The Stripper (rabia version)

sunshinecabell tarafından

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... Daha Fazla

Capítulo 1 - Duas Vidas
Capítulo 2 - Voltando ao Brasil
Capítulo 3 - The Stripper
Capítulo 4 - Nova Presidência
Capítulo 5 - Primeiro Dia
Capítulo 6 - Conversa e mais tempo juntas
Capítulo 7 - A dança
Capítulo 8 - O beijo
Capítulo 9 - Perdendo o controle
Capítulo 10 - Le Café
Capítulo 11 - Devaneios
Capítulo 12 - Confusão
Capítulo 13 - Presente, carona e conversa
Capítulo 14 - Jogo perverso
Capítulo 15 - Chegada inesperada
Capítulo 16 - Reencontro
Capítulo 17 - Conhecendo a família
Capítulo 18 - Um dia diferente
Capítulo 19 - O jantar
Capítulo 20 - Dura realidade
Capítulo 21 - O troco
Capítulo 22 - Perdidas
Capítulo 23 - Arrisque-se
Capítulo 24 - Toda hora
Capítulo 25 - Caminhos cruzados
Capítulo 26 - Desentendimentos e Desculpas
Capítulo 27 part 1 - Uma nova aliança
Capítulo 27 part 2 - Uma nova aliança
Capítulo 28 - Um dia especial
Capítulo 29 part 1 - Momentos
Capítulo 29 part 2 - Vitória do Inimigo?
Capítulo 30 - A descoberta
Capítulo 31 - Confronto
Capítulo 32 - Turbilhão de sentimentos
Capítulo 33 - Caindo em tentação
Capítulo 35 - Coisas do passado
Capítulo 37 - Pedidos
Capítulo 38 - Erros e arrependimentos
Capítulo 40 - Vai dar tudo certo?
Capítulo 41 - Mentir, sim ou não?
Capítulo 42 - O Prêmio
Capítulo 43 - Noite de descobertas
Capítulo 44 - O inimigo comemora.
Capítulo 45 - Sair, sim ou não?
Capítulo 46 - Decisão
Capítulo 47 - The Lap Dance
Capítulo 48 - Xeque-mate
Capítulo 49 - Estratégia
Capítulo 50 - Nova Era
Nova Fanfic
Capítulo 51 - Acerto de contas
Capítulo 52 - A perda

Capítulo 39 - Presente especial

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sunshinecabell tarafından


Point Of View Bianca Andrade

Acordei naquela manhã fria com o corpo de Rafaella grudado ao meu, confesso que era maravilhoso poder me aconchegar no calor de seus braços daquela maneira. A mulher estava atrás de mim, me envolvendo em um gostoso abraço. Eu podia sentir a respiração profunda e compassada que a mesma emanava. Me movi devagar, pegando o meu celular ao lado da cama, ainda era bem cedo. Virei-me de frente para ela, vendo sua expressão serena ao dormir. Era linda, como sempre.

Seus cabelos loiros davam um grande destaque em sua pele lisinha, poderia até ser bem comparada com aquelas atrizes de Hollywood. Rafaella com toda certeza seria uma bem sexy e poderosa. Sorri, e deslizei com o polegar sobre a maçã do rosto dela, em um carinho leve. Suspirei profundamente, pensando em quão sortuda eu estava sendo por ter aquela mulher em minha vida.

Na noite anterior, Rafa fez total questão que eu dormisse em sua casa. No inicio eu neguei, mas como previsto, contra ela não havia argumentos. Chegamos a sua casa e a mesma tratou de preparar um jantar simples, e muito bom. Tomamos um bom vinho e conversamos bastante. Rafa me falou mais dela, em busca de saber mais de mim. E eu simplesmente falei, abri o livro da minha vida à mulher que eu queria ao meu lado sempre. Era certo que eu tinha um grande receio de que ela me deixasse depois de saber de tantos problemas que me envolviam. Afinal, Rafaella poderia ter a mulher que desejasse, sem problemas e com dinheiro. Mas em minha surpresa, ela me ouviu atentamente e me apoiou em cada momento que fraquejei e chorei ao contar toda minha historia até ali. Ela se mostrou compreensiva e muito atenciosa, o que apenas ajudou a me fazer gostar mais dela. Os seus carinhos calmos me ajudaram a despejar tudo que ainda estava engatado dentro de mim, que ainda me fazia mal. Rafaella de forma carinhosa fez a promessa que me faria feliz, que seria o diferencial em minha vida. E eu não duvidava daquilo, ela tinha consigo a enorme confiança de que meu futuro com ela seria melhor.

Depositei um beijo em sua testa devagar e tentei me desvencilhar de seus braços sem fazer a mesma acordar. Rafa se remexeu um pouco na cama, protestando contra o frio, mas eu rapidamente puxei a grossa coberta para cima da mesma. Sorri para ela que logo se acomodou. E com a ponta dos pés pisei no chão frio, sentindo meu corpo todo se arrepiar. Caminhei em passos lentos até o banheiro onde fiz minha higiene matinal.

Em seguida resolvi caminhar até a cozinha, àquela manhã Rafaella receberia os mimos, espero que ela não se importe de eu mexer em suas coisas. O apartamento de Rafaella era digno de umKalimann, enorme e sofisticado. Tudo de muito boa qualidade, deixando claro o quanto rica ela era. Era o único do ultimo andar, e tinha uma bela visão da praia e de todo aqueles enormes prédios. Amarrei meus cabelos em um rabo e então Abri a geladeira de inox vendo-a toda cheia de coisas, muito difícil que ela comesse ao menos a metade de tudo aquilo. Peguei todos os ingredientes colocando sobre a bancada: frutas, leite, suco. Eu faria um ótimo café da manhã.

Certo, aquilo deu mais trabalho do que imaginei, mas estava me saindo bem. Nosso café da manhã teria panquecas, salada de fruta, suco, café com leite, bacon e ovos mexidos. Tudo já estava quase pronto, só restava os últimos morangos a serem cortados.

"Vou acabar me acostumando com isso"

Eu me virei rapidamente colocando a mão sobre o peito.

- Jesus, Rafa! Você me assustou.

A mulher abriu um lindo sorriso em minha direção, ela estava sentada em um dos bancos perto do balcão. Vestia uma camiseta preta, justinha, deixando seus seios apertadinhos na frente. Em baixo um short branco, curto. Seus cabelos como os meus estavam soltinhos. Ela estava linda.

- Desculpa, Bia. – Ela falou se aproximando.

- Espero que não se importe de eu ter mexido em suas coisas, eu só queria fa...

Rafa nem me deixou terminar para me roubar um beijo.

- Pode mexer no que quiser,srta. Andrade. – Sussurrou ela diante de meus lábios, me fazendo sorrir. – Fique a vontade.

- Tudo bem.

