Tem algum capítulo em específico que vocês gostariam de ler a versão do Adrien para eu lançar como um bônus talvez?
- júlia
Passo pelo braço de Adrien que está colocado de forma protetora na minha frente, apertando sua mão antes.
- Olha, me desculpa, Marinette. Eu não escutei quando você disse não. - Adam move as mãos enquanto fala.
- Tudo bem - murmuro. - Eu falei em voz baixa.
Adrien leva seus dedos até a minha cintura, os posicionando sob meu quadril. É sua forma de dizer que ele está ali se precisar que ele aja.
- Está tudo bem - repito para Nino e Alya que estão parados esperando uma briga começar. Adam não fez nada demais ou foi desrespeitoso, não haverá nenhuma briga. - Vão dançar. - Ofereço um sorriso.
Adrien se mantém quieto. Olho para ele que acena com a cabeça para o lado, me chamando para nos afastarmos.
- Aproveita a festa, Adam. - Dou um tchauzinho.
Pego a mão do Adrien de minha cintura, segurando seus dedos com os meus e lidero a saída. Já que não sei para onde ele quer ir, ele arruma nossas mãos e me leva até a entrada para os quartos pela segunda vez na noite.
- Você está bem? - Sinto o carinho suave que ele faz na minha têmpora, descendo até o meu cabelo.
Assinto.
- Ele não fez nada de mais.
Seus lábios encostam levemente nos meus.
- Você está bêbada.
- Não o suficiente. - Sorrio.
Ele ri.
- Nunca te vi assim, sabia?
Inclino o rosto com a curiosidade.
- Aberta - ele continua. - Você fica assim comigo quando estamos sozinhos, mas nunca vi você tão verdadeira com os outros também. É fofo.
Torço o nariz com o comentário.
- É sim - a risada de Adrien se eleva a outras proporções. - E eu amo você. - Sua boca encosta o lugar que seus dedos estavam anteriormente.
- Também amo você.
Ele se afasta um pouco e eu aproveito para encarar sua boca. Acabando com a vontade - e aumentando ao mesmo tempo -, eu o beijo.
- Vem, vamos tomar alguma coisa. - Ele chama.
Voltamos para onde estávamos e nos esprememos um pouco para conseguir chegar até o bar montado no hotel que agora apresentava outro funcionário.
Pedimos nossas bebidas e conversamos um pouco.
Uma música mais calma soa pelo prédio. Ele estende a mão.
- Dança comigo?
Seus olhos verdes se destacam com a roupa social que ele está usando e com o pedido escrito em suas íris.
Aceito sua mão e vamos até a pista.
- O que foi?
- O quê? - Ele respira no meu pescoço causando arrepio.
- Você estava olhando diferente para mim.
- Adoro dançar com você - Adrien coloca meu cabelo atrás da orelha. - Desde a primeira vez que dançamos juntos penso nisso.
- A diferença é que você é profissional - Suspiro.
- E você ganhou uma bolsa na melhor escola de dança de Paris - Ele diz como se fosse um feito enorme. Seus olhos brilham com o entusiasmo da lembrança, talvez ele ache que tenha sido um feito enorme mesmo.
- Nada comparado com as pessoas que você dança. - Coloco uma mão em volta da sua nuca.
Ele franze as sobrancelhas enquanto pensa.
- Você está com ciúmes?
- Não! Só constatando fatos.
Ele está visivelmente segurando a risada. Sua tentativa de ficar sério não está sendo bem sucedida.
- É sério, não tenho ciúmes! Só comentei, ok? Deixa isso para lá.
- Uhum - ele murmura ao me dar um selinho. - Deixo. - E dá mais outro.
- Se eu soubesse que você reagiria assim teria falado mais vezes. - Falo de encontro com a sua boca quando ele vem me dar um beijo de verdade.
Abro um pouco a boca para dar passagem para sua língua. Os lábios úmidos e gelados dele entram em contraste com os meus quentes. Deito a cabeça para aprofundar o beijo e grunho frustada quando Adrien se afasta.
Meu humor melhora ao ver que ele também está frustado com a interrupção que acaba por ser de Adam que encostou em seu ombro e pediu licença.
- Quê foi, cara? - A primeira vez Adrien agiu pacientemente, entretanto agora essa calma o abandonou.
Seguindo a etiqueta de dança, Adam anuncia que está interrompendo e, a mim, diz que gostaria de conversar. Em particular. Suas bochechas coram em um tom de rosa.
Adrien bufa para o barman.
- Relaxa - rio na sua orelha. - Já volto.
- Não estou confortável com você com esse... rapaz sem ninguém por perto. Ainda mais bêbada.
- Bom - tento passar tranquilidade a ele. - Eu sei gritar bem alto. Se acontecer alguma coisa, alguém vai ouvir, pode ter certeza.
Beijo a bochecha de Adrien e sigo Adam até o jardim.
Ele diz algo em voz baixa que eu não consigo ouvir.
