Tinha Que Ser Você 1

autorarearaujo द्वारा

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Nanda seria normal como qualquer garota da sua idade se não fosse à perda do seu pai, vítima de bala perdida... अधिक

Passado é passado
Novos amigos
Com que roupa eu vou?
Conhecendo Kadu
Casa nova, vida nova
Calouros
Modelo capa de revista
A primeira impressão é a que fica
Visita ao apartamento dos gêmeos
Coincidência ou obra do destino?
Revelações
Voltando ao passado
O ciúme da Belinda
Comigo é assim, bateu, levou
Almoço com os amigos
Outra garota na jogada
O beijo
Escondendo parte da história
Correndo com Belinda
O porre de Nick
Depois do porre
Tocando na ferida
Noite de karaokê
A surpresa de Nick
Você de novo?
A ameaça de Diogo
O jogo
Escolhendo o repertório
Estou apaixonado por você
Fugindo de mim
Procurando Kadu
A verdade de Diogo
Sem barreiras
Efeito Diogo
Procurando provas
A mudança de Ivy
O flagra
Sem conversa
Enfrentando Nick
O arrependimento
A decisão
Conhecendo Pedro
Chegando perto
Aceitando a proposta
Pega de surpresa
Noite de sinuca
Fazendo as pazes
Ideia idiota
Depois do beijo
Nick
A verdade vem à tona
Procurando soluções
A desconfiança de Belinda
Nick
Novo plano
O fim do namoro
O fim da amizade
Depois da tempestade
Curtindo o sábado
A decisão de Belinda
Namoro ameaçado
Insegurança
Explicações
O jantar
A decisão de Nick
Na toca de lobo
Enfrentando o inimigo
O herói
O pesadelo
Epílogo
Meus livros

Surpresas da noite

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autorarearaujo द्वारा

E os amigos não me tratam como você me trata. Meus amigos não me amam como você

(Friends – Ed Sheeran)

Nick chegou a onde eu estava em tempo recorde. Olhei em meu relógio e ele tinha levado exatamente vinte minutos da faculdade até aqui. Eu estava sentada em um banco no ponto de ônibus quando ele chegou. O ponto estava vazio, acho que contei nos dedos quantas pessoas passaram por mim.

Eu nem tive tempo de falar alguma coisa quando ele saltou do carro e veio ao meu encontro. Estava vestindo uma calça de moletom azul escuro e uma camisa baby look branca que deixava bem visível os músculos dos seus braços. Nick me abraçou e ficou algum tempo assim.

— Você está bem? Alguém mexeu com você? – perguntou ainda me abraçando.

— Eu estou bem. Você veio voando?

— Quando me falou onde estava, não pensei duas vezes. Coloquei a primeira roupa que vi e sai. Como veio parar aqui?

— É uma longa história.

— Então vamos embora. Você me conta no caminho.

Agora vinha a parte chata da história. Como explicar a ele onde eu estava sem ter que contar o que eu estava fazendo?

— Me desculpe por ter te ligado, mas não consegui falar com Jessye, briguei com Ivy e a Belinda praticamente desligou na minha cara.

— Belinda ainda está assim com você?

— Ela não aceitou muito bem o que eu fiz, e agora sabendo que não estou mais com seu irmão... Já falou para ela que fizemos as pazes?

— Ainda não... Eu meio que não tive tempo para falar.

— Cristo. Ela vai surtar de vez quando souber.

— Por que ela vai surtar?

— Por que agora vocês estão juntos... De novo... E eu estou de volta na sua vida.

— Uma coisa não tem nada haver com a outra.

— Tem tudo haver. Se antes ela já tinha ciúmes, imagine agora. E depois que ela souber que eu te liguei e pedi para vir me buscar...

— Você ligou para elas, não tem culpa se eu fui o único que estava disponível.

— Até eu explicar essa parte, ela já terá me arremessado pela janela.