Rafa sorriu, pegando um morango da pequena tigela branca em cima do balcão, dando uma leve mordida. Vocês podem acreditar que até comendo ela fica sexy? Seus lábios ficaram vermelhos, mas ela logo tratou de lamber.

- Você fica muito linda com minhas roupas. – Ela disse encostando-se ao balcão.

- Gostou? – Disse dando uma volta.

- Eu adorei.

Seu tom de voz era carregado em malicia, eu apenas me aproximei, envolvendo meus braços ao redor do seu pescoço, puxando seu rosto para mais próximo do meu.

- Também adorei usar suas roupas, acho que vou fazer mais vezes.

- Eu apoio totalmente, e apoio ainda mais se você ficar andando com elas vestindo só uma calcinha pelo meu apartamento.

Eu sorri, e beijei sua boca lentamente. Sentindo os lábios macios da mulher se moverem sobre os meus, tinham gosto de morango.

- Deixa de safadeza, Kalimann! - Falei dando um tapa em seu ombro.

- Ok! Estou quieta. – Rafaella caminhou até o outro lado do balcão novamente, sentando onde estava antes.

- Temos comer logo, ou vamos nos atrasar.

- Pensei de fazermos algo diferente hoje.

Olhei em sua direção, e ela sorriu.

- Eu tenho que trabalhar, Rafa.

- Você trabalha pra mim, se eu não estou lá, não tem porque você trabalhar.

Soltei uma risada e me sentei à sua frente.

- Óbvio que tenho, minha vida não gira em torno de você, senhora.

- Ai! Essa doeu. – Rafa fez um bico com os lábios.

Fofa.

- É serio, amor, eu tenho vários relatórios para fazer, montar o balanço desse mês.

- Não pode fazer isso amanhã? Você mesma diz que trabalhamos demais. Eu estou te dando a ideia de não irmos hoje, e você está negando. – Rafa falou comendo as panquecas. – Isso aqui está muito bom. – Ela falou dando mais uma garfada na panqueca coberta com chocolate.

Eu sorri vendo ela comer.

- Tenho ótimos dotes culinários! E voltando ao assunto, podemos fazer isso depois, ok?

Rafaella fez uma cara de tedio e deu de ombros.

- Não faça essa cara. – Falei me levantando, roubando um beijo da mesma que tratou de prolongar o máximo que pode.

- Eu só queria ficar mais tempo contigo...

- Vamos ficar,tá bem? Mas eu tenho muitas coisas para fazer hoje, e ainda preciso ir à Imperium. – Meu tom de voz foi abaixando à medida que a frase terminou.

Rafa parou de sorrir, enquanto limpava o canto dos lábios com o pequeno lenço.

- Rafa...

- O que foi?

- Pensei que já tínhamos conversado sobre isso.

- Conversamos sobre muitas coisas mas não sobre isso.

- Você vai comigo, não é?

- Eu não sei. – Ela disse caminhando em direção ao seu quarto.

Eu não podia exigir da mulher que me acompanhasse todas as vezes, mas eu me sentia melhor com ela ali. Depois que Rafaella conheceu Jennyfer, eu passei a dançar única e exclusivamente para ela.

Suspirei mordendo os lábios, talvez os dias de Jennyfer estivessem contados.

Depois dali resolvi tomar um banho quente, e me arrumar. Rafa me deu tempo de passar em casa e pegar roupas para ir a empresa no dia seguinte. Agora eu estava fazendo minha maquiagem, enquanto ela se vestia. Até que escuto a campainha tocar.

Caminhei rapidamente até a porta, abrindo em um solavanco. Dando de cara com uma mulher loira, com um decote visivelmente exagerado, vestindo roupas de academia que ficavam extremamente justas em sua pele. Analisei a mulher, constatando duas coisas: abusada e oferecida.

- Rafaella está? – Perguntou a mulher com uma voz irritante, fazendo-me pensar o que diabos ela poderia querer com Rafa, minha Rafa.

- Sim, mas ela está ocupada. Deseja alguma coisa? –Perguntei de forma rude.

Ela me analisou dos pés a cabeça e sorriu, mordendo o lábio.

- Você é o que pra ela?

- Namorada.

- Hum! Não sabia que Rafaella tinha uma namorada.

- Mas ela tem.

- Como você se chama? – Curiosa demais, pensei.

- Bianca Andrade.

- Me chamo Vivian.

Soltei um sorriso sem o menor humor, torcendo para que Rafaella não entrasse no mesmo cômodo, ou eu jogaria ela dali de cima.

- Vim devolver os DVDs que ela me emprestou semana passada. São ótimos filmes, e vim para pegar mais.

A loira falou me entregando o embrulho com os DVDs.

- Rafa te emprestou?

A mulher assentiu.

- Comprei alguns para dar de presente, pode chamar ela?

Eu semicerrei os olhos na direção da loira oxigenada a minha frente, contando de um até dez. Até que Rafaella entrou na sala, abotoando sua blusa.

- Oh! – Rafa exclamou de olhos arregalados.

- Oi, Rafa! Vim devolver seus DVDs! São ótimos! – A mulher falou animada.

Rafaella sorriu amarelo, e apenas assentiu.

- Que bom que gostou.

- Sim! Gostei tanto que comprei uns para você, espero que goste.

Rafa pegou os CDs, e me fitou. Pedindo no fundo do olhar que eu me mante-se em absoluta calma.

- Bom, eu já estou indo. Acabei de voltar da academia. – A loira falou se abanando, enquanto exibia seu decote para Rafaella que cuidou de nem sequer colocar os olhos, ou morreria ali mesmo. – Você nunca mais foi, não é?

- Eu ando sem tempo pra academia. – disse coçando a nuca devagar.

- Você é sempre tão ocupada, não é?

Perguntou a loira fitando Rafaella dos pés a cabeça, mexendo em uma mexa de seu cabelo.

- Ela faz exercícios muito melhores comigo, querida, agora se nos dê licença. Estamos atrasadas. – Falei buscando a loira pelo braço até levar ela para fora.

- Certo, falo com ela depois sobre os filmes. – Ela sorriu.

- Faça melhor, procure vídeos na internet, salas de bate papo. Vai achar pessoas interessadas em filmes. — terminei a frase com um sorriso falso e fechei a porta sem nem deixar que a mulher respondesse.

O apartamento ficou em puro silêncio após o estrondo da batida da porta. Rafaella estava me olhando, como quem estivesse com medo do que viria a seguir.

- Ah, você...

- Costuma fazer de sua casa locadora de DVDs pra vizinhas bonitas?

- Não, Bia! – Ela falou reprimindo um riso.

- Do que você está rindo?

- Eu não estou rindo.

A desgraçada falou quase gargalhando da minha cara.

- Ah, não?

- É só engraçado te ver com ciúmes, amor. – Ela se aproximou, pegando-me pela cintura.

