entrar em um barco e velejar até vários lugares, descobrir coisas, ser livre.

Quando tudo acabasse, eu faria isso... Sem dúvida alguma.

Com os pensamentos positivos e um pequeno sorriso em meus lábios, finalmente adormeci aninhado a Taehyung. Eu iria conquistar minha liberdade ao lado dele e de todas aquelas pessoas que estavam conosco.

══════⊹⊱≼≽⊰⊹══════

Acordar no outro dia foi uma tarefa um tanto difícil, tendo em vista que meu corpo estava tão pesado que eu ficaria horas a fio deitado apenas sentindo o calor e o aroma de Taehyung. Mas nós precisávamos e fizemos, a muito custo.

Como estávamos no subterrâneo, era complicado saber se o sol já havia nascido ou não. Fora de questão ir até à loja, meu rosto era um dia mais procurados no Norte, burrice me expor assim só para saber de algo tão trivial.

Seokchan e Soomin eram anfitriões muito cuidadosos, nos deram comida e café assim que acordamos. A pequena Alpha sorriu para mim ao me entregar uma caneca generosa do líquido cheiroso e depois foi se divertir com Yoongi, quem ela havia gostado muito desde a primeira vez que se viram.

Mas eu não tinha tempo para diversões ou mais lazer. Precisávamos ter uma conversa séria sobre a situação.

Em uma mesa grande e afastada dos demais, Taehyung, Namjoon, Hoseok, Hyejin, Soobin, Moonbyul, Seokchan, Seulgi, Taemin e eu nos reunimos para falar sobre a suposição quase que certa da comandante e o possível ataque ao esconderijo. Era melhor manter aquele assunto entre nós por hora, causar pânico em todas aquelas pessoas não iria ajudar em nada.

Taehyung e eu transmitimos toda nossa conversa com Irene para os outros, Seulgi inclusive complementou dizendo que era possível que Donggun acabasse por descobrir sobre a passagem da adega, já que no calor do momento eles não a selaram devidamente, não houve tempo.

— Talvez ele não a use para chegar até aqui — Hoseok disse sério. — Ela é estreita, não há maneira possível de soldados em grande quantidade e armados até os dentes marcharem ali. Ele pode até usar dela como um trunfo ou truque, mas ele vai atacar de cima, pela loja.

Entrelacei os dedos sob a madeira e me coloquei a pensar. Provavelmente eles vasculhariam tudo lá em cima até achar a escadaria que dava acesso para nosso esconderijo. O subterrâneo era grande, mas péssimo para lutar uma guerra... Nós precisávamos sair e eles mesmos estavam nos forçando a isso sem sequer percebermos.

— O mais sensato é tirar todo mundo daqui e levar para um lugar seguro — Hyejin disse. — Este lugar é um centro de treinamento, mas não é um centro de guerra, não teria espaço para proteger os mais vulneráveis, tudo viraria uma bagunça que daria muito ruim no final. Devemos começar a pensar nisso desde agora, mesmo que tenhamos que separar algumas pessoas de nós.

Ficar longe dos meus irmãos, Jimin e de minha mãe outra vez...

Por mais que eu não quisesse, era por sua segurança. Jungkook tinha um filhote vindo, Yoongi era um bom arqueiro, mas ainda não era treinado o suficiente. Não, eles não podiam ficar na linha de fogo desse jeito, precisava proteger aqueles que amava.

— O que acham do casebre? Quer dizer, aqueles que acontecem as reuniões? — Namjoon sugeriu.

— Lá virou um centro de apoio, basicamente — Seokchan explicou. — Vocês estão aqui embaixo sem notícias, mas lá em cima a guerra já começou. Alguns soldados estão vasculhando por todo maldito beco ou ruela, invadindo casas suspeitas... Mas a população está revidando. Eles estão protegendo a cidade e seus lares. E estão indo bem, tudo ainda está de pé, porém temos feridos e inocentes que estão justamente no centro de apoio, protegidos por uma barricada forte e cidadãos cheios de ódio... Inclusive aqueles soldados que renegaram o Rei.

Fiquei sem fôlego por alguns segundos. Eu os incentivei a proteger o que lhes era seu por direito, acendi aquela chama de fúria em seus corações e agora eles estavam se arriscando para poder viver, para sobreviver. Não sabia se o orgulho que estava sentindo naquela hora era por mim ou por eles. Talvez por tudo, pois se a situação não fosse a atual, eles poderiam estar submetidos a Donggun e sua reação seria outra.