— Nanda relaxa, eu cuido da Belinda ok? A minha preocupação agora é saber como você veio parar aqui?

— Não sei se devo te contar... Você não vai acreditar...

— Tenta. Se você não contar, como saberei se vou gostar ou não?

— Primeiro me prometa que não vai ficar zangada comigo.

— Nossa, o que você fez de tão sério?

Eu respirei fundo. Era melhor contar logo a verdade, assim, eu conseguiria manter ele longe de Diogo. Pelo menos o Nick eu precisava proteger, até conseguir provas o suficiente para livrar Ivy do seu domínio.

Mas eu não poderia contar tudo de uma vez, contaria o que fui fazer em Niterói e depois explicaria meus motivos para estar tão longe.

— Eu saí com Pedro...

— Deduzo que faz parte do acordo que fizeram – disse sem tirar o olho da pista.

— Na verdade não. Eu precisava ir a um lugar e só ele poderia me ajudar.

— Eu também poderia. Por que não me chamou? – perguntou olhando rapidamente para mim e depois voltando a olhar a pista – eu falei sério quando disse que poderia contar comigo.

— Eu sei, mais eu não queria te envolver nisso.

— Nisso o quê? Aonde vocês foram?

— Eu precisava entrar no Morro do Cabreiro...

— Precisava? Por quê?

— Drogas.

Nick freou o carro tão bruscamente, que se eu não estivesse com o cinto, eu teria atravessado o vidro.

— Aquele imbecil te levou na favela para comprar drogas? Nanda, no que estava pensando quando resolveu embarcar nessa?

— Ficou maluco Nick? Não fui comprar drogas...

— É melhor me explicar essa história direito Nanda. Sou capaz de meter um soco nesse idiota assim que o encontrar...

— Ele não fez por mal. Eu praticamente o obriguei. Falei que se ele não fosse comigo, eu iria sozinha. Estava tudo bem até Kadu aparecer e sair me arrastando de lá.

— Meu irmão estava lá? Com o que ele anda se metendo agora? Já não basta ter ferrado a vida da... – Nick parou no meio da frase.

— Ferrado a vida de quem?

— Ninguém Nanda.

— Nick, o que está escondendo?

— Já falei que não é nada. Agora me conta como você, Pedro e Kadu foram parar naquela favela que por sinal está em pé de guerra... Vocês são malucos ou o quê?

— Estava tudo sobre controle até Kadu perder a razão e me arrastar lá de dentro.

— Pelo menos uma coisa boa ele fez. Mas ainda não explica o porquê de você estar sozinha em um ponto de ônibus

— A gente discutiu e ele me mandou sair do carro.

— Ele fez o quê? Por que brigaram? Ele tentou te agarrar a força?

— Não. Ele estava dirigindo a 120 km por hora. Fiquei com medo de morrer e pedi para parar o carro. Ele parou, discutimos, sai do carro e ele foi embora. Simples assim...

— Aquele idiota. Eu pedi, avisei para ficar longe de você ou quebraria sua cara. Hoje foi a gota d'água.

— Vocês andaram conversando sobre mim?

— Brigamos mais do que conversamos, mas cansei de fingir que está tudo bem quando não está. Alguém tem que colocar limites no meu irmão.

Nick voltou seguir a viagem e não falou mais nada. Nem mesmo quis saber o meu real motivo para estar em Niterói. Ele parecia estar bem zangado. Quando chegamos à faculdade, eu saltei do carro assim que Nick saiu dele.

— Eu vou deixar você em casa e depois vou procurar Kadu.

— Nick, é melhor deixar isso para trás...

— Nanda, ele te largou no meio do nada. Poderia ter acontecido alguma coisa com você. Kadu nunca pensa nas consequências dos seus atos.

— Mais não aconteceu. Eu estou bem. Vamos deixar esse assunto de lado, o que acha?

— Não Nanda. Eu sou sempre o bonzinho e por isso às vezes é difícil tomar partido de alguma coisa, mas hoje ele ultrapassou todos os limites.

