Perfeitamente Quebrados

Door LucasBrasilS03

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[Vencedor do Wattys 2017] Capa by @anniectorres Uma infância traumatizante, uma adolescência a ser esquecid... Meer

Prólogo
Professor Pedro
Bruna
Quando o amor acaba
O grande dia
O início do meu fim
Eu e ele
Estou aqui
Problemas
Que horas são?
Família Garcez
*PERSONAGENS*
Reunião de pais
Segredo
Amigos
Olá Anônimo
Café da manhã
Convite
AVISO
Vende-se
O Baile - Parte I
O Baile - Parte II
AGRADECIMENTOS
Um Presente de Natal
NÃO É CAPÍTULO
Booktrailer! *Leia*
*AVISO* Grupo Whats
*MAIS AVISOS*
Desespero
Acorde!
*ENTREVISTA*
Jantar
Até mais
OBRIGADO
Lar doce lar
Sentiu minha falta?
Wattys 2017
Um Novo Tempo
A gente se vê
Eu voltei
Batman e Alfred
"Relembrar é Sofrer"
À Luta!
LEIA
Irmãos
Teo

Casa de praia

796 108 39
Door LucasBrasilS03

Chegamos em Balneário Camboriú por volta do amanhecer. Eram umas 6h da manhã e foram apenas 3h de viagem.

Sam e Leo dormiram feito pedras a viagem toda. E eu e Larissa, os que ficaram acordados, que pagamos o pato. Como esses dois roncam! Não foi a música dessa vez, mas quase que eu desejava que tivesse uma árvore perto pra bater o carro.

—Chegamos! — anunciei estacionando o carro em frente a uma casa que ficava na praia do Estaleirinho. Era um lugar incrível e ainda mais agora com o Sol se pondo.

Sam e Leo foram acordando aos poucos, sem entender onde estavam. Levaram alguns segundos para acordar completamente.

—Vamos, vamos. — Larissa falava dando leves tapas nos rostos dos dois. —Desçam logo que agora é minha de vez de entrar, me jogar em algum lugar e hibernar.

A viagem nem tinha sido tão longa mas eu entendia Larissa. Ficara o dia anterior todo arrumando aquelas milhares de malas, logo em seguida saindo pra um passeio pela cidade e ainda teve o incidente da noite passada. Quer dizer, dessa madrugada.

Já eu não estava nem um pouco cansado, talvez em parte porquê havia descansado mais cedo, mas também porque... Aquele garoto ainda perturbava meus pensamentos. Estava totalmente intrigado e cativado.

Sam e Leo finalmente acordaram e desceram do carro.

—Por que não estacionou lá dentro? Que Sol, eu hein! — disse Sam com a mão no rosto. Sua cara não estava nada agradável.

—Não fui eu que aluguei a casa. — respondi.

—Ah, verdade... — disse ele recordando. —O dono falou que nos esperaria com a chave e pra mostrar como funciona o lugar. Venham. — falou seguindo a pequena estradinha de pedras que tinha no gramado da frente, e que levavam a porta principal.

Sam tocou o interfone e a voz de uma mulher pediu que ele se identificasse. Sam falou algo que não pude ouvir e depois disse para aguardarmos.

Um minuto depois a porta se abre e uma mulher surge. Ela parecia ser bem jovem, tinha os cabelos ruivos, a pele alva e transbordava simpatia. Usava um vestido amarelo simples, apropriado para o horário e para o local.

Enfim nos recebeu com um grande sorriso.

—Bom dia! — falou meio acanhada.

—Bo...bom dia. — respondeu Sam. Quando o olhei, percebi que o mesmo estava quase babando ali. Só me faltava essa mesmo. Que o Sam não arrume confusão logo com a dona da casa que alugamos.

—Ah, perdão. Meu nome é Naomi. Vocês provavelmente estavam esperando que meu pai os recebesse. — ela sorriu. —Mas ele acabou tendo um compromisso de última hora e pede perdão por isso.

—Cla..cla-ro. Sem problemas. Imagina. — disse Sam saindo de seu transe. —Sam, muito prazer disse. — falou pedindo a mão da garota em um cumprimento, beijando-a como um verdadeiro "galã".