— Espera — Taehyung interviu. — Não acha que se eles estão invadindo casas suspeitas, aqui seria o primeiro lugar a ser invadido? Seokchan, você é amigo do clã do Norte desde que minha mãe era uma menina, Donggun sabe disso.

O velho Beta suspirou profundamente e ajeitou a cabeleira branca.

— E isso só confirma que a comandante oestina está mais do que certa, jovem príncipe. Eles estão apenas ganhando tempo até chegarem exatamente onde querem, aqui.

Maldito lobo.

Ele fugiu, mas estava ganhando tempo para poder se reerguer. Nós não estávamos seguros ali, tínhamos de sair, nos expor, o que era vantagem para ele. E agora, ainda mais, ele estava sob vantagem, pois ninguém sabia quando ele atacaria. Poderia ser em minutos, horas, mais alguns dias. Ninguém tinha droga de ideia nenhuma e isso estava me frustrando.

— Sendo assim nós deveríamos tirar o pessoal daqui agora! — exclamei. — Nós podemos nos juntar ao exército e aí não há mais elemento surpresa para Donggun. Um lobo com exército desfalcado contra três e mais número é lógico e preciso. A desvantagem precisa sumir.

— Agora é inviável — Soobin protestou. — Está de dia, é mais arriscado para nós. É melhor esperarmos pela noite, assim saímos na espreita. Senhor Seokchan, pode ir até o tal casebre e pedir reforços?

O Beta suspirou e assentiu calado. Talvez Seokchan também estivesse sob constante perigo e pressão justamente por ser um velho amigo, no entanto eu acreditava fielmente que ele estava se arriscando sem protestar. Ele jamais negaria ajudar, ser parte disso, mas eu me preocupava consigo de todo jeito, ele era um de nós.

— Certo, então faremos o seguinte: À noite nós transferimos os outros para o centro e depois vamos para o acampamento do exército nos juntar a Joohyun — Seulgi disse. — Quer dizer, comandante Irene — corrigiu-se imediatamente.

Estava mais que claro que ela estava ansiosa para voltar para perto de sua Alpha e eu não a julgava por isso. Neste momento de tensão, onde corremos perigo iminente e temos apenas incertezas conosco, é claro que permanecer perto dos que amamos era vital. Me doía pensar que nós nos separaríamos outra vez, mas era para o bem da minha família, dos inocentes, daqueles que precisavam ter um futuro também.

Depois que garantíssemos a segurança deles e marchássemos novamente para a Cidade Fantasma, montaríamos um novo e definitivo plano de ataque, acabando com tudo e derrubando Donggun de uma vez.

— Tudo bem, é melhor comunicarmos a eles sem causar pânico — Namjoon suspirou com sensatez. — Eu tenho um filhote vindo, eu preciso proteger minha matilha, nós temos que garantir que as coisas funcionem.

— E nós vamos, irmão. — Hoseok levou a mão até o ombro do mais velho e lhe sorriu solidário — Todos aqui temos pessoas por quem lutaremos, pessoas das quais farão parte do nosso futuro. Vai dar certo.

Tinha que dar certo, era vital que conseguíssemos transferir todos com segurança e depois marchar para fora da cidade. Novamente a ansiedade estava tomando conta do meu corpo e a tensão aparente em meus ombros me incomodava, eu precisava resistir ao medo do caos e abraçar o otimismo.

Depois de detalharmos melhor como faríamos tudo, tentamos comunicar da melhor maneira que haveria a transferência. Muitos ficaram receosos e com medo, no entanto uma qualidade de Taehyung, e que eu admirava muito, era a de transmitir a calma com suas palavras compreensivas e gentis. Nos pegamos em uma situação onde Jimin estava claramente apreensivo e não nos demoramos a ir tentar acalmar aquele coração tão bom que ele tinha.

No entanto, o que realmente me surpreendeu foi que ao invés de apenas palavras, Taehyung ofereceu um caloroso abraço ao Beta, que nem piscou em aceitar. Vendo aquelas duas pessoas tão importantes para mim daquele jeito me dava forças.