— Então eu vou com você. Para evitar que vocês se matem.

— Não Nanda. Isso é entre eu e o meu irmão.

— Você não pode me impedir de ir.

Nick não falou mais nada. Deu-se por convencido que eu não iria embora para minha casa. Fomos direto para seu apartamento em completo silêncio. Quando Nick abriu a porta, Kadu estava se preparando para sair.

— Vai a algum lugar irmãozinho?

— Eu ia, mas não será mais preciso. Oi Nanda, estava indo te buscar... – Kadu me deu um sorriso irônico – pelo visto seu salvador fez isso por mim. Não sabia que tinham feito às pazes.

— Seu idiota. O que estava pensando quando largou Nanda no meio do nada?

— Eu não a larguei no meio do nada. Nanda saltou do carro e se recusou a voltar.

— Por que ela estava com medo de morrer. Você estava a 120 km. Onde estava com a cabeça? Você poderia ter causado um acidente de novo.

Espera aí... Acidente? Que acidente?

— Eu disse para ficar longe dela.

— Ela que veio atrás de mim. O que posso fazer se Nanda não consegue ficar longe de mim?

— Eu vou quebrar a sua cara.

Nick deu um soco rosto de Kadu, fazendo cair no meio da sala. Por pouco não bateu a cabeça no rack.

— Você poderia ter matado a Nanda. Andar nessa velocidade significaria a morte dela. Se você quer se matar, ótimo, mais a deixe em paz. Não vou deixar você me tirar ela também – disse indo para cima de Kadu novamente.

— Nick para! Você vai acabar matando seu irmão – falei segurando ele pelo braço.

— Se essa for à forma de manter você segura, eu não ligo.

Nesse momento Kadu se levantou e revidou o soco, pegando Nick desprevenido.

— Já chega Kadu. Vocês vão acabar se matando.

Olhei sério para Kadu e depois fui ver com Nick estava. Uma marca de sangue marcava o canto da sua boca.

— E só para você saber, o acidente da Eduarda não foi culpa minha.

— Você estava na merda do carro e não fez nada. É você que deveria estar naquela cama vegetando – disse Nick se levantado e tentando chegar até Kadu.

Eu estava no meio dos dois, tentando evitar uma matança entre eles.

— E onde você estava enquanto nossa irmã se afundava nas drogas?

— Eduarda nunca usou drogas. Eu saberia. Ela me contava tudo.

— Acha mesmo que era o único que sabia seus segredos? Eduarda também é minha irmã. Ela tinha saído para comprar drogas. Por que você acha que eu estava no carro com ela no dia do acidente?

— Você está mentindo. Você estava bêbedo quando a polícia chegou ao local. Você estava no volante.

— Sim, eu estava bêbado. Mais fui o único a quem ela procurou quando começou a passar mal depois de exagerar nas drogas.

— Para de falar isso da Eduarda. Ela nunca seria capaz disso. Eu saberia. Nossos pais saberiam.

— Deixa de ser idiota Nick, acha mesmo que nossos pais não saberiam? Foi o único a não saber de nada. Eduarda implorou para que a gente não te contasse nada.

— Para de caluniar Eduarda. - Gritou Nick.

— Estou cansado de levar a culpa. Aquele acidente não foi minha culpa. Eduarda começou a ter alucinações, dizendo que estava sendo perseguida e tentou controlar o carro. Na tentativa de fazê-la parar, eu perdi o controle e o carro capotou. O restante da história você já conhece.

— Eduarda teria me contado.

— Não. Ela não teria. Você idolatrava nossa irmã, e ela não queria te decepcionar.

Nick parou de querer bater em Kadu e ficou parado olhando para ele. Parecia ter entrado em choque.

— Agora já sabe a verdade. Não é a mim que deve odiar. Eu apenas tentei salvá-la.

Kadu deu a volta pelo sofá e saiu batendo a porta. Eu me virei para Nick e fiquei olhando para seu olhar perdido.