- Eu não estou com ciúmes, só não gostei dessa mulher, muito exibida.

- Ela só veio pegar um copo de açúcar semana passada, e viu os DVDs na cômoda, e começou a conversar.

Eu semicerrei os olhos em sua direção.

- Você não é nenhuma lerda, sabe que ela está afim de você! – me soltei dos braços dela. [eu: pior que ela é lerda sim]

- Sim, óbvio que me dei conta. Mas não me importo, tenho uma mulher muito melhor comigo.

- Eu me importo, não quero.

Rafa sorriu de canto.

- Só são DVDs. – Disse ela colocando sobre a bancada.

Eu caminhei até a bancada, pegando os DVDs.

- "Uma louca aventura", "Melhor vizinha"... Essa sem vergonha está te jogando boas diretas! – Falei irritada, caminhando com os DVDs até a cozinha do apartamento de Rafaella.

- Bia? O que vai fazer? – Ela perguntou andando atrás de mim.

Eu nada respondi, arremessei os DVDs na lixeira. Rafa soltou uma risada alta, se divertindo com meu ataque. Eu poderia estar morrendo de raiva, e mesmo assim sua risada tinha o som mais gostoso de se ouvir.

- Está se sentindo melhor agora? – Perguntou ela me pegando pela cintura.

- Sim. – Me soltei rapidamente dos seus braços.

- Ótimo, agora tire esse bico. – Disse ela sorrindo – E vamos trabalhar,srta. Andrade.

Point Of View Rafaella Kalimann

Depois que saímos do apartamento, Bia ainda continuou emburrada, a loira realmente havia a incomodado. Mas ela não tinha nada com o que e preocupar, talvez o lado Bianca estivesse mais presente aquele dia, pois mostrava através de seus ciúmes a visível insegurança. O que não deveria, afinal eu só pensava nela. O caminho foi em repleto silencio, assim como o resto da manhã. Ela se comportou como uma boa profissional, para minha agonia é claro. Trabalhar com sua namorada, e não poder se aproveitar disso era irritante.

- Que cara é essa de quem comeu e não gostou? Garanto que com Bianca não tem isso.

Gizelly falou se aproximando de minha mesa, sentando a minha frente. Depois que Bianca recusou meu convite para almoçar, alegando que iria para o bistrô com as amigas, eu liguei para Bicalho que rapidamente que cuidou de aceitar.

- Realmente não. – Falei dando de ombros.

- Imagino, agora pare de me fazer inveja.

A mulher falou colocando sua bolsa de lado, me fitando de forma desconfiada. Gi nem precisava que eu contasse, ela sempre sabia em que situações meu humor se encontrava.

- Diga-me, o que houve? Brigou com a Bianca?

- Não, quer dizer, sim. Não sei!

- Misericórdia, você bebeu? – Ela perguntou cheirando meu copo, que apenas tinha chá gelado.

- Não, por quê?

- Você está Confusa e aérea.

- Efeitos da Andrade.

- Pensei que os efeitos Andrade fossem melhores.

- E são, mas às vezes sai um desses perdidos.

- Vocês brigaram? – Gizelly perguntou enquanto lia o cardápio.

- Ela está me ignorando a manhã inteira, não me olha, não me beija, e nada.

- E por quê?

- Ciúmes!

Gi soltou uma risada controlada, ela não queria chamar tanta atenção dentro do restaurante.

- Você dela ou ela de você?

- Ela de mim. Acontece que estávamos em casa, e minha vizinha foi lá me devolver uns dvd's que pediu na semana passada. E daí Bianca não gostou nada.

- A vizinha era gostosa?

Eu relutei em dizer, a mulher era bonita. Mas não fazia meu estilo, eu não gostava de loiras, nada contra é claro. Mas as morenas me eram bem mais atraentes. Principalmente as cariocas, com o nome de Bianca ou Jennyfer. Que droga, eu estava fodida.

- Pelo seu silêncio, acho que não. – Gizelly falou mordendo os lábios confusa.

- Ela era bem bonita sim, só não faz meu estilo.

- Hum! Loiras?

Eu sorri e assenti.

- Sabia! Mas me diz, ela está muito brava?

- Acho que sim, ela jogou os DVDs no lixo e está me ignorando a manhã toda. Tirando o fato que ele colocou a menina para fora.

Dessa vez Gizelly soltou uma alta risada. Tomando um gole de sua água para poder conseguir parar.

- Sério, eu queria ri assim na hora, mas ela me olhou furiosa. Eu até me arrepiei. Você precisava ter visto ela falando "Ela faz exercícios muito melhores comigo, agora se nos de licença."

- Bianca marca território, está certa.

O garçom se aproximou fazendo o pedido de Vero, e logo após o meu.

- Sim, mas me ignorar não é bom. Odeio que me ignorem.

- Sempre, não é? Fica toda de mau humor.

- Gi, ela nem quis almoçar comigo. Disse pra eu ir atrás da loira do prédio.

- Bianquinha te deixa de quatro.

- E como...- Sussurrei sem querer.

Gizelly arregalou os olhos com a boca aberta.

- Você foi passiva?! – Ela quase gritou.

Eu abaixei a cabeça tentando fazer com que o chão de abrisse ali. Uma senhora da mesa ao lado nos fitou com olhos arregalados.

- Cala essa boca! Claro que não!

- Mentira, eu conheço essa sua cara! Kalimann, você foi passiva? Meu Deus, eu preciso beijar os pés de Bianca.

Eu estava ruborizando, as pessoas ao nosso redor nos encaravam curiosas e atentas.

- Vai gritar pra todo mundo?!

- Meu Deus, MEU DEUS! Você deu! Nossa deve ter dado demais! Feito uma passiva escandalosa!!

- Eu não acredito nisso, Gi. Fica quieta. – Joguei o lenço sobre ela.

- Foi bom? Ela fez direito? Ela te bateu?

Se eu contasse para Bicalho o que Bianca fazia comigo, eu seria zoada pelo resto de minha vida. Imagine ela gritando no meio daquele restaurante de luxo como Bianca me bateu e me chicoteou na hora do sexo.

- Você pode ficar quieta? Pensa que eu não sei o que Marcela fez com você? Todas aquelas coisas de algema e chicote?

- Ei! Ei! Cala a boca, fui apenas uma vez, pra nunca mais! – Gizelly falou com as mãos para o alto.

- Mas foi.

- Certo, todas nós temos nossos momentos de passividade.

- Você seria passivinha se Marcela resolvesse voltar.

- Por Marcela Mcgowan sim. Mas isso é um segredo.

Eu soltei uma risada baixa e disfarçada. Gi e eu conversamos durante um bom tempo no nosso horário de almoço, logo a mulher avisou que tinha que ir embora, pois depois dali precisava comparecer no tribunal judiciário para defender um de seus clientes mais importantes. Desejei sorte a mulher que piscou dando um tapa em meu bumbum, fazendo-me corar violentamente ao ver um casal de mais idade presenciar a situação. Neguei mentalmente e caminhei em direção a saída.