- Fala de novo, mais devagar e mais alto. Minha cabeça um pouco lenta está entendendo as palavras um pouquiiiinho atrasada. - Aumento o tom se voz, expressando o que eu disse.
- Eu sei que você não quis me beijar mais cedo - ele está com um sorriso bonito no rosto, achando graça. - E eu espero que isso tenha sido apenas por eu ter sido muito direto porque eu gostaria de sair com você um dia. Se você também quiser, é claro. Então, eu estive pensando nesses últimos minutos em pedir seu número para que amanhã a gente combinasse qualquer coisa...
Ele é tão gentil comigo que me sinto até mal.
- Ah, Adam, eu não poderia nem se eu pudesse! - o que eu disse fez sentido? Acho que sim porque eu entendi. - Eu estou tão apaixonada por um menino. O nome dele é Adrien, ele é loiro, trilíngue, inteligente... eu gostava dele há dois anos, sabia? Menti para os meus amigos quando disse que não. Eu gostava, mas aí ele foi mau comigo e eu deixei de gostar até que ele me ajudou a colocar uns negócios em um armário alto que eu não alcançava e começou a ser gentil comigo de novo.
Apoio um braço no banco.
- Em uma festa que aconteceu aqui há alguns meses ele teve atitude e pediu uma segunda chance. Você sabe quão gostoso um homem fica quando toma atitude? Uau. Devo ter cedido só por isso - brinco.
Sinto algo encostar nos meus ombros, me abraçando por trás e quando viro vejo exatamente ele.
- Adriiiieen! Eu estava falando agora para o meu colega, esse aqui - aponto para Adam - que você é gost... lindo!
- É mesmo? - Ele gargalha.
Adam se afasta um pouco abatido. Me preocupo, porém ele acena com a cabeça e dá um sorriso.
- Eu - ele pausa. - entendi o recado. Bom ter te conhecido, Marinette. A situação não é a qual eu imaginei, mas não tem problema. Felicidades para vocês.
Assim que Adam vai embora por completo Adrien solta:
- Qual é a desse cara? Ele literalmente acabou de te conhecer.
Rio com a implicância.
- Contei para ele que você é alto também, sabia?
- Sou? - Adrien beija o topo da minha cabeça.
- Sempre me senti atraída por homem alto. - Sussurro para Adrien.
- É? E dois anos atrás você estava gostando de um cara alto também?
Ergo as sobrancelhas. Ele ouviu. Torço para que não tenha escutado de quem eu estava falando.
- Estava.
- Qual o nome dele?
- Ad... - Hm. Olho para as costas do Adam já longe. - Adam.
- Que coincidência - ele cruza os braços. - O nome do barman chato que estava dando em cima de você até agora é qual?
Adrien parece estar se divertindo. Penso bastante em uma resposta, mas não rápido o suficiente.
- Eu sei que você gostava de mim. - Me dá um selinho.
- Eu te amo. - Passo a mão na sua bochecha.
Ele olha carinhosamente para mim.
- Também te amo, amor. - Adrien me dá um selinho mais demorado.
Nossa, eu quero casar.
Aproveito a noite como nunca antes. Sei que disse que não queria acordar de ressaca e que não beberia tanto para isso, mas agora eu tenho quem cuide de mim então tomei algumas bebidas, sem misturar demais.
Adrien, que não bebeu álcool, está dirigindo o carro de seu pai e me levando para casa. Ele não tem idade para isso ainda, mas é tarde da noite e fiscalização não ocorre nesses horários no caminho para a minha casa.
- Está com sono? - Ele coloca a mão na minha perna fazendo carinho.
- Não. - Viro para olhar para ele. Homens que dirigem são sexy. Acho que encontrei meu tipo: altos e motoristas.
- Você é a bêbada mais comportada que eu já vi. Faz declarações sobre mim para desconhecidos e sai de uma festa andando elegante de salto 10.
Rio com o elogio.
- Faltou mencionar que meu cabelo está impecável.
- Você está impecável. - Sorri de lado.
Chegamos em casa, abro a porta sem fazer barulho para não incomodar os meus pais. Adrien sobe comigo direto para o meu quarto.
Sento na cama e tiro os saltos apreciando a sensação ao colocar os pés no chão.
- Obrigada por hoje - suspiro. - Fazia tempo que eu não me divertia assim.
- Fazia? - Ele senta no chão e passeia as mãos pelas minhas pernas.
- É, eu nunca bebo muito em festas e nem tenho uma companhia fixa. Foi bom ter meu namorado comigo.
Ele distribui beijos pelas minhas pernas, sem segundas intenções, mas meu corpo não entende essa segunda parte.
- Vai tomar banho - Adrien ri quando sento em seu colo e começo a beijar seu pescoço, deixando claro as minhas intenções.
Sei que ele está certo, mas isso não me impede de bufar.
- Vai logo, Marin - ele me coloca em pé, ainda rindo. - Te espero aqui. - Beija minha bochecha.
E eu vou. Não sem antes o admirar mais e tentar mais uma vez, mesmo não dando certo.