— Logo mais tudo isso vai acabar e você poderá estar com Jin e Taemin de novo, Jiminie — ele disse afagando os cabelos loiros do menor e eu precisei conter um sorriso.

— E com você também, oras. Você é o Alpha do JinJin, é importante para mim também — resmungou com a voz chorosa enquanto seus braços estavam envoltos no corpo de Taehyung.

Céus como eu amava aqueles dois.

Taehyung lhe sorriu e ofereceu ainda mais abrigo naquele abraço, deixando meu coração mole por poder contemplar a cena e saber que aqueles dois fariam parte do meu futuro, com certeza.

Deixei-os conversando e fui procurar por minha mãe, que estava pensativa em um canto, olhando para a barra do próprio vestido. Era estranho como eu a tinha como uma mãe de verdade há tão pouco tempo, só depois de tantos anos que Sangwoo nos afastava que eu podia realmente sentir o amor materno dela.

Na visão dos Alphas, principalmente os de alta classe e monarquia, Ômegas não serviam para nada além de alimentar os filhotes, sem se apegar ou demonstrar afeto. Minha mãe deve ter sofrido muito em nos ver crescendo e sendo cuidados por criados, quando ela mesma queria fazer isso, mas se ousasse, seria punida severamente.

Ômegas eram apenas para parir, não para amar.

Isso doía.

Sentei-me ao seu lado e ganhei sua atenção imediatamente. Ela me sorriu com carinho e sem dizer nada eu me aconcheguei em seu ombro, pegando suas mãos e brincando com os nós de seus dedos. Ela tinha um cheirinho muito bom, me confortava, me deixava um pouco menos tenso diante daquele caos que estava acontecendo bem acima de nossas cabeças.

— Está receosa por conta da transferência? — indaguei em um sussurro enquanto ela afagava meus fios.

— Um pouco. Não queria me separar de você de novo, Jin. Foi angustiante saber que você ficou naquele lugar e eles te fizeram mal... Hyunjoo precisou me acalmar.

Fechei os olhos e suspirei diante de suas palavras. Ela era minha mãe, ela me amava e se preocupava comigo, sempre se preocupou. Agora que tínhamos a oportunidade de finalmente ter contato, de expressar nossos sentimentos, eu via como ela se sentia mal por não ter me dado o amor que queria enquanto eu crescia, mas eu sabia que não era culpa dela, nunca foi.

— Mas eu resisti, eu estou aqui — respondi com um pequeno sorriso. — Quero que saiba que no futuro, quando voltarmos para o Leste, você vai ter a vida que merece, longe daquele maldito Alpha.

Vi sua expressão mudar aos poucos. Era fato que ela jamais amou Sangwoo, sempre esteve em sua sombra, se falasse algo a mais apanhava, ele a trancava no quarto, a punia severamente. Para ser bem sincero, eu tinha certa inveja de como Hyunjoo pôde criar seus filhos. Donggun não se importava com eles, apenas os jogava para ela arcar com as responsabilidades sobre seus filhotes e assim ela criou todo o laço que eles tinham. Mas meus irmãos e eu não... Sangwoo nunca permitiu a aproximação.

— Pretende executá-lo? — ela perguntou.

Era uma questão difícil, para ser sincero. Donggun merecia sumir do mapa, merecia morrer, no entanto, Sangwoo era alvo de planos diferentes para mim. Morrer era fácil, rápido, nada comparado a todos os anos de sofrimento que ele nos fez passar. Dia após dia vendo ele bater nela, bater em mim, ser rude, violento... Não, eu não queria executá-lo. Queria mesmo é que ele sofresse até o dia em que morresse sozinho.

— Eu quero ele vivo para ver um Ômega usando a coroa dele e reinando na sua terra. Sangwoo precisa ver com os próprios olhos como esteve errado todo esse tempo, precisa sofrer o que nós sofremos.

— Você é bem rancoroso — ela riu afagando meus cabelos. — Mas concordo com você, filho. O mundo que vai vir, que vamos criar, precisa ser visto, principalmente por quem nos maltratou e nos subjugou. Menos Donggun.

— Menos Donggun — repeti rindo. — Esse precisa ser exterminado, isso não é questionável. Mas olha que coisa, estamos conversando sobre matar pessoas, isso é bizarro — falei rindo e ela acompanhou a risada.