Miguel de forma gentil abriu a porta do carro para que eu entrasse. O caminho todo foi bastante calmo, não demorou tanto para entrarmos nos aposentos da Kalimann Industry. Assim que Miguel estacionou o carro na entrada principal, um carro elegante vermelho parou em nossa frente, fiquei quieta por alguns instantes quando vi Manoela e Mariana saírem do mesmo. Semicerrei os olhos, e ainda dentro do carro continuei a observar para logo ver Bianca descer do banco da frente, ela estava com um sorriso amigável enquanto falava algumas coisas para quem estava lá dentro. Permaneci atenta em direção do veiculo quando vi quem dirigia, e ela só poderia estar brincando comigo.

Bárbara Labres.

Bianca caminhou até ao lado de Mariana e Manoela e as três acenaram para Bárbara que apenas buzinou para então sair dali. A morena ainda não havia notado a presença de meu carro, até que Miguel saiu abrindo a porta para mim. Eu estava visivelmente irritada, pensando em mil hipóteses do porque de Bianca ter saído daquele carro. E nenhuma delas era boa o suficiente para me fazer ficar calma. Eu respirei fundo, assumindo uma postura dura. Coloquei meus óculos Ray Ban e sai do carro, rapidamente percebendo o olhar de Bianca sobre mim, ela sorriu nervosa. E eu nada fiz, apenas caminhei em direção a entrada.

Entrei no elevador rapidamente, mesmo sabendo que as três iriam subir pelo mesmo, cuidei de fechar a porta rapidamente. Eu precisava ficar sozinha para não fazer uma besteira. Meus ciúmes não era algo muito positivo, e neste momento ele não estava dos melhores. Assim que as portas se abriram eu caminhei em passos apressados para minha sala, entrei na mesma e fechei todas as persianas. Não queria ser incomodada. Me servi de um copo de uísque sem gelo, e me sentei a mesma quando Bianca adentrou sem nem bater.

- Se bate na porta antes de entrar. – Falei sentada de costa para ela.

- Quer que eu volte e bata? – Seu tom irônico foi cortante.

- Se for preciso.

- O que houve?

- Nada.

- Rafaella, eu te conheço.

- Não parece.

Ouvi o barulho de seus saltos no chão, indicando que ela se aproximava. Então eu girei em minha cadeira ficando de frente para ela.

- O que estava fazendo no carro da Labres?

- O quê? – Ela perguntou com um olhar confuso, e surpreso.

- O que estava fazendo com ela?

- É por isso que está tão irritada?

- Responde minha pergunta.

- Ela estava no bistrô, e acabamos encontrando com ela quando saímos.

Eu assenti, tomando um grande gole da bebida, sentindo o liquido descer pela garganta rasgando tudo. Era nítido como eu estava irritada, eu odiava Bárbara, e a odiava muito mais por saber que Bianca já havia tido um caso com ela.

- Por isso não aceitou almoçar comigo? – Perguntei insegura.

- Claro que não! Foi por acaso! Estávamos saindo, e ela também.

"Por acaso..." Sussurrei levantando da cadeira, caminhando em pequenos passos até a enorme vidraça de minha sala. Eu gostava daquela visão, olhar o mundo caótico lá embaixo me permitia pensar que não era só na minha vida a conturbação.

- Rafa, foi só uma carona.

- Estava toda sorridente, conversando animada.

- Para com isso, amor... Só deu um problema na hora.

- Porque não ligou para Miguel buscar você? Tinha que ser justo com ela?!

- Eu não sabia que iria encontrar com ela, foi por acaso, meu Deus! – Bia esbravejou.

- Mesmo assim, me incomoda.

- O que você acha que eu estava fazendo? Te traindo?

A morena falou cara a cara, e sua expressão era furiosa. Eu neguei com a cabeça e tomei mais um gole da bebida, ficando em repleto silencio. Eu não achava que Bianca estava me traindo, mas também não gostava da ideia de Bárbara perto dela.

- Responda.

- Eu não acho que você estava me traindo, ok? Mas eu não gosto daquela mulher com você.

- Qual o problema?

- Será que é o fato de ela ser sua ex? E ter quase te comido com os olhos naquela reunião? Não se faça de sonsa, sabemos muito bem a fama de Bárbara.

A morena ficou calada, ótimo. Ela concordava.

- E sabemos muito bem que ela me odeia, me confrontar com você seria a alegria dela.- Falei caminhando até minha mesa.

- Não tenho culpa da rivalidade de vocês, Rafaella.

- Não estou te culpando, só me incomoda o fato de você pegando carona com ela.

- Eu não faço sempre, o problema é que o carro da Maeiana quebrou! Pare de ciúmes besta.

- Eu não gosto, é uma opinião minha. Não estou te obrigando a não pegar mais carona com ela, estou apenas expressando meu incômodo. – Tomei o restante do liquido em meu copo e sai da sala.

- Onde você vai? – Ela perguntou.

- Resolver um problema.

[...]

Point Of View Bianca Andrade

Eu fiquei um tanto temerosa depois da saída de Rafaella, não que eu achasse que ela sairia atrás de Bárbara para armar alguma confusão. Não fazia o tipo dela, Rafaella sabia resolver as coisas a sua altura, tudo em pura classe e sofisticação. As horas foram passando e nenhum sinal dela o dia todo, ela sabia que não tinha nenhum compromisso tão importante aquela manhã. Eu arrumei toda sua agenda e todos os seus compromissos para o resto da semana. Fiz o balancete geral daquele mês, a Kalimann Industry estava cada vez mais subindo ao auge. Rafaella Kalimann era o monstro do setor imobiliário, ninguém em todo país tinha status tão bons quanto o dela.

E por isso ela havia recebido o convite para a grande premiação anual, a Business Awards USA, que reuniria os melhores empresários do mundo. Rafa, por sua vez estava sendo indicada e tendo uma grande chance de ser uma das favoritas pelo quarto ano consecutivo. Mas junto dela, Bárbara também, e pelos noticiários ela tinha uma grande probabilidade de levar o premio que estava nas mãos de Rafaella por alguns anos. Deus... Isso seria um caos!

Coloquei o convite sobre sua mesa, junto de todos os outros relatórios, eu sabia que ela ganharia, e ficava muito orgulhosa disso. Mas no momento o que estava atormentando minha cabeça era onde ela poderia estar. Daqui a pouco eu iria embora, afinal eu tinha que estar devidamente preparada para o outro lado de minha vida, Jennyfer iria se apresentar aquela noite, e eu não poderia me atrasar.

Peguei meu celular, destravando a tela para mandar uma mensagem a Rafaella. Quando Miguel se aproximou calmamente. O senhor tinha um largo sorriso, de forma educada ele então se pronunciou.