— Nick, você está bem?

Esperei um longo tempo até ouvir ele se pronunciar.

— Esse tempo todo, eles estavam escondendo a verdade de mim – disse se sentando no sofá.

— Eu sinto muito Nick.

— Como eles puderam esconder isso de mim Nanda? Por que não me contaram a verdade? Eu amo minha irmã, como ela não falou nada? Como eu não percebi as mudanças de humor dela?

— Eles só estavam tentando te proteger...

— Me proteger do que Nanda? Sou adulto...

— Não sei te dizer exatamente os motivos, mas talvez sua irmã estivesse com vergonha de falar que estava envolvido com as drogas, e já que você se espelhava nela, deve ter preferido passar por isso sozinha.

— Mais não foi só ela que me enganou. Eu venho odiando meu irmão há dois anos por achar que ele foi o culpado do acidente. E agora eu descubro que ele apenas tentou salvá-la? Por que nunca me falaram a verdade?

— Eu não sei Nick. Você vai ter que perguntar isso aos seus pais.

— Eu vou fazer isso agora – disse Nick se levantando do sofá.

— Calma aí Nick, você está nervoso, acabou de descobrir que Kadu não foi o responsável pelo acidente. Não está em condição de dirigir. Deixa para fazer isso amanhã quando estará mais calmo e com a cabeça no lugar.

— Acho que você tem razão.

— Em sempre tenho razão. Ou na maioria das vezes – eu falei e consegui arrancar um sorriso dele.

— Ai – reclamou ao levar a mão no canto da boca – Kadu me acertou em cheio.

— Senta aí, vamos colocar um pouco de gelo.

— Eu consigo fazer isso sozinha Nanda, obrigado.

— Eu falei para sentar. Eu vou pegar gelo.

— Sim senhora.

Tentou sorrir, mas a dor na boca não deixou.

Nick sentou no sofá enquanto eu vasculhava o congelador atrás de pedras de gelo. Peguei um pano de prato e coloquei as pedras dentro e voltei para a sala. Encontrei Nick com a cabeça escorada no sofá e olhos fechados.

— Nick, por que não se levanta desse sofá e vai para a cama? Que tal descansar um pouco?

— Não dá. Estou com minha cabeça a mil.

— Pelo menos tenta. Vem, vou com você. Podemos ficar conversando enquanto seu sono aparece.

— Você não precisa fazer isso por mim.

— Preciso sim, estou te devendo uma. Obrigada por ter ido me buscar.

— Eu iria até o fim do mundo por se você, se assim quisesse.

— Não me dá ideia Nick – eu ri – agora vem, vamos ficar conversando enquanto pressiono o gelo na sua boca.

Nick seguiu para seu quarto, eu fui logo atrás. As janelas e as cortinas estavam fechadas, deixando o quarto escuro e quente. Ele ligou a luz assim que entrou e depois ligou o ar-condicionado. Em poucos minutos a temperatura já estava agradável. Nick encostou-se à cabeceira da cama e eu lhe entreguei a bolsa de gelo.

— Pode sentar Nanda, eu não vou te morder.

— E nem poderia. Você não tem jeito e nem cara do vampiro Edward Cullen.

— Não tenho mesmo. Faço o tipo lobisomem Jacob – disse com a voz deformada por causa da pressão do gelo em sua boca.

— Olha, está por dentro da saga Crepúsculo.

— Quem você acha que foi ver todos os filmes no cinema com a Eduarda?

Nós dois rimos e em seguida seu sorriso sumiu.

— Ainda não consigo acreditar que ela mentiu para mim.

— Nick, esquece esse assunto por hoje. Amanhã você vai esclarecer todas as suas dúvidas. Que tal ligar a TV e ver se está passando algum filme legal?

— Para isso teríamos que voltar para a sala, e estou gostando de ficar aqui.

— Podemos ver pelo notebook. Onde está sua mochila?