— Sim, o assunto ficou levemente sombrio e talvez não seja o mais adequado a se falar agora. — Ela sorriu — Quero que me conte, filho... Como você está se sentindo?

Novamente algo difícil de se responder. Ao mesmo tempo que me agarrava ao otimismo, tinha medo das coisas acabarem dando errado, de eu me descontrolar, de não saber agir. Eu precisava ser forte, manter aqueles que eu amava vivos, mas tudo poderia acontecer. Além de tudo, eu estava tenso, cansado...

— Eu não sei... Não sei te dizer. São várias coisas acontecendo desde que pisamos nessa terra. Eu descobri tanto, fui feliz, mas também sofri muito... Eu realmente não sei.

— E é completamente compreensível que você se sinta assim, Jin. Muita responsabilidade foi colocada em suas costas nos últimos tempos. Você tem sido forte demais e eu te admiro muito por isso, tenho orgulho do lobo que você é. Não se sinta mal por estar com medo.

Meus olhos marejaram levemente e eu queria chorar, colocar um pouco de tudo aquilo para fora, no entanto segurei bem as lágrimas e apenas a abracei, me mantendo naquele lugar seguro por algum tempo.

— Espero conseguir salvar todos. Quero acabar com essa merda de guerra logo, viver em paz — falei contra seu corpo, sentindo seu afago materno.

— E vai acabar, filho. Vai ser mais rápido do que pensamos. Confio em você e nos outros, sei que vão se sair bem. — Ela pegou meu rosto com suas mãos delicadas quando desfiz o abraço — É uma pena que por todos esses anos eu não pude dizer o quanto eu amo você e seus irmãos, mas quero que pense nisso, principalmente quando as coisas estiverem difíceis. Sua mãe te ama muito, Seokjin do Leste.

E foi neste momento que eu não consegui conter o pranto, que veio junto com um sorriso. Era nesse amor que eu tinha de me apegar, no amor de Taehyung, no de Jimin, meus irmãos, meus amigos que fiz com o tempo. Minha força tinha de vir disso.

Por mais que nós tenhamos sido quase estranhos durante meus vinte anos de idade, agora eu a reconhecia mais do que nunca.

— Eu te amo, mãe. Mesmo.

— Você sempre me deu orgulho, mesmo quando abria a boca para disparar suas insolências — disse conseguindo arrancar um riso de mim. — Vai dar tudo certo. Eu prometo.

Eu queria muito acreditar nessa promessa...

══════⊹⊱≼≽⊰⊹══════

O dia passou muito rápido, mal pisquei e já estávamos nos preparando para poder sair do esconderijo. Era injusto como eu mal havia acabado de chegar e já tinha de me separar deles, no entanto sabia que era preciso.

O tempo pareceu extremamente curto, tentei ao máximo aproveitar e ficar com minha família. Tive uma longa conversa com Jungkook, que estava feliz pelo filhote e um pouco chocado também, pois isso tudo aconteceu fora de época de cio — o que era raro, muito raro, mas ainda sim possível. Ele falava sorridente sobre como seria no futuro com Namjoon, Yoongi também entrou no assunto e se mostrou muito animado para ser tio — inclusive já falava sobre quando fosse sua vez de me dar um sobrinho também.

Sinceramente eu não queria lhes dar um tão cedo.

Matei minhas saudades de Hyejin, ela parecia completamente focada, no entanto teve espaço para compartilhar coisas comigo, inclusive que Moonbyul estava completamente e perdidamente apaixonada pela criada de Yoongi, Yongsun. Soobin e Yeonjun se mantiveram juntos o tempo todo, mas também pude conversar com ambos também.

No fim das contas, ao cair da noite, eu estava de mãos entrelaçadas com Taehyung enquanto via toda a movimentação. Seokchan havia ido, de forma muito sigilosa, avisar sobre o que aconteceria, então a cidade também estava preparada para nos ajudar. Mas mesmo que tudo estivesse se encaminhando para dar certo, meu coração palpitava com um sentimento horrível de insegurança e medo. Tudo era arriscado, tudo poderia ruir bem diante de meus olhos.

Eu precisava ser mais confiante...

Sentindo que eu não estava nada bem e vendo meu corpo tenso, Taehyung passou seu braço por minha cintura e se aproximou o bastante de mim ao ponto que nossos corpos se colaram. Estávamos num cantinho mais reservado do lugar, me permiti deixar que ele fizesse aquilo.