- Sra. Andrade?

- Sim?

- Dona Rafaella pediu que eu lhe avisasse que ela está lhe esperando no apartamento dela.

Eu semicerrei os olhos na direção do senhor que ficou parado a minha frente. Se Rafa estava pensando que eu faria todas suas vontades estava enganada, ela sabia que hoje Jennyfer se apresentava na Imperium. Soltei uma risada sem humor, e Miguel me olhou confuso.

- Sua chefa é muito chata!

O homem soltou um sorrisinho em minha direção, era óbvio que Miguel sabia o rolava entre ela e eu. O senhor de cabelos grisalhos cansou de presenciar nossos beijos "escondidos".

- Só um tanto caprichosa, dona Bianca, mas é uma boa pessoa.

- Um tanto? Você quis dizer muito,né?

Falei enquanto caminhava até minha mesa, o homem calmamente caminhou ao meu lado.

- Talvez.

- Diga a ela que não vou, tenho algo importante, e ela sabe disso.

- Certo, mas ela pediu que eu lhe entregasse uma coisa. Mas não consigo trazer isso até aqui.

- Que coisa?

- A senhora pode me acompanhar?

Aquilo era tão estranho. Miguel se mostrava misterioso, provavelmente a mando de Rafaella é claro. Eu assenti e caminhei ao seu lado, entramos no elevador e o homem apertou o botão que iria até o estacionamento. As portas se abriram e eu sem entender apenas o segui. Atravessemos o enorme pátio que agora estava com poucos carros, à maioria já estava indo para casa. Então, Miguel parou, me fitando com uma expressão calma. O que diabos estava acontecendo? Estávamos parados em meio a um estacionamento, ao lado de um carro preto.

- E então, o que iria me entregar? – Perguntei com um tom de voz irônico.

- Aqui está senhora. - Ele falou apontando para o carro.

Eu o fitei confusa.

- Oh! Deixe me entregar.

O senhor colocou a mão no bolso de sua blusa e tirou uma caixinha preta, estendendo em minha direção. Eu peguei devagar, ainda não entendo absolutamente nada. Abri a caixa de veludo de tamanho mediano, quando encontrei a chave de um carro. E um bilhete.

"Agora você não precisa mais pegar carona, meu amor"

Filha da puta!

Point Of View Amber

Caminhei no meio das dançarinas que circulavam pela boate. O som forte e sensual da música preenchia meus ouvidos, a boate estava começando a lotar. Era sempre assim nos dias de Jennyfer. O movimento ficava cinco vezes maior do que o normal. Os homens e mulheres que frequentavam tinham uma sede por vê-la, eu havia conquistado clientes fixos graças a ela. E se tudo aquilo estava de pé foi por eu ter a encontrado. Eu nunca imaginei que a mulher fosse fazer tanto sucesso, treinei Bianca da melhor maneira possível, mas dentro dela Jennyfer já existia. No seu subconsciente mais quente. Em questão de meses a doce menina se transformou na mulher fatal, reerguendo meu poder.

Coloquei as mãos no bolso do meu sobretudo aveludado, capturando minha caixinha de cigarros. Coloquei um na boca e ascendi, dando uma forte tragada.

"- Você tem 3 meses para conseguir o meu dinheiro, ou eu mando queimar isso tudo.

Jacob falou furioso, batendo com as duas mãos sobre a mesa de madeira fina de meu escritório. Eu engoli em seco, sentindo minhas mãos ficarem frias e suadas. O olhar do homem em minha direção era cortante e pavoroso. Eu respirei fundo, passando as mãos sobre meus cabelos.

- 3 meses é pouco demais. – Sussurrei agoniada.

O homem soltou uma risada alta e maligna. O sarcasmo rasgava em cada timbre emitido por ele.

- Eu não quero saber, Amber, você comprou essa droga de lugar com o meu dinheiro! E disse que ia me devolver!

- Eu disse isso, mas quando tudo começasse a dar certo! – Me levantei agoniada.

- E quer que eu espere até sua espelunca ganhar uma boa grana? Essas putas nem sabem fazer o serviço direito!

Exclamou ele irritado. Jacob Mansedoni era o antigo dono da boate, que era chamada de "Fancy" , a mesma não tinha grande visibilidade no Rio, não chegava nem perto das melhores e mais bonitas. Até que resolvi criar planos melhores para aquele lugar que tinha tudo para da certo, só bastava um toque de quem entendia realmente dos negócios. Então entrei em um acordo com homem que no inicio aceitou de bom grado, mas com a condição de que seriamos sócios, e que todo lucro da boate seria divido em duas partes após um ano de meu comando, antes disso todo lucro seria usado para reerguer o prédio que se encontrava bem deteriorado e para pagar minha parte do negocio feito. Ele por sua vez possuía a maior parte das ações do lugar, sendo sócio majoritário, me dando apenas 30 % de tudo. Mas nem tudo foi como eu esperava, entramos em sociedade em termos legais, mas eu não consegui reergue o lugar em 1 ano. E descobri que Jacob não era tão amigável quanto parecia no inicio de tudo.

- Me dê mais um ano Jacob, eu vou arrumar tudo, contratar pessoas novas.

O homem revirou os olhos impaciente,soltando uma forte lufada de ar. Ele cheirava a cigarros e cerveja barata. Jacob não era uma pessoa calma e nem paciente, eu ouvia muitos casos de que ele era um bom agiota, e que já havia eliminado muitas pessoas que não cumpriam os devidos tratos com ele.

- Amber, eu te dei um ano, e você não fez nada!

- Como nada? Você viu como esse lugar mudou? Está com cara de boate!

- Do que adianta está com cara de boate se ninguém frequenta? Nem essas mulheres tirando a roupa atraem uma boa quantidade de pessoas.

Ele não estava errado, a boate vivia as moscas. Às vezes o movimento ficava um pouco mais forte quando a Cosmopolitan, que era nosso concorrente, estava fechada. Tudo estava indo para o lado oposto do qual planejei. Eu consegui mudar a aparência do lugar, mas o movimento era fraco e o dinheiro não estava rendendo.

- Estamos treinando a Karine para ser a dançarina principal. – Falei esperançosa.

- Quem é essa?

- Como quem? A moça que lhe apresentei lá embaixo!

- Porra! Essa vadia de esquina não serve. Ela não tem o poder que as pessoas querem entende? Você precisa de uma mulher que deixe todo mundo de quatro quando ela mandar! Você precisa de alguém que comande todas elas. – Falou de forma irritada, mas sua ideia não era má.

- Eu posso correr atrás disso, mas eu preciso que me de tempo, por favor.

O homem me fitou sério, e então caminhou até a enorme janela da minha sala, vendo as mulheres que dançavam lá embaixo.