— Como sabe que meu notebook está dentro dela?

— Por que nunca se separa dele, e às vezes usa para fazer trabalhos em sala de aula.

— Parece que me conhece bem.

— Conheço um pouco todos os dias. E então, onde está a mochila?

— Dentro do guarda-roupa. Na parte de cima.

Peguei sua mochila, tirei o notebook e voltei para a cama. Nick me deu espaço do seu lado para sentar e depois ligou o aparelho. Fez uma busca rápida sobre alguns filmes e acabamos decidindo ver Efeito borboleta. Eu não gostei muito da escolha, mas não queria discutir com Nick.

— Que tal se eu fizer pipoca para acompanhar?

— Acho que não temos pipoca aqui em casa.

— E o que você acha que tem? – perguntei rindo.

— Sorvete.

— Espero que pelo menos seja de chocolate, ou flocos, são os meus preferidos.

— Lamento decepcioná-la, mas acho que só tem creme e morango.

— Eca – eu falei e ele riu – tudo bem, vou pegar assim mesmo, mas na próxima vez que for comprar, não esquece meus sabores ok?

— Está anotado.

Fui voando na cozinha pegar o pote de sorvete e as vasilhas para colocar. Quando voltei para o quarto, Nick tinha tirado a camisa e estava com seu peito nu. Tentei disfarçar meu olhar, mas fui flagrada por ele me olhando.

— Está com calor? – perguntei tentando fazer uma piada.

— Não. É que costumo ficar sem camisa em casa, mas se quiser, posso vestir novamente...

— Está tudo bem, afinal é sua casa. Pode ficar até pelado se quiser, não que eu esteja dando uma ideia.

— E se eu disser que já estou nu aqui por baixo do edredom? – foi à vez de ele fazer uma piada.

— Então eu teria que ficar deitada por cima do edredom para poder ver o filme.

— Sábia resposta. Estou brincando.

— Eu sei. Por isso embarquei na brincadeira. Vamos logo ver esse filme. Trouxe nosso sorvete e uma taça para cada um.

— Por que não dispensamos as teças e comemos no pote mesmo?

— Mais aí então teríamos que comer tudo.

— E vamos comer – disse colocando o pano com gelo do lado dele.

— Nick, me dá aqui esse pano. Não sei se você percebeu, mais é gelo, e gelo derrete.

— Puxa, que cabeça a minha – falou dando um tapa leve na sua testa.

O filme realmente foi um porre, mas pelo menos eu me diverti ouvindo os comentários de Nick. Ele era bastante observador e via detalhes que eu sozinha nunca iria perceber. Detonamos todo o sorvete, e ele ainda acabou me convencendo a ficar debaixo do edredom junto com ele.

— E aí, o sono já apareceu? – perguntei.

— Acho que meu sono resolveu tirar férias. Que tal mais um filme?

— Só mais um e então eu vou embora. Preciso dormir.

— Fechado. Você escolhe.

— Vamos ver As Panteras.

— Esse filme é de mulherzinha – falou fazendo uma careta.

— Não se preocupe, não vou contar a ninguém que você assistiu comigo. Vai ser o nosso segredo.

— Acho bom mesmo.

Nós rimos e depois Nick colocou o filme. Quando estava terminando, eu já estava bocejando e esfregando meus olhos. Olhei para Nick e ele estava me observando.

— O que foi? Por que está me olhando?

— Só estou te observando. Senti falta de passar um tempo com você.

— Pode ter sempre que quiser. Sabe, eu não moro muito longe, só aqui no prédio vizinho. Deixa-me ver como está seu machucado antes de ir embora.

— Acho que amanhã vai amanhecer roxo, mas hoje só está doendo.

— Me deixa ver assim mesmo – falei colocando minha mão embaixo do seu queixo para ver melhor – não está tão ruim. Antes de você ir dormir, coloca um pouco mais de gelo.