Então ela não era a dona, era a filha do dono. "Piorou", pensei olhando para Sam tentando prever o que aconteceria, mas dessa vez não consegui.

—Prazer Naomi, eu sou Pedro, este é Leo e essa é Larissa. — falei apontando respectivamente para cada um deles.

—O prazer é meu gente! — sorria. —Bom, aqui... — fez uma pausa pegando algo de dentro de sua pequena carteira de alça. —Está o molho de chaves. Essa aqui é da porta em que estamos e o resto vou mostrando no decorrer do nosso tour. — ela ensinava Sam que era o que estava mais próximo dela. Mas tinha a impressão de que ele não estava prestando atenção em uma palavra sequer do que a garota dizia. —Venham, entrem!

E entramos. A casa era estupenda. A distância entre as paredes era larga e a altura entre o chão e o teto era pequena. Logo na sala, em frente, tinha uma porta de vidro que dava acesso à área da piscina e do salão e permitia a vista para o mar. A claridade entrava suavemente pela casa. Á direita havia um pequeno hall levando a cozinha, de onde também se tinha a mesma visão da janela. À esquerda da sala ficavam 4 quartos, com as portas uma de frente pra outra, e um banheiro no fim.

Os quartos eram absurdamente grandes decorados num estilo bem resort, algo elegante mas simples ao mesmo tempo.

Naomi nos apresentou tudo isso e nos deu instruções sobre a casa, sobre as cortinas caso a claridade incomodasse - pois a iluminação natural parecia ser o principal​ da casa - sobre a piscina, o vento da praia que de vez em quando fazia acumular areia em certos lugares, etc.

—Bom, no mais é isso! Qualquer dúvida vou deixar com vocês meu número pra contato. — tirou um papel anotando o número e entregando para mim. —Agora se me dão licença, é melhor eu ir indo. Tenham uma boa estadia! — disse se retirando pela porta da frente.

—Ela não é incrível!? — perguntou Sam nos olhando com animação.

Nós três apenas o encaramos em sinal de aviso e ele entendeu.

—Aff gente, credo, que bicho picou vocês? — resmungou.

—Qual me picou eu não sei... — falou Leo. —Mas o da paixão a primeira vista parece ter te atacado com tudo.

—Quêeee!? Tá louco? — exclamou Sam. —Ela só é bonita. Muito cedo pra paixão, que exagero.

—Verdade, e outra: nunca vi Sam se apaixonar. — falei.

—Obrigado meu caro amigo! — disse fazendo uma saudação esquisita. —Tirou as palavras da minha boca! Tá, mas e agora? O que vamos fazer primeiro?

—Bem lembrado Sam. — disse Larissa coçando os olhos.

—Larissa! Qual sua sugestão? O que quer fazer? — perguntou Sam sorrindo e gesticulando com animação.

—A não ser que alguém queira brincar de morto vivo... Eu tô indo dormir. Boa noite. — falou e virou, indo para seu quarto.

—Ah, eu tô afim de uma piscina agora! — falei e Leo concordou.

—SIM! Vamos então meus bros. Coloquem suas roupas e partiu. — disse todo empolgado. —Vamos lá, SÓ OS HOMENS, SE DIVERTINDO MUITO! — falou alto para que Larissa ouvisse mas duvido que ela ainda estivesse consciente pra sequer mandar um "cala a boca" bem forte.

Assim, Sam, Leo e eu fomos relaxar na piscina. Conversamos bastante, sobre coisas aleatórias e outras besteiras de homem.

Depois que saímos da piscina, peguei minha toalha e fui me enxugar enquanto Sam fazia o café da manhã.

Estava no banheiro quando vi pelo espelho Leo na porta.

—Pedro? — chamou.

—Fala. — disse.

—Tem uma ligação pra você. — e saiu. Uma ligação? Às 9h da manhã? Quem poderia ser?

Terminei de me trocar e me enxugar rapidamente e fui atrás de Leo.

—Leo. — chamei. —Cadê meu celular?

—Não, não. É aqui do meu. — disse me entregando. Estranho.

—Alô? — respondi a ligação.