Ele beijou minha testa e com a outra mão afagou meu rosto enquanto me olhava fixamente nos olhos. Por mais que estivesse calado, eu sabia exatamente o que ele queria me dizer. E da mesma maneira, levou seus lábios doces até os meus, beijando-me e passando confiança, demonstrando que estava ali comigo, independente de qualquer coisa.

Nossa conexão nunca esteve mais forte do que naquele momento. Enquanto ele explorava o céu de minha boca, sua mão apertava minha cintura e nossos sentimentos se misturavam, meu interior se enchia com sua confiança, seus pensamentos bons, seu cheirinho de lar. Céus, como era bom amá-lo e saber que o tinha ao meu lado.

Ao partir o beijo, deixou um selar rápido em meus lábios e sussurrou contra minha pele:

— Te amo e confio em você.

No mesmo tom, com a mesma intensidade e paixão eu lhe respondi:

— Te amo e confio em você.

Eu queria que tudo não passasse de um pesadelo, que as coisas ficassem bem logo para eu poder permanecer naquele lar que Taehyung do Norte era para mim, no entanto o choque de realidade veio quando Namjoon anunciou que era hora de irmos.

Respirei fundo e olhei nos olhos de Taehyung. Nós seríamos a força um do outro. Sempre.

Nos juntamos com todos e então eu olhei aquele lugar pela última vez antes de subir as escadas. Não podíamos mesmo ficar ali para sempre...

E então iniciou-se a transferência de local. Todos subimos as escadas de forma silenciosa e organizada, nos comunicando com os olhares apreensivos. Seokchan liderava a frente quando já estávamos na altura da loja, que tinha suas portas fechadas, sendo assim nossa saída era por trás, beirando sua casa. Éramos muitos, mas na calada da noite também éramos discretos, medindo o som dos nossos passos para não chamar atenção.

Quando finalmente conseguimos deixar as propriedades de Seokchan, vi a Lua de Sangue brilhar no céu, forte, imponente. Meu corpo ficou quente em reação ao fenômeno, sabia que a influência dela sempre me deixaria mais energizado.

A cidade estava quieta e silenciosa. Andando pelas ruelas, vi que havia um bocado de destruição em alguns pontos. Casas queimadas, tetos destruídos, sangue nas paredes. A população vinha lutando desde o começo e eu não estava lá para ver, mas sabia que estavam se saindo bem.

Apertei a mão de Taehyung com força e nos olhamos ternamente sob a luz vermelha que nos banhava do céu. Não podíamos e também não precisamos trocar palavras para transmitir um ao outro que ficaríamos juntos e nada mais nos separaria.

Era eu e ele até o fim de nossos tempos.

O casebre, que era nosso destino, ficava no fim de uma rua baixa, estava há algumas ruas de nós. Cerca de 20 metros à nossa frente havia uma praça aberta da qual deveríamos passar, provavelmente o local mais perigoso de todo o trajeto. Ela era grande, circular e tinha uma fonte quebrada em seu centro. O chão em ladrilhos estava um tanto desgastado, dando uma aparência meio macabra para o local, principalmente naquela noite estranha onde a Lua estava em seu auge no céu.

Fitei todos que estavam conosco, me certifiquei de ver se estavam realmente bem. Jimin tinha sua pequena mão na de Taemin, Hoseok e Yoongi andavam lado a lado, assim como Namjoon era um constante vigia de Jungkook, que parecia apreensivo com a mão em sua barriga. Hyunjoo e minha mãe seguiam juntas, logo atrás de Soobin, Hyejin, Yeonjun e Moonbyul.

Os demais também estavam dando seu apoio uns aos outros, calados e observando cada pedacinho daquele lugar enquanto dávamos nossos passos silenciosos. Aquela cidade, que parecia vazia, na verdade era como um formigueiro: caso alguém fizesse um movimento brusco, soldados poderiam sair de todos os cantos, nos cercar e acabar nos obrigando a lutar.

Lembrava bem do que Irene havia dito, sobre o armamento mais pesado. Espadas e flechas não eram capazes de me matar, mas fogo pesado sim. Imaginei um Donggun louco e raivoso comandando um exército cheio de catapultas e fogo para cima de nós.