Não pude deixar de observar sua boca, era quase perfeita demais. Seus lábios não tão finos como os dos outros caras, mas também não tão grossos como os meus, mesmo o lábio inferior estar um pouco inchado por causa do soco. Desviei meu olhar para os olhos de Nick e ele estava olhando para minha boca.

— Você tem uma boca linda Nanda, sabia?

— Humm... Obrigada, eu acho – falei nervosa.

— Você sabia que ainda consigo sentir o gosto do seu beijo...

— Nick...

— Psiu... Deixa-me falar pelo menos dessa vez, posso não ter outra oportunidade como essa – Nick colocou seu dedo indicador sobre meus lábios – aquele único beijo foi o que me acordou de vez. Até aquele momento, eu pensava que estava atraído por você, mas depois que senti seu gosto, foi como se as portas do paraíso tivessem se abrindo. E depois do beijo, tive a certeza que eu estava apaixonado.

— Aquele beijo, foi um impulso, e depois eu soube o que fazer...

Vi Nick se aproximando, até sentir sua respiração quente. Senti meu coração acelerar, e por mais que eu soubesse que aquilo não era certo, eu não consegui me afastar. Encaramos-nos novamente, e naquele momento, eu acordei. Por que eu nunca tinha prestado atenção no olhar apaixonado de Nick antes?

— Nanda, nesse momento, eu quero muito te beijar, mas tenho medo que se fizer isso, vou estar te afastando de novo. E eu não quero isso – sua voz mudou de tom.

— Posso estar cometendo um erro, mas eu também quero te beijar.

Lentamente senti os lábios de Nick tocando os meus. No início foi suave, como se ele estivesse conhecendo o território. Aos poucos, ele foi aprofundando enquanto passava sua mão pela minha cintura me puxando para mais perto dele. Sua língua procurou a minha e eu a entreguei. Eu nunca me senti tão desejada por alguém, como eu estava sendo agora. Passei meus braços em volta do seu pescoço e me entreguei total a ele.

— Nick, você está aí?

A voz de Belinda nos tirou do transe. Eu me assustei e saltei da cama, como se eu tivesse cometido um crime. Nick continuou olhando para mim, e eu fiquei sem saber o que fazer. Nós tínhamos acabado de nos beijar, e a namorada dele estava vindo em nossa direção procurando por ele.

— Nanda, por favor... – Nick começou a falar.

— Não...

Belinda abriu a porta e deu de cara com nós dois. Ela lançou um olhar para Nick sentado na cama sem camisa e eu em pé ao lado dele, com a cara de culpada.

— Nanda, o que está fazendo aqui? E desde quando voltaram a se falar?

— Calma Belinda, eu posso explicar... – comecei a falar.

— Acho bom mesmo – disse cruzando os braços.

— Belinda, sou eu que tenho que explicar. Eu estive pensando em tudo o que aconteceu, e cheguei à conclusão que Nanda é livre para fazer o que quiser com a vida dela. Mesmo com tudo o que aconteceu, ainda quero a amizade dela, então não vi mal algum em perdoá-la.

— Isso ainda não explica a presença da Nanda no seu quarto.

Eu queria falar, mas parecia que eu tinha uma bola de pêlo presa na minha garganta. Parecia que Belinda estava vendo escrito culpada na minha testa.

— Eu vou deixar vocês a sós e Nick poderá explicar tudo. Eu já estava de saída. Nick não se esquece de colocar mais gelo.

— Colocar gelo? Em quê?

— Andei brigando com Kadu novamente – respondeu Nick.

— Acho que nem preciso perguntar o motivo – disse Belinda me olhando desconfiada – me deixa ver esse machucado enquanto me conta tudo.

Belinda sentou na cama e deu um beijo em Nick.

— Bom Nick, agora que Belinda chegou para cuidar de você, eu vou para casa. Boa noite.

Dei o meu melhor sorriso falso e fui para casa. Nick tentou falar alguma coisa, mas acho que depois do que aconteceu, ele estava tão surpreso como eu.

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