- Eu vou te dar quatro meses, Amber. Se em quatro meses você não conseguir essa mulher, você está fora daqui."

E eu consegui. Naquela noite na cafeteria quando pus os olhos sobre Bianca, eu sabia que seria ela. Por mais indefesa e frágil que ela se encontrava naquele momento, eu sentia que era para ela comandar a Imperium. E foi, depois da entrada de Bianca, eu mesma a treinei e a ensinei, dando vida a seu outro lado. Dando vida a Jennyfer.

E, em menos de quatro meses, eu ergui a falida Fancy no grande Imperium. Sendo comandada por Jennyfer, minha fiel e melhor stripper.

Jacob por sua vez passou a receber o dinheiro que queria pelos 30% da boate, e não voltou até hoje, mas todo mês a quantia em dinheiro era depositada em sua gorda conta bancária. Eu ouvia dizer que o mesmo havia se mudado para Venezuela, e que estava vivendo muito bem. Mas eu sabia que um dia ele voltaria, afinal ainda era um dos donos daquele lugar. Lembro da primeira vez que ele viu Jennyfer se apresentar, e suas palavras foram firmes:

"Ela sim, Jennyfer Silva, é sua pedra preciosa Amber, não a deixe ir nunca ou todo seu Imperium irá ruir."

E era por aquela frase eu estava lutando agora. Eu não deixaria Rafaella Kalimann tirar o bem mais precioso do meu Imperium.

- Amber?!

Acordei de minha bolha de pensamentos encarando Karine que se aproximava animada.

- Acho que Jennyfer não vem, até agora não vi nenhum sinal dela. Falei com Thelma, mas ela acha que a mulher não vem.

Eu semicerrei os olhos, furiosa. Jennyfer não era de faltar, mas depois da influencia de Rafaella em sua vida eu não tinha mais tanta certeza disso. Peguei o pequeno aparelho celular de meu bolso, discando rapidamente para a morena.

Caixa de mensagem.

Isso não podia está acontecendo. Eu respirei fundo, olhando para todo lugar. Todos estavam ali por ela, e ela simplesmente não estava.

- Se quiser posso entrar no lugar dela. – Karine falou sorrindo.

- Não, chame Thelma. Eu vou continuar tentando falar com a Jennyfer.

Karine fez cara de poucos amigos e assentiu. Ela era uma mulher bonita, e fiel a mim. Mas não tinha a capacidade de entreter todas aquelas pessoas. Liguei novamente para Bianca, e novamente caiu na caixa de mensagem. Onde aquela idiota estaria? Eu neguei com a cabeça e caminhei no meio das pessoas que bebiam e conversavam animadamente. Até colocar os olhos sobre a mulher que seria minha nova salvação.

Bárbara Labres.

Point Of View Bianca Andrade

Eu já estava a apenas duas quadras do prédio de Rafaella, estava bufando de raiva. Amber iria me matar se eu não aparecesse na Imperium àquela noite, mas eu não poderia simplesmente aceitar aquilo ou deixar para resolver depois. Eu não estava falando de um presente normal, de um boque de flores ou uma caixa de bombom, e nem de uma jóia. Estávamos falando de um carro. Um grande e luxuoso carro. Eu sabia que Rafaella tinha a vontade de me dar um como o dela, que atraem olhares por onde passam. Mas apesar de não ser como os seus, o carro era simplesmente magnífico. Um Volvo XC60 de acordo com Miguel. Eu não podia negar que ter um carro daqueles seria maravilhoso, mas eu não poderia concordar com os ciúmes de Rafaella assim. O mesmo estava simplesmente novo, como acabado de sair de uma concessionária. Os bancos de couro bege se destacavam com o painel iluminado e sofisticado, graças á Mariana eu aprendi a dirigir muito bem. Pois Miguel não poderia me levar até lá, de acordo com as ordens de Rafaella eu mesma teria que ir em "meu" carro.

Me apresentei na portaria do prédio, no qual autorizaram rapidamente. Eu estacionei o veiculo ao lado do carro de Rafa e sai em direção ao elevador. Apertei o botão do ultimo andar onde ficava o apartamento dela. Em poucos segundos eu estava à frente de sua porta. Bati duas vezes, vendo a mesma se mover devagar. Já estava aberta. A maldita tinha certeza que eu viria.

Neguei mentalmente entrando em seu apartamento, vendo-o totalmente iluminado. Eu ouvia alguns barulhos lá dentro, Rafa falava algumas coisas a um homem que também falava, me aproximei devagar ouvindo algumas batidas fortes, sendo guiada pelo barulho que saia do corredor extenso do lado esquerdo de seu apartamento. Assim que me aproximei da porta notei Rafaella em pé com a mão na cabeça como quem estivesse estressada. O homem estava ajoelhado diante da porta, mexendo na maçaneta com uma chave de fenda. Ao seu lado uma caixa de ferramentas e alguns itens que não consegui identificar.

Assim que Rafa pôs os olhos sobre mim, um pequeno sorriso nasceu. Diferente da minha cara fechada é claro, eu ainda estava muito irritada.

- Hugo, você poderia esperar um instante? Eu sei que está muito tarde, mas não se importa não é?

O rapaz se levantou devagar, me fitando calmamente.

- Não senhora, eu aproveito para procurar o parafuso adequado para esta maçaneta. Volto mais tarde,

- Melhor voltar amanhã.

Rafaella falou educadamente e o rapaz assentiu recolhendo suas ferramentas. O mesmo soltou um pequeno e tímido sorriso quando passou por mim. E eu como um furacão entrei em seu escritório pessoal. No mesmo instante a mulher notou meu humor péssimo e caminhou devagar até a bancada de bebidas, se servindo de um copo de uísque.

- Quer um pouco? – Sua voz soou tranquila.

- Não vim para beber, vim para saber o que é isso? – Falei estendendo a chave do carro para ela.

Rafa tomou um gole da bebida alcoólica, deixando seus lábios molhados no qual tratou de rapidamente deslizar a língua bem devagar. Eu respirei fundo, vendo ela franzi o cenho em minha direção.

- Isso é uma chave. – Disse ela como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

Eu revirei os olhos, bufando irritada.

- Não se faça de cínica. O que significa isso? Aquele carro!

Rafaella caminhou até sua cadeira no qual sentou e girou até parar de frente para mim, seus lábios se curvaram em um sorriso fodidamente provocante.

- A solução para o meu problema.

Soltei uma risada sarcástica.

- Se está achando que vou aceitar está muito enganada. – Disse colocando a chave sobre sua mesa.

- Bianca, por favor, eu resolvi os nossos problemas! Você agora não precisa pedir carona a mais ninguém! Você vai gostar.

- Quem te garante isso?

- Eu garanto e eu sempre sei de tudo.

A filha da puta ainda era arrogante, e o pior de tudo. É que eu amava ela assim. Seu tom de voz rouco e sensual me fazia ficar de quatro para ela.