Meus ossos tremeram com a possibilidade.

Nos aproximamos o bastante da praça para pisar em seu chão irregular. Aquele era o momento mais tenso, pois não havia a cobertura das paredes e muros para nos esconder, a exposição era gigantesca, o cuidado tinha de ser redobrado. Acelerar os passos era perigoso, pois poderia fazer barulho, nos demorar demais ali era perigoso também. Céus, eu sentia meu estômago gelando enquanto via o céu sendo teto sob nossas cabeças.

O vento uivava enquanto a neve caía, era a única coisa que podia ser ouvida, mas eu também escutava meu coração palpitando forte e rápido dentro do meu peito.

Eu era um lobo real, forte, valente, capaz. Havia mais dois como eu junto de todos, mas eu sabia que as coisas não eram resolvidas com apenas se transformar e fim. Se Donggun usasse cartas na manga que iam além de armamento, por exemplo mexer com psicológico alheio, não adiantaria nada me transformar. Antes de tudo eu precisava ter a consciência de que não deveria colocar ninguém em risco.

Todas as situações tinham suas condições.

Estávamos no meio da praça, cercando a fonte quando vi a ruela já perto de nós, o caminho aberto e livre. Minha respiração pesada marcava a ansiedade para chegarmos logo em nosso destino, faltava muito pouco, mas tínhamos que ter cautela.

Eu já via o teto baixo do casebre ao longe. Aquele lugar onde já estive, onde fiz uma descoberta boa, onde conversei com as pessoas e conheci a verdadeira face do Norte. Era lá que tinha de chegar e garantir a segurança das pessoas que eu amava.

Estava perto, muito perto.

Apertei os dedos de Taehyung ainda mais forte e ele fez o mesmo, ele podia sentir que eu queria ir logo, que estava nervoso e ansioso, e passou para mim mais confiança ainda. Céus, ainda bem que tinha ele.

Segurando os nós dos seus dedos, tendo-o perto de mim e olhando em seus olhos... Foi dessa maneira que tudo aconteceu de uma vez só.

A noite escura, banhada apenas pela luz vermelha da lua, de repente foi iluminada com um clarão. O silêncio que permeava o ambiente se desfez, dando lugar a um estrondo ensurdecedor, um impacto tão forte e tão arrebatador que foi capaz de nos jogar ao chão.

Tudo parecia ruir, o fim do mundo.

Uma explosão.

Os gritos assustados mal eram ouvidos, eu só conseguia sentir meu corpo voando ao chão. Tudo era fogo, chamas.

Minha cabeça bateu com força no piso irregular da praça, uma dor horrível que me fez gritar de olhos fechados enquanto sentia todo o meu mundo girar. Meu corpo estava quente, parecia que pegava fogo.

O que tinha acontecido ali? O que foi aquela explosão?

O sangue quente descia pela minha cabeça enquanto eu, ainda zonzo e dolorido, tentava levantar, mas era quase impossível. Parecia que haviam me quebrado em mil pedaços.

Tossi seco e aquilo me custou caro, a dor na cabeça se acentuou e eu quis morrer bem ali, mas precisava abrir os olhos, ver o que estava acontecendo, ver os outros.

Com muito esforço consegui murmurar, precisava de alguém, algum sinal.

— Taehyung! — chamei com dor, a garganta queimando. — Taehyung!

Mas ao abrir os olhos eu não tive a resposta que queria.

Uma bota pesada por cima do meu pulso me fez urrar de dor, machucando minha pele e meus ossos. A figura que me olhava de cima com um sorriso sádico e louco fez meu coração disparar de medo.

Era ele... Ele conseguiu nos pegar desprevenidos... Ele estragou tudo e agora pisava em mim como um inseto.

— Finalmente vamos acertar as contas, Ômega insolente — rosnou com raiva enquanto me pisava com mais força.

Donggun do Norte nos achou.

══════⊹⊱≼≽⊰⊹══════

É GALERINHA, FUDEU

Esse capítulo era pra ter sido maior, mas preferi deixar o restante desse infeliz acontecimento pra um capítulo só. Preparem seu coração pra perder alguns personagens :(

É isso, volto essa semana (se tudo der certo, termino abnd até o fds que vem). N se esqueçam de deixar o votinho e comentar <3 até lá!

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