—Pedro? — perguntou uma voz idosa.

—Sim, ele mesmo.

—Sou eu, Aurora. — agora reconhecia sua voz.

—Dona Aurora, que surpresa! Como está?

—Bem meu filho, bem... — respondeu.

—Sem querer parecer ser rude mas... Por quê a senhora está ligando? Aconteceu algo? — já estava preocupado.

—Não querido, fique tranquilo... Na verdade estou ligando porque fui obrigada. — falou me acalmando e logo depois sorriu.

—Como assim? — perguntei.

—Só um momento. — ouvi um silêncio e o passar de telefone entre mãos.

—Pedro! — falou o garoto alegre, me surpreendendo.

—Miguel! Tudo bem pirralho? — perguntei mais feliz.

—Sim... — respondeu.

—Aconteceu algo?

—Haaaamm. — falou prolongadamente. —Não!

—E por quê tá me ligando?

—Aaahhhh! — falou lembrando de algo muito importante. —Eu queria dizer que a tia Aurora deixou o Jack ficar aqui no abrigo e ele já tá melhor! Ah, ah! E que aquele relógio que tu me deu parou de girar! — disse agora desapontado.

—Ah, deve ser só a bateria! Quando eu for aí pra pegar ele a gente conserta tá bom? — ele confirmou. —Já que é pra dar notícias, você sabe adivinhar onde eu tô?

—Huuummm, não! Onde!?

E assim comecei a contar a Miguel sobre a viagem, a estrada, a linda casa, a praia e a cada detalhe ele soltava um "uou", ou um "que da hora!", etc.

Ele também me contou sobre o que tinha feito naquele dia, o que tinha feito com com o Jack, sobre a tia Aurora, o passeio de Natal, e até mesmo o que tinha tomado no café. Esse garoto era uma graça. Me arrancava vários sorrisos bobos.

—Tio Pedro, eu tenho que ir! Volta logo, acho que o Jack tá com saudades do senhor. — falou.

—Vou voltar em um piscar de olhos, então... Fica atento hein!? — brinquei. —Um abraço garoto, e se cuida.

—Tá bom, tchau! — e passou o telefone pra Aurora.

—Pedro? Desculpe por isso, ele só não largava do meu pé porque queria falar com você. Tentei fazê-lo entender que você estava viajando...

—Imagina Dona Aurora, sempre que ele quiser pode deixar, aliás salve meu número que estou salvando o seu também. — e passei meu número pra ela.

—Senhor Pedro. — falou.

—Oi?

—Obrigado pelo que está fazendo pelo Miguel. Nunca vi o garoto tão feliz assim. — fez uma pausa. —Até então ele não conversava muito com as outras crianças do abrigo, o máximo que fazia era brincar comigo. E quando encontrou o Jack. E você apareceu só em uma noite e o garoto já está... Bem, estou surpresa. Parece bom demais pra ser verdade. Vocês acabaram de se conhecer então peço que vá com calma, ok? Não me entenda mal. O garoto já teve traumas suficientes.

—O prazer é meu Dona Aurora... Miguel é... Um garoto fantástico, estou realmente começando a gostar dele. E não se preocupe, eu entendo perfeitamente e também não quero apressar nada, nem decepções pra mim e pra ele. Mas fora isso tudo está tudo bem com ele? Me diga por favor.

Ela fez silêncio.

—Fisicamente, sim. Emocionalmente... Está melhorando e...

—Diga, o que mais?

—Conversamos pessoalmente depois Pedro. Prometo-lhe. Aproveite seu feriado e um feliz Natal.

—Tudo bem Aurora. Um feliz Natal também! Beijos. — falei desligando. Estava intrigado mas feliz. A ligação de Miguel fizera toda diferença no meu dia.

—O café tá proooonto! — ouvi Sam gritar assim que desliguei e vi Larissa sair cambaleando do quarto e esfregando as mãos nos olhos.

—Quem era? — falou me vendo parcialmente ainda com o celular em mãos.

—Um anjo! — brinquei. Era uma piada sem graça mas era isso que eu achava. —Vem, vamos tomar café! — assim nós fomos.







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