- Não sobre mim, Kalimann

Falei colocando as duas mãos sobre a mesa dela, encarando-a firmemente. Rafaella se levantou e fez o mesmo gesto, deixando seu rosto a poucos centímetros do meu. Seus lábios estavam entreabertos, deixando pequenas lufadas de ar escapar entre os mesmos, fazendo-me sentir o hálito quente com cheiro de bebida alcoólica. Ela deixou que seus olhos me fitassem intensamente, para logo após descer até meus lábios, e por fim em meu decote.

- Principalmente sobre você,srta. Andrade. – Sussurrou provocante.

Me afastei rapidamente, não era seguro para minha sanidade mental ficar tão próxima dela.

- Você está muito enganada. Eu não posso aceitar um carro, o que você acha que as pessoas vão dizer?

- Eu não me importo com o que as pessoas vão dizer.

- Mas eu sim! Tudo isso para eu nunca mais pegar carona com Bárbara?

Rafa rodeou a mesa se aproximando de mim.

- Também.

- Meu Deus, Rafaella, foi um acaso! Nem se quer sabia que ia encontrar com ela.

- Ok, eu não estou dizendo que você marcou. Mas com o carro você não vai precisar pedir carona a mais ninguém... E, qual é? não tenho o direito de presentear minha namorada?

Eu neguei com a cabeça, colocando as duas mãos na cintura. Rafa parecia muito tranquila, simplesmente aparentava não ligar nem um pouco para minha visível irritação.

- Eu não quero! Não vou aceitar você ficar me bancando!

Rafaella revirou os olhos, como se eu contasse algo entediante.

- Eu não estou te bancando, eu só te dei um carro! Por Deus! – Exclamou.

- Só? Pra você que tem muito dinheiro aquilo é só um carro!

- Você pode escolher, eu te dou o carro ou podemos fingir que o carro é meu e um motorista particular fica te levando pra onde você quiser.

Jesus, estava ficando cada vez pior...

- Eu não quero nada disso. Você tem que parar de colocar suas ordens.

Rafa se aproximou, quase unindo seu corpo no meu. Eu dei alguns passos para trás, mas ela continuou.

- E você tem que parar de ir contra elas. – Sussurrou diante de meus lábios. – Você vai ficar com a porra do carro, porque eu estou dando a porra de uma ordem. — Ela sussurrou sorrindo diabolicamente.

Eu suspirei sem ar, a proximidade com ela me deixa um tanto fraca quando eu mais queria resistir.

- Vai me obrigar? – perguntei arqueando a sobrancelha.

- Talvez.

Eu tremi, e Rafella grudou seu corpo no meu, fazendo-me encostar na porta atrás de nós que se fechou. Eu fechei os olhos, sentindo seus lábios molhados na pele de meu pescoço. As mãos dela rapidamente pousaram em minha cintura, puxando meu corpo contra o dela. Eu suspirei quando uma delas desceu de minha cintura, alisando meu bumbum até chegar a minha coxa, no qual suspendeu, fazendo seu corpo se encaixar no meu. Sua língua se movia rapidamente sobre meu ponto de pulso, tirando de mim a sanidade que me restava. Eu estava começando a ficar excitada com seus toques tão ousados.

- Rafaella... – Eu sussurrei sem vontade.

Mas ela nem sequer me deu ouvidos, subiu com os beijos até o lóbulo da minha orelha, e o chupou gostosamente. Provocando uma pressão maldita em meu ventre. Minha mão subiu até os cabelos sedosos de Rafa, no qual apertei com um pouco de força. Ela roçou os lábios sobre a maçã de meu rosto, até pousar em meus lábios. No qual chupou com fome, gana. Agora minhas duas mãos se encontravam em sua nuca, arranhando de leve. Enquanto seus lábios maltratavam os meus de forma tão prazerosa. Sua língua serpentou sobre a minha, sugando tão bem que me fazia suspirar.

Eu estava sentindo meu raciocínio por um fio.

"Não caia nessa, Bianca... Não caia!"

Meu subconsciente praticamente gritava, bem lá no fundo. Mas era tão difícil me concentrar, eu simplesmente não podia. Oh Deus. Gemi arrastada quando as duas mãos de Rafa apertaram minhas nádegas com força.

- Pare! você quer me convencer! — Falei em um estalo de força a empurrando.

Eu pensei que Rafa ficaria com raiva no momento, mas ao contrário disso, ela sorriu. Curvou os lábios em um sorriso provocante e tentador. Como se quisesse dizer "Você não pode lutar contra mim",e eu realmente não podia, Rafaella era meu ponto fraco. Em passos lentos ela se aproximou.

- Não, se afasta! – Eu recuei provocando uma risada gostosa nela.

- O que foi? Parece até que vou te comer.

- Bem isso, não é?

Rafa deu de ombros e sorriu provocadora.

- Já disse pra ficar longe, eu não vou ceder dessa vez, Kalimann! – Falei rodeando a mesa para ir para mais longe de Rafa que caminhava em minha direção rindo.

- Porque não? Você gosta, Bia...

Ela falou de forma arrastada, deslizando o indicador e o dedo do meio sobre a madeira da mesa.

- Porque eu já disse que as coisas não podem ser sempre como você quer, eu não vou aceitar isso. E agora eu já vou! Eu tenho que ir para a Imperium.

Rafaella fechou a expressão. E eu caminhei até a porta girando a maçaneta que nem se quer se moveu.

- Me dê as chaves.

- O quê? - Perguntou ela de forma confusa.

- As chaves da porta, Rafaella!
"Porra!", exclamou ela batendo com a mão na testa.

- O que foi?

- A porta está emperrada, o rapaz que estava aqui estava arrumando isso, mas deixou claro que eu não poderia fechar ou caso assim ela não iria abrir.

Soltei uma risada sem humor, ouvindo aquela desculpa esfarrapada.

- Para de brincadeira, eu sei que você não quer que eu vá para a boate. Mas é um compromisso serio.

- Amor, eu estou falando a verdade.

- Me dê as chaves!

Ela revirou os olhos impaciente.

- Eu não tenho.

- Rafaella Kalimann, me dê a merda da chave.

- Não está comigo! – Ela falou agora mais alto.

- Você para de brincadeira comigo! – Avancei para cima dela, que recuou alguns passos para trás, até se encostar na mesa.

Point Of View Rafaella Kalimann

Bianca veio em minha direção como se fosse me matar, exigindo a chave da porta. Caralho, estava tão concentrada na morena que esqueci da porta e agora estava levando a culpa.
- Anda, me dá a merda da chave. - Bianca dizia com fúria cada vez mais próxima.

-Eu já disse, não está comigo! . Realmente a porta está quebrada. -disse levantando minhas mãos em sinal de rendição.

- Não tenho tempo para brincadeiras Rafaella, tenho que estar na Imperium em 15 minutos você sabe.

- Se quer tanto ir, Bianca, arromba essa porta e vai! - falei dando as costas a mulher e me virando pra grande janela.

Bianca no mesmo instante parou, senti seus olhos em mim, e deu meia-volta. Pude deduzir pelos barulhos do salto ecoando pelo chão de madeira. Que havia parando perto do sofá que havia ali.

Fiquei uns 15 minutos perdida em meus pensamentos. Pensava no quanto Bianca era importante pra mim e no quanto queria aquela mulher ao meu lado. No quanto eu queria Jennyfer só pra mim. Bianca conseguia me enlouquecer de duas maneiras completamente diferentes em poucos minutos. Mas que Inferno!

Voltei e fui até o meu pequeno bar me servindo de outra dose de uísque. Pude ver Bianca sentada no sofá impaciente mexendo no seu celular que pelo jeito que ela olhava para ele parecia ter descarregado. Amber não ia conseguir falar com ela.

- Caralho! - Bianca esbravejou bastante irritada.

Me virei em sua direção encostando no balcão e a encarei como se pedisse a ela para prosseguir.

- O que é, Rafaella? Está feliz, não é? - Senti um pequeno sorriso se abrindo contra minha vontade em meus lábios e sabia que aquilo só a deixaria mais puta. - Você é uma cínica sabia? A Amber me matar. Jennyfer já deveria estar dançando. Porra!

- Deveria se acalmar, Andrade. Nem que o papa aparecesse você chegaria a tempo. Relaxe e durma. Pelo visto passaremos a noite aqui. - Dei de ombros.

- A vontade que eu tenho de te bater, Rafaella, é tão grande... Você não faz ideia! -A fúria era nítida.

Eu bebia meu uísque tranquilamente vendo o showzinho de irritação da minha mulher. Estava sendo cômico.

- Ainda acho que fez de propósito, nos trancou aqui. Sabia que eu precisava ir hoje... Mas sua prepotência foi maior. Como sempre.

Aquilo estava começando a me irritar. E dessa vez não deixaria passar.

- Já passou pela sua cabeça que eu também não queria estar aqui presa com você reclamando no meu ouvido por causa dessa boatezinha? - Eu disse calmamente.

- "boatezinha" — ela repetiu com desdém. - Agora você esnoba. Mas bem que gostava de frequentar,né?!

- Eu ia por causa de Jennyfer.

- E o que difere?

- Que agora eu a tenho a hora que quiser. Não preciso ir à boate nenhuma.

Nossos olhares queimavam. Eu sabia que estava tirando ela do sério também.

- Você precisa aprender que não se pode domar uma fera. – Ela dizia levantando seu tom de voz, dando lugar à Jennyfer.

- Veremos.

Desencostei rápido da mesa e acabei deixando que meu copo caísse no chão, fazendo um barulho. Não me importei e fui de encontro a Bianca que logo me olhou assustada.

Cheguei até a mesma e a puxei pela cintura colando nossos corpos. Aproximei minha boca de sua orelha e bem baixinho disse:

-Você pode fugir quantas vezes quiser, Bianca, mas apenas eu posso te domar. É a lei da vida.

Senti Bianca tremer em meus braços, e sabia que ali havia ganho a batalha.

Desci minhas mãos por sua blusa indo até sua cintura no qual apertei. Brincava com sua orelha à medida que Bia puxava meus cabelos. Levei minha mão a sua bunda e apertei com força.

Bianca estremeceu e eu sabia que ela estava excitada.

-Oh...Você é uma cretina! -Ela dizia arrastado.

- Diz, Bianca... Diz, quem te deixa assim tão excitada sem nem te tocar?

- Você!

- Quem te faz gemer assim?

- Você, Rafa...

-E quem é que pode te domar?

Levei minhas mãos até os botões de sua blusa e esperei ela dizer... Ela apenas gemia.

- Hein, Bianca, quem é? Diz pra mim. -Passei levemente meus dedos por seus seios completamente enrijecidos.

-Oh... Você... Rafaella... -Ela dizia pausadamente.

- Sim. Eu! -Puxei seus botões e acabei rasgando sua camisa de seda.

Tomei os lábios de Bianca com força enquanto a empurrava no sofá e sentava por cima dela, com uma perna de cada lado. Minha saia havia subido a ficado na cintura.

Nos beijávamos enlouquecidamente, Bianca gemia em minha boca enquanto minhas mãos trabalhavam em seus seios por cima do sutiã. As mãos de Bianca estavam em minha bunda por baixo da saia, apertando cada vez mais...

A sala estava um verdadeiro inferno, eu a queria ali e agora. Estava já tirando a blusa de Bianca, quando um barulho na porta me trouxe de volta.

Rapidamente parei o beijo deixando Bianca aérea e saltei de seu colo. Me ajeitando e apontando pra porta.

Bianca levantou e ajeitou sua saia e correu pra pegar o casaco que ela havia trago. O colocando.

Quando terminei de ajeitar minha saia a porta se abriu com uma mulher e o porteiro nos olhando totalmente assustados.

- Dona Rafaella, me desculpe. Eu ouvi um barulho de vidro se quebrando e alguns sons estranhos... eu me assustei e chamei o porteiro pra ver o que estava acontecendo.

- Ah,claro, sem problemas... Nós precisávamos realmente de ajuda. A porta acabou batendo e ficaríamos aqui a noite toda. - disse na maior calma possível.

Bianca me olhava assustada e totalmente paralisada com as mãos cobrindo a parte da frente do casaco como se guardasse algo valioso ali.

- Bom, já que estão bem. Vou voltar a dormir, dona Rafella. Desculpe incomodar. Boa noite.

- Claro. Obrigada. Boa noite. Me pouparam de uma noite com a coluna quebrada. -disse meio que ironicamente, mas apenas Bianca deve ter percebido

-Boa noite. - e eles saíram. Deixando-nos a sós novamente.

-Bom, Rafaella, é melhor eu ir. Já vi que essa nossa discussão não vai levar a lugar algum.

Eu suspirei irritada, eu não queria que ela fosse. Eu não queria ficar sem ela aquela noite. Será que era tão difícil de entender que eu não queria dividir minha mulher com ninguém?

- Amor, fica, por favor - Sussurrei para ela que parou no meio do caminho.

A morena me fitou por breves segundos e suspirou derrotada.

- Já passou da hora mesmo, você sabe e eu sei que o horário do seu show acabou. – Falei calmamente.

Ela abaixou a cabeça, e negou. Para logo em seguida levantar e me fitar.

- Eu odeio você.

Eu abri um sorriso largo e me aproximei dela, a capturando pela cintura.

- E eu te amo — Terminei a frase deixando um beijinho na ponte de seu pequeno nariz.

Okumaya devam et

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